“Lisandra”
Os dias foram passando e o Patrício e eu ainda não tínhamos nos resolvido e as nossas disputas diárias, com provocações e discussões, voltaram a ser como no início, como eram logo que ele voltou de viagem. Geralmente ele me chamava de garotinha mimada e eu ficava cega de raiva, depois ele deixava algo sobre a minha mesa como pedido de desculpas e eu devolvia e nós voltávamos a discutir. Era um ciclo infinito.
Já havia se passado um mês desde que eu o flagrei com aquela mulher e descobri que estava grávida, mas minha gravidez ainda era um segredo. Eu também não havia buscado minhas coisas na casa dele, eu queria que ele as devolvesse e nós brigávamos por isso também. Eu confesso que cada vez que ele dizia que as minhas coisas estavam na “nossa” casa eu ficava balançada, mas quando ele me dizia que me amava e que não desistiria, eu tinha vontade de esquecer tudo e agarrá-lo.
Para não ir trabalhar de tênia e moletom todos os dias, acabei conseguindo um uniforme como os das recepcionistas da empresa, que era um vestido azul marinho bem bonito, então eu trabalhava de uniforme e em casa me virava com as roupas que eu tinha na mala que levei para a fazenda, que foram as únicas coisas que me sobraram.
Mas eu já estava cansada desse cabo de guerra. No meio da manhã eu consegui escapar do Patrício, que parecia andar me vigiando e reclamava sempre que não me encontrava em minha mesa. Eu chamei a Manu para um café e percebi que ela estava muito chateada ultimamente, pois ainda não tinha conseguido engravidar. Eu tentei consolá-la, mas eu me sentia culpada por estar grávida e ela ainda não. Ela teria uma consulta e eu não poderia ir, pois o Patrício estava me atormentando com uma conferência que ele exigia que eu participasse. Era puro capricho dele e eu sabia.
Mas o Patrício me encontrou tomando café com a Manu e não poupou esforços para me irritar. Eu tentava manter a minha voz indiferente, pois isso o deixava louco de raiva. Mas ele era impossível.
- Vamos, Sr. Guzman, vou lhe entregar seus relatórios. – Eu bufei e saí com ele em meu encalço.
- Você anda muito relapsa, Lisandra! – Ele reclamou atrás de mim quando entramos em sua sala.
- Ah, Patrício, não seja dramático! – Eu falei já irritada com as suas manobras. Peguei os relatórios sobre a mesa e os entreguei para ele. – Como eu disse, sobre a sua mesa. – Mas ele estava sorrindo e eu não entendi porquê.
- Voltei a ser o Patrício! – Ele abriu ainda mais o sorriso e se aproximou. Isso significa que logo logo eu volto a ser o seu “cariño”. – Ele era um convencido isso sim, mas eu tive que morder o lábio para não rir.
- Não seja convencido! – Eu o empurrei e me afastei, voltando para a minha sala.
Nós havíamos acabado de sair da conferência quando a Manu chegou. Eu estava ansiosa para saber o que o médico havia falado pra ela. Quando ela me contou que estava grávida eu quase gritei de alegria, mas a Manu queria esperar o terceiro mês de gestação para contar ao Flávio. Mas será que eu deveria esconder que estava grávida por mais tempo? Eu não sabia o que fazer. A minha gravidez era um segredo que já estava ficando difícil guardar, embora a barriga ainda não aparecesse. Eu decidi conversar com a Melissa e pedir um conselho. Mas as coisas ainda iam se complicar mais.
No fim da tarde eu senti uma vontade incontrolável de comer um bolo de nozes com cobertura e recheio, e, me esgueirando para que o Patrício não me visse sair, fui até a confeitaria que tinha em frente ao escritório. Mas antes que eu entrasse na confeitaria eu fui cercada por um rosto conhecido.
- Lisandra, oi! – O Dr. Gabriel, o médico que havia descoberto a minha gravidez parou diante de mim.
