“Lisandra”
O Patrício sentir ciúmes de mim significava bastante coisa, mas ele dizer que não queria me perder era o que mais deixava o meu coração feliz. O jantar na casa dele seguiu o ritmo do almoço, mas com todos os amigos lá, foi divertido e agradável. Mas quando a Melissa e o Nando se despediram eu aproveitei a deixa.
- Mel, posso ir com vocês? – Eu perguntei baixinho para a Melissa, não queria que o Patrício tivesse que sair de casa para me levar àquela hora da noite, mas ele ouviu, apertou a minha mão e me segurou.
- Eu diria que sim, mas pela cara do seu namorado eu acho melhor dizer que não. – Melissa riu para o Patrício.
- Ah, querida, você deveria dormir aqui, amanhã vocês passam no seu apartamento antes de ir para o trabalho. – Tia Lucinda também havia ouvido e sugeriu que eu ficasse, eu fui ficando cada vez mais sem saber o que fazer ou o que dizer.
- Ah, tia, mas eu não tenho nada aqui, nem a escova de dentes. – Falei em tom de brincadeira, mas ela me olhou séria.
- Esse não é o problema. – Tia Lucinda me encarou.
- Mel, eu vou levar a minha namorada em casa. E, mãe, a Lisandra ainda não se sente à vontade para ficar aqui. – O Patrício veio em meu socorro, mas ele disse uma meia verdade.
- Lisandra, não perca tempo olhando demais para o passado. Aquela moça ficou lá, no passado, e não aqui nas paredes desta casa, que aliás, parece uma casa nova, não há nada do passado aqui. – Tia Lucinda estava me dando um bom conselho.
- Eu sei, tia! – Sorri gentilmente para ela e não sabia como me desvencilhar daquilo.
- Então está decidido, você fica esta noite e tomamos o café da manhã todos juntos. – Tia Lucinda não estava convidando ou pedindo, ela estava definindo. Eu não sabia o que fazer, isso seria muito difícil. – E você, rapazinho, depois conversamos, porque eu sei muito bem que tem mais nisso do que vocês estão dizendo.
- Ninguém te engana, mãe! – O Patrício sorriu para a mãe.
- Não mesmo! – Ela foi em direção aos outros anunciando alegremente que eu passaria a noite e tomaríamos o café da manhã todos juntos.
- É, palerma, a sua mãe é das minhas! Quero ver você se livrar das boas verdades que ela vai te dizer. – Melissa sorriu. – Lisa, acho que você ficou presa nessa ratoeira. Mas fica tranquila, pensa que você é o queijo que vai pegar o ratinho. – Melissa piscou para mim e se virou para o Nando. – Vamos, meu príncipe!
- Patrício, eu... – Ele me abraçou, um abraço quente e carinhoso.
- Meu doce, você ouviu a minha mãe e ouviu a Mel, aparentemente as duas sabem o que dizem. Vamos deixar o passado no passado e você pega o seu ratinho. – Ele riu, aparentemente sem nenhuma preocupação.
Eu não sabia o que dizer ou o que fazer. O Patrício parecia muito tranquilo em me ter ali, mas eu não estava tão confortável, pois eu sabia a minha situação e conhecia bem a condição. Voltamos para a sala e na primeira oportunidade que tive fui para a cozinha atrás da Wanda. Ela estava sentada no balcão fazendo alguma anotação, a cozinha já estava impecavelmente limpa e organizada.
- Wanda... – Chamei ao entrar e fui me sentar ao seu lado.
- Lisa! – Ela me encarou. – Que carinha é essa?
- Vou ter que passar a noite aqui. – Cruzei os braços sobre o balcão e apoiei a minha cabeça.
- Não, não tem, mas tem sorvete de pistache! – Meus olhos brilharam, eu não resistia a sorvete de pistache. – Seu sabor de sorvete preferido. – Ele brincou com uma mecha do meu cabelo.
- Como você sabe? – Minha voz saiu em um sussurro.
- Eu sei muitas coisas sobre você. – Ele encostou a testa na minha. – E sei que nesse momento sua cabecinha está pensando em um plano de fuga. Mas a alergia não vai te salvar hoje.
Ele deu um beijo na minha testa e se afastou. Olhei em volta e a Wanda já tinha sumido dali. O Patrício foi até o freezer e pegou um pote de sorvete, abriu uma gaveta e tirou duas colheres, abriu outro armário e pegou um vidro de calda, depois se sentou ao meu lado e abriu o pote de sorvete. Ele se movia pela cozinha com naturalidade e eu gostei de vê-lo ali tão à vontade.
- Calda de caramelo! – Ele me mostrou o vidro, demonstrando que havia mesmo prestado atenção em mim, ao contrário do que eu pensava.
Ele despejou a calda sobre o sorvete e me entregou uma colher, depois encheu de calda e sorvete a colher que estava em sua mão e levou à minha boca. Instintivamente eu abri a boca e ele me deu o sorvete. Eu me deliciei com aquele sabor gelado. Mas no segundo seguinte eu me arrependi, isso era íntimo e certamente seria uma lembrança. Minha mente explodiu quando eu o imaginei derrubando a cozinha.
- Não me diga que o sorvete está ruim. – Ele riu, me observando.
- Não é isso. – Respondi, mas antes que eu falasse qualquer coisa mais ele se adiantou.
- Deixa eu ver. – Ao invés de pegar uma colherada de sorvete e colocar na boca, ele me beijou, sem cerimônia. Antes que eu me desse conta eu já estava perdida em seus braços, entregue aquele beijo. – Huumm! Agora é o meu sorvete preferido também. – Ele falou baixinho. – Não pensa demais, meu doce.
- Eu não consigo! – Minha voz saiu estrangulada e eu estava quase me desesperando.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......