Entrar Via

Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 542

“Manuela”

Quando vi aqueles quatro entrando como se estivessem vindo de um velório eu logo vi que tinha alguma coisa errada, mas eu esperei para perguntar. Meu pai parecia desolado, meu irmão estava parecendo um animal feroz enjaulado, minha cunhada tentava manter aquele sorriso contemporizador que ela usava quando estávamos em meio a alguma crise e o Flávio parecia um garotinho perdido. Tinha algo errado, definitivamente.

Não demorou para a Melissa ir embora. Eu a agradeci por ter passado a tarde comigo, ela me fez rir, assistimos filmes antigos, eu me abri com ela e contei coisas das quais eu não gostava de falar, nos empanturramos de sorvete e alfajores. Quando o Rick e a Lisa chegaram eles se empenharam em me fazer rir e o que aconteceu comigo se tornou uma memória que parecia distante. Mas eles saíram de fininho e ficamos apenas minha família, o Flávio e eu.

- Agora desembuchem, o que está acontecendo? – Olhei séria para eles, eu não esperaria nem mais um segundo para que eles me contassem o que os estava deixando daquele jeito.

- Baixinha, nós temos umas coisas para te contar e são coisas muito importantes. – Foi o Flávio quem começou, mas ele não se sentou ao meu lado, ele se sentou na poltrona próxima. Ao meu lado estavam meu pai e meu irmão, um de cada lado.

- Estou ouvindo. – O encarei, mas ele parecia não saber por onde começar. – E antes que pergunte por onde começar, eu sugiro que seja pelo começo.

- Manu, olha essa foto. – Camilo me entregou seu celular.

Eu olhei aquela foto sem entender, parecia uma foto minha que ele usou algum programa de computador para envelhecer. Então olhei para ele sem entender.

- Não é você nessa foto. – Camilo se apressou. Olhei para o lado e o meu pai estava com os olhos marejados.

- Quem é então? – Perguntei.

- É a minha mãe. Você nunca viu fotos dela porque a Rita queimou todas que tinha em casa, mas os nossos avós tinham várias fotos dela e me deram. Eu tenho um álbum e essa aqui no celular. – Camilo explicou, mas eu não entendi onde ele queria chegar.

- Estranho, eu me pareço com ela. – Comentei olhando a foto novamente.

- Sim, você se parece muito com ela. – Camilo respondeu. – Principalmente depois que você passou por essa mudança e fez essas luzes no cabelo, tirou os óculos e o aparelho e aquela franja medonha. E foi só depois dessa mudança que nós percebemos. – Camilo riu e eu ri com ele.

- Por isso as caras de surpresa quando me viram aquele dia que estive na sua casa. Mas o que isso significa? – Perguntei.

- Significa que eu pensei que você não fosse filha da Rita, pensei que você fosse filha da minha mãe. – As palavras do Camilo ecoavam em minha mente e eu me senti zonza. – Falei com o Flávio e ele resolveu investigar.

- Muito provavelmente. – Camilo estava chorando, mas estava agarrado a minha mão.

- Essa mulher tem que ir pra cadeia, ela tem que ser presa, não interessa se é minha mãe ou não, ela tem que pagar por isso. – Eu fiquei tão revoltada que me agitei no sofá e o meu pai passou a mão pelas minhas costas.

- Não é tão simples assim, Manu. De qualquer forma, esse crime prescreveu. – Flávio resumiu.

- Mas se ela não estava grávida e se o senhor enterrou sua esposa e sua filha, quem é a minha mãe? – Perguntei olhando para o meu pai que não conseguia falar de tanto que chorava.

- Minha baixinha, nós não sabemos. Pode ser que sua mãe seja a mulher que a enfermeira Rosália contou para o Breno que diz ter tido gêmeos, pois a Rita mandou a enfermeira Gisele fazer o parto da mãe do Camilo e isso foi no mesmo dia que a outra mulher deu a luz. Mas pode ser que o que está escrito aqui nem seja verdade e a Rita seja mesmo sua mãe. – Flávio olhava nos meus olhos e eu percebi o esforço que ele fazia para se manter firme, para ser a minha rocha.

- Eu preciso saber, como nós vamos saber? – Eu estava em agonia, mas aí então eu me dei conta de uma coisa. – Espera, se a Rita não for a minha mãe, o senhor não é o meu pai?

Nesse momento o meu pai desmoronou e precisou ser amparado. O choro quase infantil e os soluços dele me cortaram a alma em retalhos. Eu o abracei o mais forte que pude, eu não aceitaria não ser filha dele, eu não aceitaria não ser filha desse homem bom, que me amou e me ensinou as primeiras coisas da vida.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque