“Alessandro”
Mas que puta ressaca! Eu odiava ficar de ressaca, por isso não bebia com freqüência e muito menos o tanto que bebi ontem com os caras. Porra! Minha cabeça vai explodir.
Noite passada cada um de nós tinha seu motivo para beber até cair. Então nos juntamos e enchemos a cara como universitários em uma república. Mas agora eu queria morrer pra não sentir aquela dor de cabeça.
Patrício entrou em minha sala amparado pela Mari. Ela o colocou sentado ao meu lado no sofá e a copeira, dona Margarida, entrou atrás com uma bandeja. Ela sorriu pra gente e não se controlou:
- Mas que porre, hein, chefes! Vocês não tem mais dezoito anos não. – ela começou a rir do nosso inferno. – D. Mari, vou buscar as latinhas pra eles vomitarem.
A Mari explodiu em gargalhadas. Eu e Patrício nos olhamos reconhecendo que estávamos na derrota.
- Só não te demito, dona Margarida, porque a senhora cuida de nós e a Mari já está indo embora. – falei e vi dona Margarida sorrindo pra mim da porta.
- Seguinte, abram as mãos. Hora de acabar com essa ressaca. Vocês são homens de negócios. Que comportamento é esse? – Mari falou como se fosse nossa mãe.
- Ela não quer me perdoar, Mari. – Falei choramingando.
- Ela também não me perdoou, Mari e eu ainda levei um corte da gostosa que eu estava atrás há dias. – Patrício choramingou do outro lado.
Mari entregou um copo de suco de laranja para cada um de nós e falou:
- E vocês acham que bêbados como gambás vão conseguir o perdão da Catarina ou pegar sei lá quem?
- Talvez elas tenham pena de nós. – Patrício falou cheio de esperança.
- Só se forem loucas! – Mari falou se divertindo com nosso sofrimento. – Soube que o Heitor está na mesma de vocês. Ele também tinha motivo pra beber ou foi só de oba oba?
- Como é que você sabe? – Patrício perguntou confuso.
- Melissa me contou. – Mari respondeu. – E também me contou outras coisas, Alessandro.
- Eu estou no inferno de Dante, Mari. – falei com a minha melhor cara de coitado.
- Aqui rapazes, um pra cada um. Se vomitarem no chão vocês é que vão limpar. – Dona Margarida nos entregou duas cestinhas de lixo novas com um saco de lixo já colocado em cada uma. Naquele momento fiquei grato por ter aquelas duas ali cuidando de nós como se ainda fossemos moleques.
- Alessandro, com tantas pessoas importantes aqui você perde seu tempo com dois funcionários tão insignificantes e uma mulherzinha qualquer? – Ana Carolina falou olhando com desdém para Patrício, Rick e Taís.
- A única mulherzinha qualquer e insignificante aqui é você, Ana Carolina! – Respondi sem vontade nenhuma de ser simpático com aquela insuportável.
- Mais respeito com a minha filha, Alessandro. Ela está apenas dizendo a verdade. – Junqueira não perdeu tempo em defender a filhinha.
- Mais respeito com os meus amigos, Junqueira! – adverti irritado. – E porque a sua esposa não o está acompanhando? Esse não é um evento de debutantes. – falei em tom muito sarcástico.
- Helena não se sentiu bem e a Carol fez a gentileza de me acompanhar. Ela também queria se despedir da Mariana. – Junqueira respondeu como se sua filha fosse um verdadeiro encanto para todos. Mariana não a suportava, nunca suportou, nem quando éramos crianças. E cada dia eu suportava menos o Junqueira também.
- Ah, que conveniente! – Patrício não se agüentava. Ele suportava aqueles dois menos que eu. Estávamos já pensando em dispensar o Junqueira, mas com a auditoria tínhamos que esperar. – Bem, se me dão licença.
Patrício, Rick e Taís se afastaram. Eu também não ficaria ali. Simplesmente dei as costas e caminhei entre os convidados, cumprimentando todos. E parando para conversar com alguns.
Em determinado momento fui até a varanda, estava vazia e corria uma brisa agradável. Um garçom se aproximou me oferecendo um whisky. Peguei o copo e bebi contemplando a cidade. Quando voltei para o salão comecei a sentir náuseas e ver tudo girando, como se estivesse bêbado. Mas eu não tinha bebido tanto assim, porém, como estava de ressaca quase o dia todo, talvez meu organismo não tivesse se recuperado totalmente da bebedeira da noite passada. Eu vi tudo girar, precisava encontrar o Patrício e pedir para me levar pra casa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......