“Irina”
Eu saí depressa daquela delegacia e entrei no carro que estava estacionado do lado de fora o mais rápido que pude. O que aquele homem estava fazendo ali? Eu nunca esquecia um rosto, ainda mais um rosto como aquele, tão lindo, e, embora eu o tivesse visto uma única vez, eu tinha certeza de que ele era o antigo dono da casa que comprei para o Lucas.
Mas ele estava com a Anabel, suas mãos entrelaçadas. O que isso significava? Será que ele sabia quem eu era? Acho que não, dificilmente um homem classe média saberia quem eu era e eu duvidava muito que minha enteada ficasse falando de mim. Ele não me viu, eu tenho certeza, porque ele estava totalmente focado na Anabel e eu me virei depressa quando o vi. Mas vejam só, a Anabel estava se misturando com a ralé. O velho ficaria possesso!
- Vai buscar um café pra mim! – Ordenei ao motorista que imediatamente saiu do carro. Eu precisava fazer uma ligação.
- Gaspar, aquela casa que você me vendeu. Quem era mesmo o antigo dono? – Eu perguntei assim que ele atendeu.
- Boa noite pra você também, Irina! – Ele fez uma gracinha, mas eu não estava de bom humor.
- Eu não tenho tempo para essas besteiras, Gaspar. Quem era? – Eu perguntei de novo.
- Ricardo Fontes. Por quê? – Mas o Gaspar era burro ou o quê? Eu queria informações, não apenas o nome.
- De onde saiu esse homem? Você acha que ele sabe quem sou eu? – Eu precisava ter certeza de que esse Ricardo não tinha idéia de quem eu era.
- O Rick? Claro que não! Ele é um homem discreto, mas eu tenho certeza de que ele não faz idéia de quem é você. Ele pensou que você se mudaria com o rapaz para a casa. – O Gaspar, aparentemente, se divertia com a minha preocupação.
- E o que você falou pra ele? – Eu quis saber.
- Absolutamente nada, Irina! Você sabe que eu sou discreto e o Rick não se interessa por fofocas da vida alheia. Além do mais, todos os documentos foram colocados no nome do Lucas, não no seu, e você fez o pagamento para a imobiliária e a imobiliária pagou o Rick, ou seja, ele nem sabe o seu sobrenome. – Isso era bom, afinal existem milhões de Irinas no mundo.
- E os meus óculos escuros, ele não os encontrou? Meu nome está gravado naqueles óculos. – Eu não conseguia me lembrar onde tinha deixado aqueles malditos óculos, já estava achando que tinham sido roubados.
- Não, Irina, se ele tivesse encontrado, ele teria me entregado para te devolver, tenho certeza. Eu conheço o Ricardo, é um homem corretíssimo. Mas por que tantas perguntas sobre isso agora? – O Gaspar ficou curioso.
- Porque eu o vi com a Anabel Lancaster. Preciso saber se ele sabe quem sou eu. Dá um jeito de descobrir isso, Gaspar. – Eu ordenei, o Gaspar era lento demais às vezes.
- Irina, eu não sou seu cachorrinho pra você estalar os dedos e eu sair correndo. – Ele era um mercenário, só se movia por dinheiro.
- Mas quando eu sacudo o meu dinheiro você corre não é mesmo? – Eu já estava sem paciência com ele.
- Aí é outra história. – Ele riu, me deixando ainda mais irritada.
- Pois então, Gaspar, eu estou sacudindo uma boa quantia pra você voar. – Eu cedi, já que ele só funcionava com dinheiro, como aqueles brinquedinhos de shopping que você precisa depositar uma moeda, que fosse.
- Faça a transferência, você tem os dados. E, se for tão boa assim, eu te dou notícias ainda hoje. – E ele ainda tinha a cara de pau de exigir uma quantia alta, mas eu não discutiria, não tinha tempo pra isso. O motorista já estava se aproximando do carro.
- Acho bom! – Desliguei o telefone no exato momento em que o motorista bateu na janela do carro para me entregar aquele café. Tomei um gole e estava horrível. Joguei aquilo fora pela mesma janela que entrou e me apressei em fazer a transferência.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......