“Manuela”
Era tão engraçado, minha vida estava prestes a mudar completamente, mas ao mesmo tempo tudo ficaria igual. Eu estava horrorizada com tudo o que fiquei sabendo nos últimos dias. Estava chocada com o que li naquele diário. E havia ainda a possibilidade de eu não ser filha da Rita, o que não era ruim, explicava muita coisa, mas me deixava angustiada.
O Flávio estava cheio de atenções comigo, as garotas me ligavam todos os dias para saber como eu estava, a Lisa e o Rick ficavam de olho em mim o tempo todo no escritório e até o Paulo Henrique, meu amigo da faculdade, estava preocupado comigo.
No meio de tudo isso ainda teve o divórcio dos meus pais, ou daqueles que eu achava que eram meus pais. Meu pai disse que a Rita está uma fera por causa do dinheiro. Mas é sempre o dinheiro. Pra começar, que se não fosse pelo dinheiro ela nunca teria se aproximado do meu pai e a primeira esposa dele ainda estaria viva. Se não fosse pelo dinheiro, ela não estaria tão louca assim para me levar de volta pra casa. Se não fosse o dinheiro, seria tudo diferente.
- Terra chamando Manu! – PH estava rindo da minha distração. – Em que mundo você está, Manu? Nem me viu chegar.
- Eu estava distraída mesmo, PH! Mas é que tem tanta coisa acontecendo... – Olhei para o meu amigo que me deu um sorriso acolhedor.
- Eu sei, Best Friend, mas agora a única coisa acontecendo que você pode resolver é a fome. Intervalo, vamos até a cantina. – Eu nem vi a aula terminar. Para ser bem sincera eu nem vi a aula passar, estava presente, de olhos abertos, mas minha mente estava em outro lugar.
- Ah, Best, eu nem estou com fome. E não queria ir para a cantina. Você se importa de ir sozinho? – Olhei para ele suplicante.
- Eu me importo, claro! – Ele bufou e eu ri da sua cara teatral. – Mas eu busco o lanche e volto para lanchar com você e sim, eu vou trazer um lanche para você. Não saia daqui, ok?
Sorri para o meu amigo que antes de sair pela porta ainda me jogou um beijo. Fiquei ali sentada observando o entra e sai da sala, até que uma garota parou em minha frente.
- Moça, tem um homem lá fora que pediu para te chamar. Ele está lá na porta. – Eu conhecia a garota só de vista, ela era novata e acabou se enturmando com o trio de fofoqueiras da minha sala e vivia lá.
- Um homem? – Olhei para ela estranhando alguém me procurar ali.
- É, um cara grande e de cara fechada. – Ela falou e continuou seu caminho até as amigas.
Pela descrição só podia ser o Flávio. Será que havia acontecido alguma coisa para ele aparecer aqui na faculdade? Me levantei e fui até o lado de fora da sala, mal percebi o homem que chegou por trás e passou a mão em meu ombro.
- Moço, pelo amor de deus, não faz isso comigo. Me solta! – Eu choraminguei.
- Não vai dar, garota. Meu patrão me mata se eu não te levar. – Ele sorriu, um sorriso que evidenciava que ele não era um homem bom. – Até que você é bem bonita. Agora entendi porque o patrão está tão interessado. Talvez você possa nos dar um agrado antes de chegar na casa da sua mãe. – Ele colocou a mão sobre a minha coxa.
O carro parou abruptamente e o homem que estava no banco da frente se virou para trás.
- Não toca nela. Você sabe que ela é do patrão, ele acaba com a gente se você tocar nela. – O motorista advertiu. – Agora passa pra frente.
- Quem é o patrão de vocês? – Perguntei assustada, embora já tivesse uma idéia quase certa de quem deveria ser.
Eles apenas riram de forma assustadora. O homem que estava ao meu lado colocou uma fita adesiva na minha boca, saiu do veículo e me puxou, me deixando deitada sobre o banco de maneira desconfortável, e depois se sentou no banco do carona. Eu estava perdida e o desespero tomou conta de mim completamente, me paralisando. Tudo o que eu pude fazer durante todo o tempo em que estive naquele carro foi chorar. E foi um tempo que pareceu longo demais.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......