“Flávio”
Eu estava pronto para me casar! Estava de pé em frente ao espelho, vendo a minha imagem ali refletida, um terno bege claro, camisa branca e sem gravata. Estava mais nervoso do que imaginei que ficaria e muito ansioso para ver a baixinha vestida de noiva.
- Mas olha só que elegante! Como está o noivo do ano? – Patrício entrou no quarto sorridente como sempre.
- Menos estressado desde que você e a Lisandra resolveram fingir que se suportam. – Encarei o meu amigo. Dois dias atrás eu precisei chamar a atenção dele e da minha irmã, pois eles estavam se comportando como duas crianças birrentas e a baixinha estava ficando muito chateada com isso.
- A culpa não foi minha! – Patrício logo se defendeu.
- Não se faça de santo! Eu não entendo, sabe, você é o cara mais gente boa que eu conheço, como não consegue se dar bem com a minha irmã?
- Sua irmã é que não consegue se dar bem comigo. – Patrício riu. – Mas nós demos uma trégua, por você e pela Manuzinha.
- Então não deixa a Lisa comer aqueles empanados de camarão. Você sabe que ela é alérgica e às vezes ela não presta atenção no que come.
- Pode deixar que eu vou ser uma ótima babá para a esquisita. – Patrício sempre chamava a minha irmã de esquisita ou bicho do mato.
- É a minha irmã, Patrício! – O alertei e ele riu.
- E é só por isso que eu a suporto. Olha, Moreno, nós somos amigos há muito tempo e eu nunca me dei bem com a sua irmã, isso não é nenhuma novidade e também nunca te incomodou, eu espero que não incomode agora. – Patrício tinha razão até certo ponto.
- Eu não vou deixar de ser seu amigo porque você e a minha irmã não se entendem, mas eu preferiria que se entendessem. Além do mais, Patrício, quando ela era criança eu entendia, ela é muito mais nova que a gente, mas agora a Lisa já é uma mulher.
- É, ela é uma mulher. – Patrício suspirou com as mãos no bolso olhando pela janela, parecia sopesar alguma coisa. – Eu espero que você se lembre disso. Bom, mas hoje eu vou me comportar como se sua irmãzinha fosse a pessoa mais adorável do mundo, você não poderá se queixar. – Ele voltou a sorrir.
- Obrigado! – Sorri para o meu amigo, eu sabia que ele e a Lisa se entenderiam uma hora ou outra, afinal ela agora estava no grupo das garotas e nós estávamos sempre juntos.
- Podemos entrar? – Meu pai apareceu na porta e eu fiz sinal para que entrasse. Ele estava acompanhado dos meus irmãos e da minha mãe. Eu olhei para o Patrício em tom de advertência.
- Meu filho lindo! – Minha mãe se aproximou e me deu um beijo.
- Maninho, você está gatíssimo! Passei para te dar um beijo e chamar o sem noção ali, está na hora do casamento. – Lisa apontou para o Patrício que deu um sorriso descaradamente falso pra ela.
- Me perdoe por ter tentado tirar isso de você! – Ela tinha os olhos marejados.
- Mãe, isso já ficou pra trás. – Eu a puxei para um abraço. – Agora vamos, estou louco para ver a baixinha.
Melissa e Olívia haviam se juntado para coordenar tudo, estavam de um lado para o outro organizando filas, conferindo trajes, dando instruções. Quando cheguei com a minha mãe elas me olharam de cima a baixo, paradas uma ao lado da outra.
- Manuzinha mandou bem com esse aí, né?! – Olívia comentou com a Melissa.
- Ô! Se mandou! Deixou o delegado de quatro! – Melissa respondeu e as duas riram, vindo até mim. – Barriga pra dentro, peito pra fora e respira, delegado! Dona Inês, a senhora está lindíssima.
Elas organizaram toda a fila e aos poucos foram feitas as entradas. A capela não era muito grande, mas era linda, tinha o teto todo feito em madeira, com grandes vigas envernizadas, ao longo das paredes laterais janelas enormes estavam abertas e deixavam o sol da manhã entrar, na parede atrás do altar havia uma enorme vidraça com vista para um jardim de flores brancas, lírios da paz e açucenas, e um gramado tão verde quanto esmeraldas, bem ao fundo haviam muitas árvores. Era um cenário lindo, em completa harmonia com a natureza. A capela estava toda adornada com as mesmas flores daquele jardim, como se fosse uma extensão dele.
Era chegada a hora da minha baixinha entrar, eu estava esperando por ela no altar com a sensação de que esperei por ela, por esse momento, a vida inteira. Minhas mãos suavam e eu estava muito ansioso, ainda bem que não estava usando gravata, pois ela me sufocaria. Para a minha surpresa, a música que começou a tocar não era a marcha nupcial, fixei meus olhos à frente e ela surgiu radiante em um vestido branco, de braço dado com o pai e carregando um buquê de flores brancas e um terço de pérolas. Parecia um anjo, com aquele véu esvoaçante pendendo de sua cabeça. Era a mulher mais linda que os meus olhos já haviam visto.
A cada passo dela por aquele corredor, sob os olhares admirados dos nossos melhores amigos e da nossa família, o meu coração se acelerava um pouco mais. O cantor entoava as notas da música “Junto a ti” e eu senti as lágrimas pinicando meus olhos. Cada verso daquela música era uma declaração de tudo o que aquela baixinha significava pra mim, ela era toda a minha felicidade, um anjo em minha vida, ela era um anjo que me dava vida, eu havia sido feito para ela. Eu queria passar todos os dias da minha vida ao lado dela e eu agradeceria todos os dias por ela ter me dado o privilégio de se tornar minha esposa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......