“Lisandra”
Eu tive uma noite horrível! O Patrício estava em todos os meus sonhos e eles iam desde beijos ardentes em uma linda praia até ele me colocando para fora da empresa a ponta pés, literalmente. Desde que eu comecei nesse trabalho eu estava sonhando muito com ele, isso parecia uma obsessão que eu não conseguia deixar. E tudo ficou ainda pior desde que ele me ligou e pediu para reservar o seu vôo de volta. Eu estava com os nervos à flor da pele. Ele chegaria no final da semana seguinte e iria direto para a fazenda da família da Manu, onde seria o casamento dela com o meu irmão.
- Bom dia! – Falei como um zumbi quando entrei na cozinha e vi a Manu tomando seu café, com os olhos brilhantes de quem tinha tido uma noite maravilhosa.
- Nossa! Você está péssima! – Ela me avaliou.
- Ah, obrigada, cunhadinha! Pena que não posso dizer o mesmo de você! – Brinquei com ela, que riu e balançou a cabeça.
- Patrício de novo? – Ela perguntou colocando a mão sobre o queixo para me ouvir.
- Sim! – Suspirei. – Pelo menos na segunda metade da noite, porque na primeira foram meu irmão e você, com todos aqueles barulhos no quarto, que me impediram de ter uma noite de sono decente. – Manu deu uma risadinha satisfeita.
- O que eu posso fazer se o meu grandão é uma delícia! – Ela deu um grande suspiro antes de continuar. – Mas o que foi dessa vez, ele te chutou para fora do escritório de novo ou te beijou em uma praia deserta?
Claro que a Manu tinha se tornado minha confidente, nos tornamos amigas e eu a adorava, mas desde o dia em que ela me flagrou chamando o nome do Patrício num sonho que ela sempre queria saber o que eu havia sonhado, só que nem tudo eu poderia contar.
- Dessa vez ele me despediu no seu casamento, no meio da sua cerimônia. – Eu estava chateada, porque não importava como seria, mas eu sabia que ele iria me demitir.
- Se ele estragar a minha cerimônia assim, o Flávio arranca a cabeça dele! – Manu riu e ela estava certa, meu irmão não toleraria nada que sequer ameaçasse o momento perfeito da Manu.
- Ai, meu irmão te ama tanto! Isso é tão lindo! Será que um dia eu vou encontrar um amor assim? – Sentei de frente pra ela com as mãos no rosto e sentindo a fumacinha quente do café subir da caneca até o meu nariz.
- Ah, eu também o amo tanto! E você vai encontrar o seu príncipe, como diz a Mel, só precisa deixar de lado essa obsessão com o... – Manu parou de falar e eu soube porque quando a voz do meu irmão rugiu atrás de mim.
- Declaração de amor cedo assim, baixinha? Gosto! – Meu irmão entrou na cozinha, ele era tão grande que ocupava praticamente todo o espaço. Ele se curvou e beijou a Manu, estavam vivendo num mundinho particular onde só havia amor e perfeição. – Eu também te amo! Mas me diz, qual é a obsessão da vez da minha irmã?
- Ah, o de sempre, você sabe, essa idéia fixa de que o Patrício vai demiti-la. – Manu explicou, ela não mentiu, porque não conseguia mentir, mas disse uma meia verdade.
- E ele terá razão em fazer isso! Lisa, você não deveria ter deixado o Patrício enganado sobre você! Parece uma criminosa, fingindo ser outra pessoa, se escondendo. – O Flávio falou pela bilionésima vez que eu tinha que ter dito ao Patrício quem eu era.
- Mas, Flávio, foi ele quem não se lembrou de mim! – Tentei argumentar.
- Cento e uma? Você está contando? – Manu riu da minha tragédia.
- Cento e duas, na verdade, contando com o sonho dessa noite. Melhor dizendo, pesadelo! – Virei o resto do café na boca com uma careta, pois já estava frio.
Saímos para o trabalho e eu estava decidida, assim que chegasse ao escritório eu ligaria para o Patrício, contaria tudo e, se ele me desse tempo para falar, pediria desculpas. Eu não era orgulhosa, sabia pedir desculpas quando estava errada ou quando feria alguém. No caso, eu não achava que estava errada, mas se estivesse no lugar do Patrício ficaria muito chateada.
- Você vai mesmo ligar pra ele? – Manu perguntou quando entramos no escritório.
- Vou sim, agora mesmo! – Falei e ela me deu um sorriso em apoio.
Entrei em meu escritório e tinha uma sacola linda sobre a minha mesa, colorida e com um laço branco fechando as alças. Abri e dentro encontrei uma caixa de presente. Tirei a caixa e abri, dentro havia um cartão. Olhei os itens, eu sabia de onde vinham antes de ler o cartão. Era um xale de Manila, em seda, com lindos bordados de cores vivas e franjas, uma caixa de turrones e uma garrafa de licor de ervas de Mallorca. Eram itens espanhóis e só tinha uma pessoa que eu conhecia que estava na Espanha nos últimos tempos. Mas, não era possível, o vôo dele era só na semana seguinte. Com o coração acelerado, abri o envelope e tirei o cartão que dizia:
“Lisandra, começamos com o pé esquerdo. Eu realmente lamento não ter lhe dado atenção quando chegou. Mas você vai me conhecer e ver que eu sou até um bom chefe. Obrigado por todos os arranjos que você fez pra mim enquanto estive fora e por ter mantido as coisas em ordem no escritório. Vou me apresentar a você como se deve. Patrício Guzman.”
Eu queria que um buraco se abrisse no chão e me engolisse naquele momento. Saí correndo da minha sala, atravessei a recepção como um raio e entrei na sala do Rick.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......