“Patrício”
Abotoei sem pressa os botões que eu havia aberto da blusa da Lisandra. Ela me olhava nos olhos enquanto eu fazia isso. Quando terminei eu a beijei antes que ela saísse do meu colo. Ela acordava tão linda, descabelada e com os olhos preguiçosos. Ela saiu do meu colo e ficou de pé, abaixou a saia e, com as mãos nos quadris, ondulou o corpo para ajeitá-la, daquele jeito que me deixava hipnotizado com as suas curvas. Eu olhava para ela descaradamente.
- Apreciando a vista? – Ela sorriu ao perguntar.
- Sempre! Mas você sabe, é uma vista maravilhosa! – Seu sorriso se alargou com a minha resposta. Eu me sentei na ponta do sofá e estendi minha mão para ela. – Vem cá! – Ela veio de bom grado e se sentou em minha perna. – Você dormiu bem?
- Sim, eu sempre durmo bem com você. – Sua declaração fez o meu peito se encher de alegria.
- Então precisamos fazer isso sempre, porque eu também sempre durmo bem com você.
- Que ótimo, somos o remédio contra insônia um do outro. – Ela deu uma risada leve.
- Mas eu também gosto muito de ficar acordado com você. – Brinquei com seu cabelo e ganhei um beijo em resposta. Ela parecia mais relaxada, mais confiante.
- Melhor irmos para o meu quarto antes que eu te jogue nesse sofá e não me importe com quem nos flagrar da próxima vez. – Brinquei, mas seu corpo ficou rígido, como se ela estivesse acordando e voltando ao estado de tensão da noite anterior.
- Estão nos esperando para o café. E nós temos que ir trabalhar. O meu chefe é muito exigente. – Ela brincou, mas eu sabia o que ela estava querendo disfarçar.
- Abotoa a minha camisa pra mim? – Pedi tentando mantê-la ocupada comigo e relaxada.
- Que manhoso! Você mesmo pode fazer isso. – Ela brincou.
- Posso, mas eu adoro ter as suas mãos em mim. – Confidenciei a ela.
- Eu prefiro tirar a sua camisa. – Ela respondeu no mesmo tom baixo que eu usei.
- Fique à vontade!
- Melhor evitar um flagra dos nossos pais. – Ela sussurrou e começou a abotoar cada botão aberto, deixando só o do colarinho desabotoado.
Depois de mais um beijo nós saímos daquele sofá que já era o meu móvel preferido da casa. Eu passei dias evitando algo que estava sendo tão bom, tê-la em minha casa era como um sopro de vida. Me deixava feliz e ansioso para tê-la por aqui cada vez mais. Como eu fui idiota! A Melissa tinha razão de me chamar de palerma.
Já estavam todos reunidos na sala de estar quando saímos da sala de jogos no subsolo e passamos por ali. A cada passo que eu dava em direção a escada para o segundo andar eu sentia a mão da Lisandra se tencionando junto a minha.
- Filho, vocês dormiram no sofá? – Minha mãe nos abordou. – Devem estar com os corpos doloridos.
- Sim, mãe! Bom dia! Nós pegamos no sono vendo um filme. – Expliquei e dei um beijo no rosto da minha mãe.
- Você deveria ter levado a Lisa pra cama, ela deve estar exausta e com dor nas costas. Eu não te ensinei a ser um cavalheiro, meu filho? – Meu pai reclamou.
- Acho que não, Alonso! – O Raul respondeu me encarando.
- Quem diria que depois de tanto se estranharem você estaria apaixonado pela minha filha! – O sorriso dele era genuíno. – Ah, você ainda não sabe. – Ele pareceu ler as entrelinhas na minha expressão confusa.
- Sr. Moreno, eu... – Eu queria me explicar, mas também nem sabia o que dizer e para minha sorte ele me interrompeu.
- Meu rapaz, eu sei. Já passei por isso. Sabe, eu só percebi a existência da Inês quando voltei de Oxford. Ela era uma linda jovem, minha filha se parece muito com a mãe. Mas, então, eu me achava esperto demais para me interessar por uma mocinha do interior que estudou a vida inteira em um colégio interno católico e que tinha modos de uma freira. – O Sr. Moreno riu e continuou sua história. – Eu era um cidadão do mundo, já havia conhecido muitos lugares e estava interessado em mulheres mais cosmopolitas. Mas quando eu voltei de Oxford, ah eu não tive chance! Comecei a sair com ela, me enganava dizendo para mim mesmo que só estava atraído por ela porque era muito linda e eu queria passar o tempo naquela cidadezinha. Mas quando me dei conta eu já estava aos pés dela. E eu quase a perdi. Um dia ela veio se despedir de mim na empresa, disse que os pais a mandariam para a faculdade no Canadá. Eu fiquei louco, não podia perdê-la, me dei conta de que a amava.
- E o que o senhor fez? – Eu não conhecia essa história e fiquei curioso.
- A pedi em casamento! Nos casamos seis meses depois. Seus pais foram nossos padrinhos. Porque o seu pai sempre foi mais esperto que eu, ele amou a Lucinda no instante em que a viu de longe caminhando na praça ao lado da Inês, e ele aceitou isso. Mas a sua mãe o fez sofrer um pouco. – O Sr. Moreno riu.
- Como o senhor teve certeza, Sr. Moreno? – Me atrevi a perguntar.
- Eu tive certeza porque o medo que eu senti de perdê-la foi maior do que o medo que eu sentia de que o nosso relacionamento desse errado por eu estava enganado sobre os meus sentimentos. Mas fica tranquilo, Patrício, ela te ama e está disposta a esperar que você descubra o que sente. E no momento certo, você descobrirá.
- E como o senhor sabe que eu estou apaixonado por ela?
- Seus olhos brilham quando a vêem, como se não existisse ninguém mais no mundo. – Ele sorriu, bateu a mão em meu ombro mais uma vez e se afastou.
Eu voltei a olhar para a Lisandra e então ela olhou diretamente para mim, me viu ali e sorriu, depois jogou um beijo no ar para mim e isso fez o meu coração disparar de alegria.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......