Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 715

“Patrício”

Aquela reunião de famílias era algo pelo qual eu já esperava. Eu sabia como eram os meus pais e eu conhecia bem a família Moreno para saber que eles se reuniam para tudo. No fim das contas eu estava achando até divertido. Com os pais ali, o Flávio e o Raul não conseguiriam me intimidar, pois eu tinha os pais da Lisandra ao meu lado, de certa forma isso era muito conveniente.

Mas a Lisandra estava estressada com os visitantes, aquilo a pegou de surpresa e a deixou nervosa. A referência do Raul a casamento a fez perder a calma de vez. Eu olhei para a Lisandra e ela estava vermelha de raiva, olhei bem em seus olhos e percebi que havia medo ali. Será que ela pensou que eu fosse sair correndo porque o Raul estava tentando me intimidar com a menção de um casamento? Eu não iria, eu falei sério quando disse que queria ficar com ela e enquanto estivesse bom assim, aqueles dois irmãos dela não me fariam correr.

Segurei a mão da Lisandra e a sorri para ela, como que pedindo para que ela se acalmasse e garantindo que estava tudo bem. Ela me encarou e respirou fundo. Era como se estivéssemos nos entendendo no olhar, um olhar que durou poucos segundos, mas eu estava consciente de todos os olhos sobre nós. Depois, com calma, me virei para o Raul.

- Tenho certeza de que seus pais não querem que eu me apresse para colocar um anel no dedo da sua irmã, Raul. – Falei com um jeito calmo e relaxado, deixando claro que nada me afastaria dela, nenhum tipo de pressão.

- E não queremos mesmo! – O Sr. Moreno concordou comigo, como eu previ. Ele era realmente um ótimo aliado.

- Olha, garotos, nós estamos muito felizes que vocês dois estão se entendendo, isso parecia impossível. Mas nós temos experiência o suficiente para saber que vocês passaram muito tempo se estranhando e muito tempo sem se verem, então precisam se conhecer. Pra isso serve o namoro. O casamento é só para o momento em que nenhuma dúvida restar e vocês decidirem passar o resto da vida juntos e não porque nós gostaríamos que fosse assim. Concorda comigo, César? – Meu pai foi ponderado e eu notei que a Lisandra soltou o ar que prendia sem nem perceber. Eu continuava com a mão sobre a dela e fazia um carinho com o polegar, para que ela sentisse que eu estava com ela, que aquilo não havia me afetado.

- É isso aí! – O Sr. Moreno concordou. Mas o Raul não estava satisfeito e apelou para a mãe.

- Você também acha, mamãe? Não acha que a Lisa deveria se casar logo para continuar virtuosa? – O Raul era um provocador e a essa altura, e pela escolha de palavras dele, eu percebi que ele estava provocando a mim e a Lisandra, já se divertindo em nos ter contra a parede.

- Não seja ridículo, Raul! Sei bem o que você está insinuando, assim como sei bem como são os namoros hoje em dia. Vou te lembrar que sua irmã já teve um namorado, um namorado desagradável, à propósito. Se você acha que eu espero que sua irmã, aos vinte e sete anos seja virgem, pura e imaculada, você deve pensar que eu sou uma alienada. Coisa que eu nunca fui. – Dona Inês repreendeu o Raul.

Pelo canto dos olhos vi o desconforto da Lisandra e percebi que ela estava um pouco envergonhada, certamente não era confortável para ela ter a família na mesa do café da manhã discutindo a sua virgindade perdida na frente do atual namorado. Achei que precisava ir em socorro dela e tentar mudar o rumo da conversa.

- Muito bem! Dona Inês, a Lisandra é uma mulher virtuosa, fico feliz que a senhora não se prenda a puritanismos antiquados. – Sorri para a dona Inês e fui agraciado com o seu sorriso afetuoso. O Sorriso dela se parecia muito com o sorriso da Lisandra, embora fosse mais contido. – Mas agora que já aparamos as arestas, eu gostaria de convidá-los a se hospedar em minha casa, lá nós poderemos ficar todos juntos confortavelmente.

- Ah, Inês, o Patrício reformou a casa, ficou maravilhosa! – Minha mãe aprovava a idéia e logo a conversa voltava a um campo mais ameno.

- Ah, mas eu adoraria, Patrício! – Dona Inês parecia gostar da idéia também.

- Não, mãe, vocês vão ficar na nossa casa. – O Flávio reclamou.

- Não dessa vez, meu filho, você acabou de se mudar com a sua esposa, ainda precisam de privacidade. – O Sr. Moreno respondeu ao filho e depois se virou pra mim. – Nós ficamos felizes em aceitar o seu convite, Patrício. Até porque, acho difícil separar a Inês e a Lucinda.

A minha mãe e a dona Inês eram amigas há décadas, muito antes de se casarem e foi o Sr. Moreno quem apresentou os meus pais, pois os dois se tornaram amigos na faculdade, dois estrangeiros em Oxford. Quando terminaram os estudos, o Sr. Moreno quis voltar para Campanário e trouxe o amigo espanhol para passar um período e o meu pai não foi mais embora, transferiu os negócios possíveis para Campanário e viajava a Espanha de tempos em tempos para cuidar do que havia ficado lá. Eu só não sei se ele se apaixonou primeiro por Campanário ou pela minha mãe.

- Bom, então está resolvido. – Conclui alegremente.

- Roubou a minha irmã e agora vai roubar meus pais... – O Flávio resmungou ao meu lado enquanto as conversas continuaram ao redor da mesa.

- Você deveria me agradecer, vai poder se dedicar bastante a sua baixinha. – Eu ri. – Mas se quiserem, vocês podem se hospedar lá em casa também, há quartos o suficiente!

- Não, eu estou ansioso para voltar pra casa. – O Flávio sorriu.

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