Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 877

“Anabel”

Eu estava sentada em um canto naquela sala na delegacia, estava esperando para prestar o meu depoimento e, antes de vir para cá, já tinha passado pelo médico perito que fez as fotos e avaliou o meu pescoço. Mas eu estava inquieta, sabia que o Leonel, meu pai, chegaria em breve e eu não queria vê-lo. Mas, por outro lado, eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria que encará-lo.

- Bel. – O Don chegou e veio em minha direção. – Ele está lá fora com a Irina. Você não sai daqui enquanto ele estiver lá.

- Don, eu não posso fugir dele pra sempre. – Eu argumentei.

- Mas você não precisa enfrentá-lo hoje, Ana. – O Rick estava abraçado comigo e me sugeriu.

- Mas talvez seja melhor, aqui eu estou segura. Estou com todos vocês e a polícia. – Eu estava pensando e já era hora de deixar de ter medo daquele homem.

- Gente, a Ana precisa enfrentar esse demônio. – A Lisandra se aproximou. – Ela nunca vai se sentir segura de verdade se ela não fizer isso. Ela não é uma pobre menina assustada. Ela é uma mulher, dona do nariz dela e que precisa tomar as rédeas da vida dela.

- Obrigada, Lisa! – Eu olhei para ela realmente grata, ela parecia ser a única ali que me entendia. – É isso, gente, eu quero me sentir capaz, eu quero sentir que eu sou a única que tem poder sobre a minha vida.

- Eu não gosto disso, queria poder te proteger. – O Don passou uma mão no rosto e me encarou. – Mas parece que eu nunca pude.

- Don! – Eu me levantei e fui até ele. – E o que você fez nos últimos dois anos? Meu irmão, você precisa se perdoar! Não era seu dever me manter segura, era dever do meu pai. Mas o meu pai é um cretino. – Ele deu um riso triste e me abraçou. – Além do mais eu quero que ele veja que não me atinge mais e eu tenho um irmão grandão, um namorado forte e um segurança armado, para me proteger se precisar.

- E uma amiga psicopata saída do inferno! – A Melissa gritou e levantou a mão na outra ponta da sala, fazendo todos rirem.

- Está vendo? Eu tenho todos vocês e vocês fazem eu me sentir forte. Eu não vou me esconder mais. – Eu estava decidida. Eu sairia dali de cabeça erguida e enfrentaria o Leonel, a Irina e a Ilana.

- Muito bem, se é assim, você tem meu apoio sempre! – Meu irmão me deu um beijo na testa. – Quando for enfrentá-lo, arrasa com ele!

- Pessoal, preciso da Anabel e da Adèle. – O Flávio apareceu na porta da sala. – O Dr. Romeu acabou de chegar. Depois eu vou chamar os outros.

A Adèle e eu acompanhamos o Flávio até a sala em que a Ilana estava sentada e algemada, se fazendo de vítima para o advogado. O Dr. Romeu já estava lá e sorriu ao nos ver. O Flávio tomou o depoimento da Adèle e depois o meu. À medida em que íamos falando a Ilana ia gritando que era mentira, que fomos nós que a atacamos e todo o tipo de absurdos.

- Dr. Isidoro, é tudo mentira! Eu não fiz isso, elas se machucaram sozinhas. E esse delegado é um corrupto, está mancomunado com elas. – A Ilana era uma ótima atriz, eu tinha que admitir.

- Doutor, se a sua cliente continuar se dirigindo a mim com esse desrespeito eu vou acrescentar o desacato! – O Flávio alertou e o advogado fechou a cara para a Ilana e falou algo em seu ouvido, a fazendo se calar.

Depois que eu prestei o meu depoimento, o Flávio me liberou, mas antes de sair eu encarei a Ilana.

- Você foi longe demais, Ilana! E eu não entendo porque. Quando sua mãe se casou no Leonel você ganhou tudo, uma vida digna de princesa, até o meu sobrenome ele te deu, mas nada nunca foi o suficiente para você. Você sempre foi cruel comigo, sempre tentando me tomar tudo. Parece até que quer ser eu. Mas eu vou te dizer uma coisa, você nunca vai conseguir ser como eu, porque eu tenho educação, caráter e dignidade, coisas que você desconhece. – Eu falei olhando diretamente para ela e depois eu dei as costas para sair.

E eu estava chegando à porta da sala, mas a Ilana gritou e eu me virei.