Quando chegamos ao karaokê o lugar estava completamente lotado. Levy deu nossos nomes na porta e um rapaz simpático, funcionário do lugar, nos conduziu até uma mesa perto do palco que estava reservada pra gente, chamando um garçom em sequencia.
Nos sentamos e pedimos as bebidas. Tinha um casal no palco cantando “Pintura íntima” do Kid Abelha de forma muito desafinada, mas todo mundo no bar cantava e incentivava os dois a continuarem. Era um ambiente muito descontraído, com uma energia incrível e todos riam, cantavam, dançavam, batiam palmas, assobiavam, como se estivessem no melhor espetáculo da terra. O lugar era bonito, com uma atmosfera à meia luz, e a banda era realmente sensacional.
Mal nos sentamos e a Virgínia já se inscreveu para uma música e foi obrigando todos à mesa a fazer o mesmo. Na minha vez dei uma enrolada nela dizendo que eu estava em dúvida sobre que música escolher.
- Ah, não, Catarina, nem vem. Você vai subir naquele palco hoje. – Ela exigiu.
- Tá bom, Vi, mas me dá um minutinho pra escolher a música. – respondi.
A noite estava indo bem, super divertida, e Levy se desdobrava em atenção e galanteios. As meninas todas já tinham ido ao palco cantar e os rapazes também. Levy argumentou que estava me esperando. Virgínia tinha uma voz linda e não tinha a menor inibição no palco.
Eu estava me divertindo muito, até que escutei alguém começar a cantar e o rebuliço das mulheres gritando “lindo, gostoso, vai cantar lá em casa”, uma verdadeira algazarra. Aquela voz, melodiosa meio rouca e muito afinada, cantava:
“No quiero separarme de ti / Ni siquiera un momento / No quiero perder el tiempo / Tu sabes que te quiero a morir / Que no soy de aspavientos / Y que me gusta lento”
Quando me virei e olhei para o palco, vi o Alessandro ali, cantando. Não é possível! Que coincidência! Será que ele nos viu? E minha pergunta foi respondida quando ele desceu do palco cantando e veio até mim, me puxou pela cintura e me abraçou começando a dançar comigo enquanto cantava. As pessoas em volta explodiram em aplausos e gritos de “sortuda”, “lindos”, enfim.
Alessandro foi me conduzindo com a dança. Cantando como se me fizesse uma declaração. Eu estava presa em seus braços e completamente sem reação. Por um momento minha mente se esvaziou, nada mais me importava, só estar nos braços dele. Eu passei meus braços pelo seu pescoço e nós dançamos, como fizemos no bar. Meu coração estava acelerado e eu estava ofegante. Ele tinha uma voz linda, era delicioso ouvi-lo cantar.
Fechei meus olhos e foi como se eu estivesse num sonho cheio de promessas de um futuro feliz. Quando a música acabou, pensei que eu iria despertar, mas Alessandro me apertou em seus braços e falou em meu ouvido:
- Vamos embora daqui, vem comigo, meu amor.
Por um momento eu quase saí com ele para onde ele quisesse ir, mas numa fração de segundo me lembrei do Levy e dos nossos amigos, eu não poderia fazer isso, o Levy não merecia. Me afastei dos braços do Alessandro e lhe disse.
- Não! Eu não posso simplesmente ir embora.
Voltei para a mesa com o coração descompassado e nem percebi que o Alessandro vinha atrás de mim. Quando cheguei a mesa vi Rick, Heitor, Nando e Patrício. Mas o que era isso? Como pode ser, em uma cidade tão grande, a gente se esbarrar de novo no mesmo lugar? Nunca pensei que eles gostassem de karaokê. Levy se levantou e puxou a cadeira para eu sentar.
- Mellendez. Está me seguindo? – Levy perguntou parecendo divertido, mas havia algo por trás dessa provocação, talvez um começo de irritação.
- Se enxerga, Levy, você não faz o meu tipo. Mas está querendo pôr as mãos no que é meu. – Alessandro respondeu todo cheio de si.
- Eu não teria tanta certeza de que é seu. – Levy provocou mais um pouco.
- E as senhoritas podem nos explicar o que estão fazendo com esses caras de novo? – Heitor perguntou cruzando os braços e encarando a Samantha.
- Querido, eu não tenho que te explicar nada! – Samantha respondeu sorrindo.
- Mas você tem que explicar muito, esposinha. – Rick falou todo irritado com a Taís.
- Maridinho, eu saí com amigos para me divertir. E eu te avisei. – Taís respondeu com um sorrisinho sacana para o Rick.
- Não, não, você disse que iria jantar com suas amigas, no feminino, todas mulheres. Aí eu te encontro em um bar toda sorrisos com o Levy e sua turminha. – Rick não estava satisfeito e não escondia isso.
- Vamos fazer o seguinte, nós já tivemos o enorme prazer de desfrutar de um delicioso jantar com essas belas mulheres e estamos nos divertindo muito aqui, então, por que vocês não se juntam a nós e se divertem também? Acho que estão precisando. Somos todos adultos, civilizados e que sabem se comportar, não é mesmo? – Angel sugeriu como se não estivesse rolando uma disputa de território ali. – Vocês concordam, moças?
- Ah, acho que tudo bem agüentar esses malas um pouco. – Melissa falou por nós. – Mas você, Fernando, vai precisar se desculpar muito.
- E você também, Ricardo, vai dormir no sofá por uns dias. – Taís decretou arrancando gargalhadas de todos e aliviando o clima tenso.
Alessandro e seus amigos se sentaram e o resto da noite transcorreu bem, com as provocações entre os homens e nós dando mais atenção ao Levy e seus amigos, o que deixava os outros ainda mais frustrados. Acabei subindo ao palco com as garotas e cantando “Perigosa” das Frenéticas e provocando muito todos aqueles homens que foram pra frente do palco e nos aplaudiam e jogavam beijos.
No fim da noite nós havíamos nos divertido muito e estávamos todas exaustas, alegres e um pouco bêbadas. Quando decidimos finalmente deixar o bar, havia até um clima de camaradagem entre os rapazes. Prevendo que o clima poderia ser estragado, Melissa se apressou em dizer:
- Senhores, vocês nos proporcionaram uma noite deliciosa! Obrigada! Mas agora, nós temos que ir garotas, já chamei nosso taxi.
- De jeito nenhum, vocês vão pra casa com a gente! – Fernando se opôs rapidamente.
- Sem chance, elas saíram conosco, então nós as levaremos para casa em segurança. – Leandro rebateu.
- Caladinhos, todos vocês! – Melissa impôs sua voz com seriedade. Ela era uma líder nata! – A noite foi mesmo ótima. Mas minhas amigas e eu voltaremos para casa de taxi. Somos mulheres independentes e capazes. E não é um namorado ou um marido – falou olhando para o Nando e o Rick – que vão tirar nossa liberdade de ir e vir. E vão todas dormir no apartamento comigo e a Cat.
- Ah, beldade, você fica ainda mais linda quando assume o controle, sabia. – Angel falou bajulando a Melissa e nós começamos a rir.
Nosso taxi chegou, nos despedimos dos rapazes e fomos pra casa, rindo das caras de bobos que aqueles dez homens lindos faziam sem acreditar que estavam mesmo sendo dispensados. Fomos todas para o nosso apartamento para fofocarmos sobre a noite e pensar em como castigar aqueles idiotas por terem nos rastreado. Seria uma noite do pijama, como a Virgínia disse.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......