Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 608

“Manuela”

Flávio e eu ficamos ali nos olhando por um tempo, como se ele estivesse me dando tempo para absorver o que ele havia me dito. Depois de um tempo ele voltou a falar:

- Ótimo! Então agora você quer me contar por que você está assim tão cheia de neuras? Porque eu sei que tem um motivo, você é uma pessoa sensata, baixinha e se está assim, cheia de ciúmes é porque aconteceu alguma coisa.

- É que... – Minha voz embargou e saiu mais baixa do que eu queria. – Eu estou com medo.

- Medo? Medo de quê, baixinha? – Ele passou os polegares pelo meu rosto limpando as lágrimas.

- Medo que você se dê conta de que não gosta de mim tanto assim. Que você encontre alguém melhor e mais interessante e mais bonita e... – Minha boca foi calada com um beijo. Ele me apertou em seus braços e me beijou com tanto amor que derreteu todas as barreiras do meu coração, iluminou cada cantinho e foi como se estivesse arrancando de mim o medo. Depois me pegou no colo e saiu comigo do banheiro, indo se sentar na poltrona do quarto comigo em seu colo. Antes de voltar a falar ele deu um grande suspiro e me olhou, seus olhos transbordavam amor.

- Como eu vou te explicar, Manu, que você é mais do que pensei, mais do que imaginei, mais do que eu sempre quis, muito mais do que eu mereço? Eu não sei como explicar. Mas você é a única e maior certeza que eu tenho na vida, eu nunca quis nada e nem ninguém como eu quero você. Eu te amo, baixinha, tanto que às vezes parece que nem cabe em mim esse amor. A única dúvida que eu tenho é se eu te mereço, porque você é linda demais, incrível demais, perfeita demais. E eu sou só eu, um homem cheio de defeitos, estressado e bem mais velho que você. Eu também tenho medo. Eu morro de medo que um cara mais ou menos da sua idade apareça e roube você de mim. Quem não tem garantias aqui sou eu, Manu! Porque eu fui o primeiro em muitas coisas na sua vida e talvez um dia você queira... Eu nem posso pensar nessa possibilidade. – Ele deu um riso curto, como se avaliasse a situação. – Eu estou nas suas mãos, baixinha, e sempre deixei isso claro.

- É impossível que alguém me tire de você, não existe ninguém mais pra mim, eu não vejo mais ninguém. Você é tudo pra mim, Flávio, é onde o meu mundo começa e termina. E eu estou morrendo de medo se não ser suficiente pra você.

- Minha baixinha linda, de onde você tirou isso? Você está assim há dias e eu não consigo entender por que.

- É que você foi atrás da Sabrina pedir explicações. Eu só acho que se ela não te interessasse mais você não precisaria das explicações dela. – Pronto, eu falei o que estava engasgado. – E eu tentei mesmo entender, mas não consigo. E se você precisa das explicações dela, talvez você esteja se dando conta de que não a esqueceu. – Nesse momento o Flávio soltou uma grande gargalhada e eu fiquei sem entender o motivo.

- Baixinha, não precisa se sentir ameaçada pela Sabrina, eu justamente fui atrás das explicações dela para poder virar essa página de vez. Eu sou um delegado, a curiosidade e a vontade de investigar as coisas é algo muito natural em mim. Eu não queria que mais tarde a curiosidade sobre os motivos da Sabrina para ter feito tudo o que fez me assombrassem. E eu precisava entender o que deu errado com ela, se a culpa foi minha, para que eu não volte a cometer os mesmos erros e faça você me deixar, porque eu não suportaria te perder, então eu só resolvi o assunto e tirei isso da cabeça de uma vez. E, sendo bem sincero, baixinha, a história dos abortos me deixou mal, eu teria procurado a Sabrina antes, mas aconteceram muitas coisas com você. Baixinha, ela fez três abortos de filhos que poderiam ser meus, eu não vou mentir, isso me afetou muito e eu precisava entender porque ela fez o que fez.