- Dr. Gabriel, que surpresa! Dando um passeio? – Eu sorri amigavelmente para o médico.
- Quase isso, vim atender a um paciente aqui perto. E você? – Ele era tão gentil, tinha uma voz tão calma, que me fazia sentir tranquila.
- Eu trabalho aqui em frente. – Apontei para o prédio.
- Você tem tempo para um café? – Ele perguntou gentilmente e eu senti uma mão grande tocar a minha cintura.
- Não, ela não tem tempo para um café! – O Patrício apareceu ao meu lado, vindo não sei de onde.
- Patrício! – Eu o repreendi, mas ele não se intimidou.
- Desculpe, quem é você? – O médico olhou para o Patrício confuso.
- Eu sou o namorado dela! – Ele pensou por uma fração de segundo e decidiu falar mais. – Não, vou deixar mais claro, eu sou o futuro marido dela, o homem que ela ama. Então, pode tirar esses olhos compridos de cima dela, porque ela é minha! Entendeu?
- Você está dizendo que é culpa minha ela ter te beijado?
- Não, Lisandra! Eu estou dizendo que você se ofendeu, mas você estava lá e não brigou por mim! Você sabe que eu te amo, eu já disse isso de milhões de maneiras e você sabe que é verdade, que é sincero. E você, diz que me ama tanto, mas você não luta por mim, nunca lutou! Você sempre só se sentou e esperou! Esperou quando eu me afastei de você, esperou quando a Virgínia voltou... aliás, não, vou ser justo, você não esperou, você se afastou. Porque quando eu te beijei no seu quarto você saiu correndo para o colégio interno e depois quando a Virgínia apareceu você quis sair correndo de novo e no dia daquele maldito beijo você fugiu! Eu te amo, Lisandra, mas eu quero que você lute por mim, eu quero que você defenda o nosso amor! Eu quero que você pare de fugir! E essa maldita birra, briga, picuinha, seja lá como você queira chamar, isso acaba aqui! Você está voltando pra casa e está voltando pra mim.
Ele estava com raiva, mas havia uma certa razão no que ele dizia. Mas naquele momento eu apenas senti o mundo girar em volta de mim e senti uma tontura que me fez cambalear eo meu estômago revirou. Eu dei um passo para trás e tateei, buscando pela poltrona que estava ali. Logo as mãos do Patrício estavam em mim e ele me ajudou a me sentar. Eu o ouvi chamar a Manu, mas parecia tudo longe e abafado. Eu não estava me sentindo bem.
- Lisandra, olha pra mim! – O Patrício chamava e um copo de água foi colocado em minha frente.
- Lisa, bebe um pouco de água. – Ouvi a voz da Manu.
- O que você tem? – O Patrício me olhava preocupado. A tontura estava passando e eu sabia que não era nada, que em alguns minutos eu estaria bem.
- Eu não tenho nada, foi só o estresse. – Eu respondi baixo e bebi a água que me foi oferecida.
- Não, isso não é só estresse, você ficou pálida demais. Eu vou te levar ao hospital. – Eu não queria ir ao hospital, mas talvez fosse melhor, resolvi não discutir e deixei que ele me levasse.
N.A.:
Meus ansiosos de plantão, olá! Queridos, eu sei que vocês ficam aflitos com três capítulos, mas tenham calma, eu tenho um compromisso com vocês de publicar todos os dias pelo menos três capítulos e levar o livro até o fim, e assim será. Essa estória está caminhando para o final e em breve o Rick vai chegar para viver o seu grande amor. Para aqueles que ficam aflitos e reclamam que a autora enrola, eu só digo que cada pequeno detalhe tem um motivo de estar onde está, são os contornos e reminiscências dos nossos personagens e das estórias que eles nos contam. Eu vou fazer uma surpresinha de páscoa para vocês, vai ser um domingo doce como chocolate, podem esperar. Mas eu estou pensando em uma coisinha antes disso, talvez eu os convide para um pequeno desafio. Beijo no coração.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......