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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 609

“Flávio”

Eu já estava com quase tudo pronto para fazer uma surpresa para a baixinha, mas quanto mais o dia se aproximava, mais ansioso eu ficava. Eu estava terminando o e-mail com as alterações que eu queria que fossem feitas no projeto. Eu esperava que minha baixinha gostasse da surpresa que eu estava preparando.

Ouvi três batidas na porta e mandei entrar, eu sabia que não era o Bonfim, porque esse não batia. Alguém entrou, mas eu estava concentrado no envio do e-mail que eu havia acabado de escrever, por isso não levantei a cabeça para olhar quem era, mas quando ouvi o girar da chave na fechadura eu fiquei alerta e ergui a cabeça para ver quem era.

- O que você está fazendo aqui? – Eu rugi como um leão.

- Oi, delegato! Gostou da surpresa? Sou a novata da equipe do delegado Bonfim. – Aquela mulher irritante da Academia de Polícia, a mesma que se trancou comigo na academia, estava parada em minha frente.

Era uma mulher vulgar, usava um jeans que quase a partia ao meio de tão apertado e uma camisa da polícia que era tão justa que parecia que explodiria a cada respiração dela. Além disso, ela estava maquiada demais para uma policial operacional, com um batom vermelho berrante, e aqueles brincos enormes certamente a atrapalhariam se precisasse correr atrás de algum meliante ou ficariam agarrados no colete a prova de balas.

- Para começo de conversa, tenha mais respeito quando se dirigir a mim. E se você é da equipe do Bonfim, não tem nada o que fazer na minha sala, pode sair.

- Vem me tirar, gostosão. – A voz dela era irritante. Olhei para a porta e não vi a chave na fechadura. Então peguei o telefone e ela puxou o fio que conectava a linha. Olhei para o celular sobre a mesa e antes que eu pudesse pegá-lo ela o alcançou e colocou na parte de trás da sua calça. – Dessa vez somos só eu e você, bonitão.

- Eu estou me perguntando é como deixaram uma puta entrar na polícia. Aliás, eu estou ofendendo as putas! Você é apenas uma mulherzinha vulgar e sem valor que nem pra puta serve! – Me levantei e ela riu e parou em minha frente.

- Isso, delegato, me chama de puta. Eu gosto, sabia.

- Minha nossa! Mas você é muito ordinária. – Eu balancei a cabeça.

- Para de se fazer de difícil, delegato, eu sei que você me achou gostosa, todo mundo acha, afinal, eu sou mesmo. – Ela me encarava como uma predadora. – Sabe, me deu trabalho conseguir vir para essa delegacia, mas eu fiz um favorzinho para o diretor lá da academia e ele mexeu os pauzinhos pra mim. È que eu precisava te ver de novo, porque eu sei que ficou uma coisa mal resolvida entre a gente.

- Por deus! Não delira, criatura! – Esfreguei as mãos no rosto nervoso.

- Não se faz de difícil não, delegato, eu quero dar pra você e eu sei que você quer me comer, todos querem! Olha, eu sou um mulherão! Linda, gostosa, cheirosa e eu faço umas coisinhas, delegato, que vão te deixar maluquinho! – Mas que vadia oferecida! Ela não se dava conta do quão ridícula e pedante estava sendo.

- Você não poderia estar mais enganada! Eu detesto mulherzinhas vulgares e oferecidas como você! Você é uma criatura repugnante, minha filha! Agora me devolve meu celular e a chave e sai da minha sala.

- Não vai rolar, porque eu consigo tudo o que eu quero e eu quero você, não vou passar vontade. – Eu bufei, mal podia acreditar que existisse uma mulher tão baixa no mundo. Nem as putas! – Você está muito tenso, delegato. – Ela passou a mão em meu braço e eu senti nojo. – Mas eu vou fazer você relaxar, quando eu estiver quicando em você, você vai ficar relaxadinho. – Ela se jogou em cima de mim e eu levei um susto tão grande que não consegui me afastar, só tive tempo de virar a cabeça para ela não conseguir me beijar, mas senti que seus lábios resvalaram em mim.

