Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 843

“Ricardo”

Eu cheguei em casa na hora do almoço e achei aquele lugar vazio demais. Eu tinha pensado em almoçar com a Ana, mas ela saiu com as garotas e eu estava bem contente com isso, sabia que com aquela tropa ela estaria segura e se divertiria. Depois eu pensaria em um presentinho para as meninas, elas eram incríveis, mas desde que descobriram que a Taís tinha me deixado elas foram ainda mais maravilhosas, me apoiaram de uma maneira que foi fundamental para eu me recuperar. E agora estavam acolhendo a Anabel no grupo, o que me deixava ainda mais feliz.

Eu comi rapidamente o sanduíche que havia comprado pelo caminho e deixei sobre a mesa da cozinha uma caixa com mini brownies para a Anabel, queria que ela soubesse que eu estava pensando nela. Rabisquei um bilhete e deixei sobre a caixa. Foi o tempo exato e o interfone tocou, era o corretor. Eu não estava muito empolgado, sabia que poderia demorar a vender a casa, em regra nunca se vende para o primeiro interessado.

- Rick, como vai? Esses são Lucas e Irina, eles estão interessados na casa. – O corretor apresentou o casal.

- Muito prazer, por favor fiquem à vontade. – Eu me afastei para que o corretor mostrasse a casa para aquele casal peculiar.

Eles pareciam bem apaixonados, mas era um casal curioso. A mulher, perto dos quarenta anos, era uma loura platinada, alta e magra, parecia uma modelo, tinha os cabelos até o meio das costas e nitidamente arrumados em um salão. Ela usava roupas elegantes e certamente caras e um louboutin branco altíssimo, com o salto tão vermelho quanto o solado. Suas orelhas, pulsos e dedos estavam adornados com jóias que eram sofisticadas demais para alguém que queria comprar uma casa classe média como a minha. Já o homem, uns anos mais novo, deveria ter menos de trinta, vestia um jeans moderno e tênis caríssimos que pareciam deixá-lo ainda mais jovem. Seus cabelos um pouco mais compridos pareciam metodicamente desalinhados e seu olhar blasé para o que via lhe davam um ar de típico artista torturado. Eram um par incomum e se percebia bem quem assinaria o cheque caso eles ficassem com a casa.

- Ai, gatinho eu adorei! É tão aconchegante, discreta, charmosa. E tem o quintal e olha quanta luz entra por essas janelas. E você pode montar o seu studio no andar de cima. – A mulher parecia muito empolgada com o imóvel e eu observava aquilo com certa curiosidade, a casa não era o tipo de lugar onde uma mulher como ela moraria.

- Ah, pantera, eu preferia um loft no centro. Eu ficaria mais perto da agitação. – O rapaz reclamou e eu achei engraçado a forma como se tratavam, caía bem.

- Mas é exatamente por isso que nós estamos vendo essa casa, gatinho, nós precisamos ficar longe da agitação. – A mulher colocou a bolsa e os óculos escuros sobre a mesa e abraçou o rapaz, falando com ele como se fosse a mãe.

- Eu não sei, pantera. Você prometeu que seria o que eu quisesse. – O jovem reclamou e eu quase ri, começaria ali uma disputa.

- O que você quiser, desde que seja um lugar discreto. Olha, gatinho, você vai poder pintar seus quadros com tranquilidade. Vamos dar mais uma olhada. – A mulher insistiu e puxou o rapaz pela casa. O corretor foi atrás falando toda a ladainha das maravilhas do imóvel outra vez.

Quando voltaram a decisão havia sido tomada. O jovem foi convencido a aceitar o imóvel, aparentemente a clarabóia que tinha no quarto do andar de cima foi o ponto determinante para convencê-lo.

- Rick, nós adoramos a casa. Você vai vender mobiliada? – A mulher tinha uma voz rouca típica de uma fumante.

- Sim, totalmente mobiliada. E se vocês quiserem, podem se mudar na próxima semana. – Eu confirmei, não levaria nada daquele passado para a minha nova vida.

- Perfeito! Gaspar, pode fazer os papéis. A escritura fica no nome do Lucas, você sabe. E seja discreto, eu estou te pagando muito bem por isso. – A mulher alertou o corretor e isso me deu a impressão de que aquela relação não era pública.

- Não se preocupe, Irina. Você sabe que conta com a minha discrição. – O Gaspar garantiu.