“Anabel”
Eu já estava cansada de olhar para as paredes quando a mensagem do Rick chegou no meu celular dizendo que a Melissa, a Lisandra, a Samantha, a Manuela e provavelmente a Catarina, viriam conversar comigo e eu fiquei animada com isso, evitaria que eu ficasse pensando em como o meu pai me castigaria dessa vez.
As garotas não demoraram a chegar e, como o Rick previu, a Catarina também estava com o grupo. Elas chegaram animadas, com grandes sorrisos e uma caixa com bolinhos de chocolate.
- E aí, Anabel, como você está? – Melissa parecia a líder do grupo, quem organizava, capitaneava e distribuía tarefas.
- Bem, Melissa. E vocês?
- Preocupadas com você! – A Catarina parou em minha frente e me avaliou. – Pelas olheiras, você teve uma noite difícil.
- Não, o Rick não permitiu que a noite fosse difícil. – Eu sorri.
- Pode até ser, mas seu dia está péssimo, hein?! Olha o assassinato da moda, gente. Quê isso? Cabem umas três de você dentro dessa roupa. – A Samantha se aproximou rindo. – Não, nós precisamos dar um jeito nisso.
- Eu estou com medo de ir pra casa e o meu pai aparecer por lá. Ele está... irritado. – Eu suspirei.
- É, nós estamos sabendo. Você acha que ele faria alguma coisa com você só por causa de um vídeo na internet? – A Lisandra perguntou. As garotas foram se sentando e me puxaram para o sofá.
- Ele sempre faz. Há dois anos atrás eu encontrei essa mulher num salão de beleza, então, no dia seguinte o vídeo estava na rede, viralizando de novo. Ele foi até o meu apartamento e a coisa ficou feia.
- Você quer nos contar sobre isso? – A Manuela perguntou com voz suave.
- Ele me bateu. Um olho roxo, marcas de cinto nas costas e nas pernas, alguns arranhões. Ele usa a fivela do cinto para causar mais dor. – Eu dei uma risada curta e sem graça. Eu já estava chorando, me lembrando do medo e do horror que eu senti aquele dia. – Depois ele me trancou no apartamento. Disse que se eu gritasse ele me mandaria para um sanatório no exterior. Ele tirou o telefone fixo, o celular e o interfone do apartamento. Eu fiquei trinta dias trancada em minha própria casa e sem poder pedir ajuda.
- Mas o seu irmão não fez nada? Ele deixa o seu pai te tratar assim? – A Lisandra me olhava e eu vi o horror que ela sentiu.
- Ele falou para o meu irmão que eu tinha viajado, que ficaria um tempo fora até esquecerem o vídeo. E pagou o porteiro para confirmar a história. E esse porteiro ainda trabalha lá e vive me vigiando e contando tudo para o meu pai. – Eu lamentei.
- Você precisa se mudar de lá. – A Samantha comentou.
- Eu já pensei nisso. Mas para qualquer lugar que eu vá ele vai fazer a mesma coisa. Ele vai encontrar alguém que ele possa comprar para me vigiar e confirmar as mentiras dele.
- Ele sempre te bateu? – A Melissa quis saber.
- Começou depois que a minha mãe morreu e ele se casou com aquela mulher. Antes ele ignorava a minha existência. – Eu respirei fundo. – Talvez porque ele descontasse as frustrações dele na minha mãe. Ele batia nela, não era na nossa frente, mas eu via as contusões. Ela estava sempre de calças e mangas compridas, golas altas e muita maquiagem.
- Então você sabe disso. – A Melissa falou e eu a olhei curiosa, ela percebeu e explicou. – O pai do Rick, ele sabe que seu pai agredia a sua mãe. Ele tentou ajudá-la uma vez, mas ela não quis prestar queixa.
- Agora todas nós queremos abraço, porque todas nós acreditamos em você! – A Catarina falou e as garotas se fecharam ao meu redor me acolhendo num grande abraço. Eu me senti acolhida e protegida pela primeira vez na vida.
- Agora para de chorar, porque nós vamos dar um jeito nesse assassinato da moda. – A Samantha sorriu e eu olhei para as roupas do Rick no meu corpo, largas demais.
- Você não está pensando em cortar, né? Essas roupas são do Rick. – Eu comentei fungando.
- E ele deve ficar gatíssimo nelas, porque tudo o que aquele homem veste fica divino nele, mas em você, desculpa, mas faz você parecer uma trombadinha! – A Lisandra falou arrancando gargalhadas de todas, inclusive eu.
- Ai, ele é lindo demais mesmo! – Eu já estava suspirando pelo meu namorado. – Mas meninas, vocês acham seguro eu ir em casa?
- Meu amor, nós vamos é pro shopping! – Melissa riu. – Nós vamos nos divertir, nos mimar e relaxar, Ana. E seu pai não vai tocar em um fio de cabelo seu, isso eu te garanto. E pelo caminho a gente vai conversando.
A Samantha me fez ficar de pé e deu um nozinho na camiseta na minha cintura, dobrou o cós da calça, soltou o meu cabelo e passou um pouco de gloss na minha boca.
- É, querida, seu pai é um monstro, mas que genética maravilhosa que você herdou, porque você está vestida como uma trombadinha, mas é a trombadinha mais gata que eu já vi. – A Samantha me encarou com admiração e eu ri.
Nós saímos da casa e eu enviei uma mensagem para o Rick avisando que estava saindo para o shopping com as garotas. Pelo resto do dia elas me distraíram e me fizeram sentir feliz e protegida, incluída naquele grupo tão diferente e onde o amor e a amizade era um laço forte demais e inquebrável.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......