Era uma mulher alta e eu tive trabalho para afastá-la sem agredí-la, mas consegui e a imobilizei, coloquei as algemas nela e a prendi no cano que ficava na parede lateral justamente para prender as algemas dos presos quando estivessem na sala, limitando os movimentos. Fui até a mesa, peguei o fio do telefone e vi que a puta o arrebentou quando puxou, então fui até a porta e enfiei o pé nela com tanta força que arrebentei no primeiro ponta pé, era uma porta dessas ocas.

A Renata vinha passando com o Breno e eles pararam para olhar.

- Precisa de ajuda, Moreno? – O Breno perguntou, mas eu já estava terminando de colocar a porta a baixo.

- Na verdade eu preciso que você chame o Bonfim pra mim e venha com ele, e preciso de você Renatinha. – Eles me olharam curiosos. – Tem uma puta ordinária na minha sala que colocou o meu celular no rabo e a chave da porta eu nem quero pensar onde enfiou.

Renata esboçou um sorriso e olhou meio de lado para o Breno. Eu esfreguei a mão no rosto.

- Renatinha, você pode, por favor, dar uma geral daquelas nessa puta e pegar o meu celular? A chave você pode fazê-la engolir, já que eu quebrei a porta. – Supliquei a Renata.

- Por acaso essa puta é a novata da equipe do Bonfim? – Renatinha perguntou com um sorriso.

- Não teria problema nenhum em me assumir se fosse, mas no caso, eu sou fiel mesmo, e realmente não gosto de mulheres do seu tipo, fúteis, oferecidas e vagabundas. – Respondi e ela cuspiu em minha direção, mas eu me esquivei.

- Muito bem. Você vai ser conduzida para fora da minha delegacia e não vai pôr os pés aqui nunca mais. Amanhã, às oito da manhã, você vai se apresentar na administração. Você será exonerada. A polícia não precisa de você nos quadros, manchando a imagem da corporação.

- O quê? Exonerada? Que absurdo? Mas... – O Bonfim fez sinal para ela se calar.

- Já enviei o caso e as imagens para o secretário de segurança, é isso ou ele vai te mandar para um lugar que a gente aqui chama carinhosamente de ‘cu do judas’. É um lugarzinho pitoresco, que fica do outro lado do estado e onde nada de interessante acontece. Ah, claro, e você vai ficar por lá muitos anos. Talvez até se aposentar. A escolha é sua. – Bonfim era simplesmente maquiavélico em se tratando de castigos.

- Por favor, delegado Bonfim, eu vou para o ‘cu do Judas’, mas não deixa o secretário me exonerar, por favor, eu preciso do trabalho. – Ela ficou apavorada com a possibilidade de ser exonerada.

- Ah, está bem! – Bonfim bateu as mãos uma na outra e sorriu. – Só porque eu sou bonzinho! Você vai para o ‘cu do judas’. – Bonfim riu e chamou um dos seus policiais. Conduz a nossa ex colega pra fora das instalações da delegacia, por favor.

Enquanto aquela policial era levada pra fora a Renatinha entrou e me entregou o meu celular.

- Desinfetado, delegado! O que você vai fazer com a vagabunda, Bonfim?

- Ela vai para o ‘cu do judas’. – Ele respondeu para a Renatinha.

- E porque não para a ‘casa do caralho’? – Renatinha perguntou indignada. A ‘casa do caralho’ era como chamávamos uma cidadezinha no norte do estado e onde aconteciam os crimes mais bárbaros, apesar de a cidade ser minúscula era o verdadeiro inferno, ser enviado para lá significava punição.

- Porque o delegado que está lá de castigo é meu amigo e eu gosto muito da esposa dele, ele não precisa desse encosto. – Bonfim riu e caminhou para sair da sala. – Amanhã arrumamos a sua porta, Moreno!

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