“Manuela”
Depois que consegui soltar a Olívia, passei a foto para a Lisa que olhou em choque para a Olívia.
- Nããããooo! Isso é incrível! Olívia, você arrasou paris em chamas, minha filha! – Lisa nos fez rir.
- Olha, Lisa, eu já arrasei em Paris em um desfile uma vez, mas não tinha nada de chamas. – Olívia brincou e sorriu. – Não, espera, se bem que teve sim, foi quando eu agarrei o Camilo... menina, Paris pegou fogo mesmo!
Nós gargalhamos da Olívia, ela sempre contava sobre Paris, dizendo que foi lá que ela perdeu a paciência com o meu irmão e literalmente o agarrou, cansou de esperar e resolveu agarrá-lo para ele entender de vez o que ela queria com ele.
- Anda, Manu, abre a caixa. Eu tive cuidado para preservá-lo. Quando o Flávio ligou dizendo que ia te pedir em casamento eu o busquei no meu depósito e levei ao ateliê de um amigo meu, para que ele visse se precisava de algum conserto. Mas ele me disse que está em perfeito estado. Ele apenas o higienizou e me entregou hoje. – Olívia explicou.
Com cuidado eu tirei a tampa da caixa e peguei o cabide com a capa. O suspendi na minha frente e não segurei as lágrimas. A Lisa veio até mim e me abraçou e a Olívia pegou o cabide das minhas mãos, pendurou num ganchinho atrás da porta do quarto e tirou a capa. Ele estava ali, na minha frente, lindo e perfeito, o vestido de noiva da minha mãe, o vestido que ela usou para se casar com o meu pai.
- É lindo! – Lisa comentou admirando o vestido.
- Lindo e atemporal. Minha sogra tinha bom gosto! Ele é todo confeccionado em musseline de seda e tule point d’esprit, foi feito por um designer que hoje em dia faz sucesso entre as noivas, mas na época ainda estava começando a carreira. A técnica dele é impressionante. – Olívia completou.
Era um vestido leve, fluido, não tinha nenhum bordado, tinha a saia em “A”, sem calda, com um cinto do mesmo tecido. O corpete dele na frente era do mesmo tecido da saia, coberto pelo tule que tinha poás e desenhos de pequenas flores. O tule se estendia até as costas formando um grande decote em “V”, sobrepondo sobre ele um drapeado do tecido da saia. As mangas eram de tule e iam até os cotovelos. Era o vestido perfeito, não só por ter sido o vestido da minha mãe, mas era o meu vestido perfeito, o vestido dos meus sonhos.
- Manu, você não tem que usá-lo, mas agora ele é seu. Se você quiser, eu posso guardá-lo novamente, mas ele é seu. – Olívia me observava tocar o vestido com as pontas dos dedos.
- Olívia, nesse momento eu acho que eu te amo mais do que a qualquer outra pessoa no mundo. – Eu solucei e a abracei.
- Nossa, até eu fiquei com ciúme! – Lisa bufou e eu ri.
- Vem, o véu está na outra caixa. Na verdade é uma mantilha. – Olívia apontou e eu fui até a outra caixa e a abri.
Era uma mantilha linda, feita com o mesmo tule do vestido, mas os poás eram bordados com pequenas pérolas e as florzinhas faziam todo o contorno da peça. Era linda e delicada, assim como o vestido.
Eu não conseguia parar de chorar, estava tão emocionada! Tocava aquelas peças com as pontas dos dedos e era como se sentisse a minha mãe ao meu lado, segurando a minha mão.
- Olha no fundo da caixa, Manu. – Olívia falou e eu olhei. No fundo da caixa estava o mesmo terço de pérolas com o crucifixo dourado que a minha mãe usava na foto, e uma presilha de cabelo que imaginei que acompanhasse a mantilha. – E então, você quer experimentar?
Eu estava tão imersa na visão do vestido e dos acessórios que eu ainda não tinha pensado em experimentar, mas quando a Olívia falou, os meus olhos brilharam. As meninas me ajudaram a colocar o vestido e a Olívia prendeu rapidamente o meu cabelo em um coque baixo, colocou o véu e a presilha e me entregou o terço.
- Sim! – Olívia sorriu. – Eu a chamava de tia. Ela sempre foi muito boa comigo. O Camilo e eu estudávamos juntos e nos tornamos inseparáveis desde o primeiro dia na escola. Era o meu único amigo e a sua mãe me tratava com carinho, como uma filha mesmo. Eu passava as tardes na fazenda e no fim do dia ela me levava em casa. Eu era uma criança pobre, Manu, você sabe, fui criada por uma tia que assim que viu uma oportunidade de se livrar de mim ficou muito agradecida. Foi quando a minha empresária esteve na cidade e me viu, ela falou com a minha tia que eu poderia ser uma grande modelo e ofereceu um adiantamento em dinheiro do contrato, minha tia nem quis saber, pegou o dinheiro e me entregou para a mulher sem nem perguntar nada. Para a minha sorte era uma pessoa boa e séria. Eu tinha treze anos. A vovó foi a única que se preocupou, ela quis conhecer a minha empresária e exigiu informações e manter contato. Eu ligava para o Camilo todas as segundas à tarde na casa da vovó.
- Eu não sabia dessas coisas, Olívia. – Percebi que a Olívia era muito mais incrível do que eu sempre pensei. Ela tinha tido uma vida difícil e minha mãe e o Camilo foram importantes pra ela.
- Já faz muito tempo! Eu tive vocês, sua mãe e seu pai, a vovó e o vovô, você e meu Camilo, meu porto seguro! – Olívia sorriu.
- Ai, Olívia! Você precisa ser tão perfeita? Linda, de bem com a vida, gente boa pra caramba e ainda por cima ter bom coração. Agora é o meu padrão de pessoa incrível! – Lisa enxugava as lágrimas e nos fez rir.
- Ah, Lisa, mas você é tudo isso também! – Olívia sorriu pra ela. – Mas, Manu, é esse?
- Diz sim, pelo amor de deus, ou eu roubo esse vestido pra mim. – A Lisa era muito engraçada.
- Mil vezes sim! – Eu sorri com a certeza de que não havia a mínima possibilidade de existir um vestido mais perfeito pra mim.
- Espera. – Olívia pegou o celular e tirou uma foto. – Vou avisar a Melissa que já temos o vestido, mas vou mandar a foto pra ela, se não ela me mata.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......