“Manuela”
Eu não poderia permitir que a família do Flávio ficasse em um hotel, por mais luxuoso que fosse, seria um hotel, era impessoal e sem sentido, já que o filho deles morava em um apartamento e poderia recebê-los. Além do mais, o Flávio foi tão gentil com a minha família, fez questão de recebê-los quando estiveram aqui, então, se podíamos receber a minha família, poderíamos receber a família dele também.
E também eu tinha outro interesse, queria ver como eles se comportavam juntos e queria resolver de uma vez por todas as diferenças que haviam entre nós, queria ouvir o lado deles da história e queria que fosse possível que eles se reconciliassem e eu sabia que o Flávio me enrolaria se eles fossem para um hotel. Mas eu também precisava da Lisandra, pois eu já havia percebido que ela era a única que falava francamente com o pai sem que eles brigassem. Então eu reuniria essa família no nosso apartamento, claro, precisaria fazer alguns ajustes, mas isso era fácil.
- Bom, eu me despeço de vocês aqui. – Rick falou assim que chegamos do lado de fora do hospital. – Dona Inês, foi realmente um prazer, espero que se recupere logo. A senhora deveria dizer que é irmã desses três e não mãe. – O Rick beijou o dorso da mão dela num gesto cavalheiresco.
- Ah, Rick, você é um gentleman! Homens como você estão em falta no mundo. Mas obrigada, querido, espero vê-lo outras vezes. – Dona Inês sorriu ao falar.
Dona Inês fez questão de ir de carro comigo, assim como o marido e a Lisandra se juntou a nós. O Raul e a esposa entraram no carro do Flávio. Durante o trajeto a Lisa nos entretia com histórias do trabalho, que ela fazia questão de garantir que estava adorando. Eu percebi que era uma forma de atormentar o pai um pouquinho por ele nunca ter dado uma chance a ela.
- Olha, Manu, eu sou uma mulher de outros tempos, sempre pensei que as mulheres devem cuidar do lar, do marido e dos filhos. Mas hoje em dia, vocês, moças, não se contentam mais só com isso, querem trabalhar fora, ver o mundo. – Dona Inês pontuou e eu até entendi.
- Dona Inês, existem mulheres que ainda se contentam em cuidar do lar, do marido e dos filhos, e isso já é muito trabalho, eu sei, mas nós podemos fazer tantas coisas mais, podemos ser o que quisermos e ainda sermos boas esposas e boas mães. Algumas de nós precisam de um pouco mais do que sermos esposas e mães para sermos felizes. – Argumentei.
- É, é o que parece. – Ela suspirou. – Você pensa em ter filhos, Manu? – Eu não esperava por essa pergunta.
- Sim, eu penso, mas não agora, ainda é cedo e eu quero terminar a faculdade, isso é importante pra mim. Mas eu quero ter filhos, quero ser uma boa mãe, assim como o meu irmão conta que a nossa foi. Família é importante pra mim, Dona Inês. – Eu fui sincera.
- Você é mesmo muito jovem. Mas o Flávio não é tão jovem como você, existe uma boa diferença de idade entre vocês. Vocês vão precisar conversar muito para ajustar as coisas a um tempo que seja bom para os dois. – Eu sabia que ela estava certa e sabia que o Flávio sonhava em ser pai, nós havíamos deixado o assunto de lado por um tempo, mas uma hora isso seria um elefante branco na sala e nós teríamos que tomar uma decisão.
- Não, Manu, ficamos nós três no quarto da Lisa e o Flávio e o Raul dividem o outro quarto, assim nós podemos fofocar a noite toda. Você tem um colchonete? – Paula perguntou. Ela era muito simpática e despachada.
- Na verdade, eu tenho um colchão extra. Se você não se importa eu vou adorar. – Eu realmente havia gostado da idéia.
Pedi ao Flávio e ele passou o colchão que ficava debaixo da cama do outro quarto para o quarto da Lisa. O Sr. Moreno não permitiu que eu fosse para a cozinha preparar o jantar, fez questão de ele mesmo pedir o jantar em um restaurante. Ele era um homem prático e resolvido, além do jantar também conseguiu comprar roupas e itens pessoais em uma loja na qual ele era cliente e tudo foi entregue quase ao mesmo tempo.
As garotas e eu colocamos a mesa e comemos todos juntos, contando histórias da infância, a maioria sobre os apuros nos quais o Flávio se metia. O Raul era um pouco mais velho que o Flávio, eles eram bem parecidos e ele parecia menos tenso que o irmão do meio, mas não tão relaxado quanto a caçula. Depois do jantar preparei um café e servi na sala. Tudo parecia calmo e em paz, até que o Flávio resolveu falar sobre o que estava sendo evitado.
- Então, pai, a Manu me disse que eu deveria ouvir você, estou te ouvindo, vai me explicar por quê quis fazer um acordo com a Rita, aquela criatura abominável? – Todos olhamos de imediato para o Flávio. Era pedir demais para ele deixar essa conversa para o dia seguinte. Ele não conseguiria esperar mais. O único que parecia não estar surpreso com isso era o próprio Sr. Moreno.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......