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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 594

“Manuela”

Me afastei um pouco, dando espaço para que ela falasse com a filha, e me sentei na cadeira no canto do consultório. Ela fez uma ligação que não foi atendida, fez a segunda e não foi atendida, seus olhos estavam marejados e tristes, então ela fez a terceira ligação.

- Oi, querido! Sim, me desculpe, mas eu precisava vir. Não é por isso que liguei. Eu fui atropelada por uma bicicleta... não, estou bem, mas uma moça muito linda me ajudou e insistiu que eu viesse ao hospital, pois eu estava tonta. Sim, de novo. Não, eu estou bem, o médico sugeriu que pode ser uma labirintite. Mas vou fazer alguns exames e o médico pediu para avisar a um familiar. Não, eles não me atenderam, mas meu anjo da guarda está aqui e disse que não vai me deixar sozinha. – Ela sorriu pra mim com gratidão. – Você pode vir? Claro, eu espero você me ligar. No hospital do Molina. Sim eu digo a ela. Outro. – Ela desligou o telefone e suspirou. – Meus filhos não me atenderam, falei com o meu esposo, mas ele está em nossa cidade, ele vai vir, só que até chegar vai demorar um pouco. Ele pediu para agradecê-la por te me ajudado.

Uma lágrima rolou pelo seu rosto. Fui até ela e a abracei. Ela era uma mulher que aparentava estar perto dos sessenta anos, mas no momento em que começou a chorar e eu a vi tão frágil, pareceu ter alguns anos a mais.

- Não tem problema, eu estou aqui e vou cuidar da senhora. Pelo menos até que seu marido chegue. – Respondi. – Se for preciso a levo para a minha casa. – Ela deu um pequeno sorriso.

- Meu filho do meio nos chamaria de loucas, a mim por entrar no carro de uma estranha e a você por querer levar uma estranha pra casa. – Eu ri com ela.

- Parece o tipo de coisa que o meu namorado me diria também.

Três enfermeiras sorridentes entraram e quando nos viram abraçadas sorriram.

- Ah, que lindas! É tão bonito ver uma filha cuidando da mãe. – Uma das enfermeiras falou, eu apenas sorri. – Não se preocupem, vai ficar tudo bem.

- Viu, você agora é minha quarta filha! – Minha nova amiga sorriu e estendeu o braço para que a enfermeira coletasse as amostras para os exames de sangue.

Logo depois do exame de sangue estávamos sendo conduzidas pelos corredores para a sala de tomografia. As enfermeiras disseram que eu poderia aguardar numa salinha e seria chamada quando o exame terminasse. Até que não demorou muito, uma enfermeira apareceu na porta da sala e me chamou. Voltamos para a emergência, estávamos rindo e conversando, enquanto esperávamos o Vini voltar com o outro médico. De repente, uma Lisandra descabelada e aflita entrou no consultório, acompanhada pelo Rick.

- Mãe! – Lisandra se jogou sobre a cama e eu fiquei olhando a cena, parecia que meus neurônios haviam parado de funcionar e eu não conseguia compreender o que acontecia ali.

- Manu? – Rick me encarou. – Mas o que... – Ele parecia tão confuso quanto eu, mas ao ouvir o meu nome a Lisandra soltou a mulher sobre a cama e se virou.

- O que você está fazendo aqui? Não acredito que meu pai te ligou também! Nossa, o Flávio vai ficar uma fera! Aliás, ele está uma fera e está desesperado atrás de você porque você não o atende. – Lisandra falava tão depressa que eu quase não pude entender, agora quem estava um pouco tonta era eu.

- Espera, vocês se conhecem? – A minha nova amiga que estava ali como paciente perguntou e eu olhava entre ela e a Lisandra, começando a perceber a semelhança.

- Ah, mãe! Não faz a sonsa! – Lisandra chamou a atenção da mãe.

- Lisandra, não fala assim com ela! – Saí em defesa da mulher a qual eu tinha me afeiçoado tão depressa. Lisandra me encarou de queixo caído.

- Só agora me dei conta de que nós não perguntamos o nome uma da outra, mas é que nós começamos a conversar e parecia que eu te conhecia há tanto tempo, que eu acabei esquecendo que não sei o seu nome e quando você preencheu a ficha eu não estava perto... – Me aproximei da cama ainda meio em choque. Aquela mulher me observava, seus olhos refletindo a mesma surpresa que eu.

- É verdade, nos demos tão bem, como se já nos conhecêssemos, não é mesmo?!

- Literalmente, não é Vini. – O Rick fez uma piadinha para aliviar o clima e deu certo, pois todos rimos.

- Ele se parece muito com o pai. – Dona Inês falou orgulhosa.

- É uma honra poder cuidar da senhora. Agora eu vou mandar esses três lá pra fora para que o otorrino possa examiná-la. – Vini falou gentilmente e nós saímos do quarto.

- Manu, o que foi isso? – Lisandra me perguntou, parecia ainda sem acreditar.

- Foi exatamente o que ela disse, Lisa. – Respondi.

- Eu não sei se acredito nessa coincidência. E por que você não está atendendo o telefone? O Flávio está maluco atrás de você. Ah, deixa eu avisar pra ele que te encontrei. – Lisa, começou a revirar a bolsa a procura do celular.

- Eu já mandei uma mensagem, Lisa. – Rick respondeu enquanto eu pegava o meu próprio celular em minha bolsa.

- Ah, meu celular ficou sem bateria. Eu não vi. – Respondi ao verificar o meu aparelho.

Não tardou para que um Flávio estressado e nervoso entrasse pela emergência do hospital como se estivesse entrando em uma zona de guerra. Eu estava bem ferrada agora.

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