Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 892

“Anabel”

No fim das contas eu acabei decidindo ir com o Rick para o escritório. Ele estava insistindo que me acompanharia ao laboratório para fazer o teste de DNA e eu pensei que seria mais fácil pra ele se não precisasse voltar no apartamento. E assim, às duas da tarde, o Rick entrava comigo naquele laboratório, segurando a minha mão com firmeza, como que me dizendo que não me soltaria.

Os seguranças estavam posicionados de forma estratégica, perto da porta e da janela, poderiam até passar despercebidos, se a postura dos dois não gritasse o que eram. O Dr. Romeu já nos esperava lá e nos cumprimentou com o sorriso amigável de sempre. Eu pensava que ele realmente tinha um prazer pessoal em processar o meu pai.

Nós nos dirigimos à recepção e eu me identifiquei. Assim que nos sentamos o Leonel chegou, acompanhado do advogado. Ele me olhou e estranhamente estava sorrindo. Assim como eu, ele foi à recepção e se identificou. Depois se sentou do outro lado da sala, exatamente de frente para nós. Seu olhar pesava sobre mim, como se ele dissesse que suas garras ainda pendiam sobre mim e que eu não estava segura. E aí ele não se aguentou e resolveu me provocar.

- Você quer mesmo passar por essa humilhação, Anabel? E arrastar o nome da sua falecida mãezinha na lama? – O Leonel mantinha aquele sorriso cínico nos lábios enquanto falava.

Eu respirei fundo, mas não consegui me calar, eu já tinha me calado por muito tempo.

- Eu quero mesmo, Leonel, é me livrar de você! – Eu o encarei firme, como se ele não me assustasse mais, mas por dentro eu tremia e só me mantive firme porque o Rick estava ali do meu lado.

- E você acha que os Fontes vão te acolher? Você realmente não entende, Anabel, que todos se aproximam de você com algum interesse? No caso dos Fontes, além do seu dinheiro, eles também querem me destruir, é o que o Átila sempre quis, ele sempre morreu de inveja de mim. Mas avise ao seu pai, meu jovem, que mais uma vez ele está perdendo tempo. – O Leonel estava nos provocando, o que ele queria era minar a minha confiança no Rick e fazer o Rick perder o controle.

- Eu não sou moleque de recado! Se o senhor é assim tão confiante, arrogante e tão intocável, fale o senhor mesmo com o meu pai, como homem, frente a frente! – O Rick respondeu sustentando o olhar do Leonel, sem recuar.

- Tão atrevido quanto o pai! – O Leonel deu uma risadinha sarcástica que era tão irritante quanto um ranger de metais se tocando. – Está vendo, Anabel, os filhos sempre puxam alguma característica dos pais. E você é tão ordinária quanto a sua mãezinha era, já de mim, você não puxou absolutamente nada, e nem poderia, não é minha filha. Mas eu sou um homem digno e preservei a imagem daquela vagabunda, mesmo ela não merecendo. Eu te criei como filha e estou disposto a manter essa farsa para não arrastar o nosso bom nome na lama. Você deveria deixar essa bobagem de lado, já que o mais afetado fui eu e eu estou disposto a deixar as coisas como estão.

- Você digno? – O Rick bufou. – Em qual realidade paralela você está se vendo, Leonel? A única coisa digna em você é o sobrenome Lancaster, que nem é seu!

- Sabe, Leonel – eu limpei a lágrima que escapou pelo canto do meu olho –, eu queria muito que a minha mãe tivesse sido essa mulher ordinária como você diz, assim eu poderia ser filha de outro homem qualquer, já que qualquer um é melhor que você.

- Srta. Anabel Lancaster? – Uma enfermeira vestida de branco surgiu com uma prancheta na mão. Eu fiz sinal para ela e ela conferiu a prancheta mais uma vez. – Sr. Leonel Lancaster?

- Sou eu! – Ele se levantou, me encarando com uma mistura de raiva e desgosto.

- É um exame via ordem judicial. Os advogados vão acompanhar? – A enfermeira levantou os olhos e identificou os advogados. – Por favor, me acompanhem.

Nós seguimos a enfermeira até uma sala e cada um de nós se sentou em uma cadeira relativamente afastada da outra. Haviam mais dois enfermeiros na sala e, enquanto a enfermeira da prancheta fez as anotações e explicações pertinentes, os outros dois tomaram lugar para coletar as amostras.

Poucos minutos, foi o que durou aquilo, e estava feito. Era uma questão de tempo até o resultado, mas à partir daquele momento não seria mais possível nenhuma retratação, nenhum de nós poderia voltar atrás, jamais poderíamos tentar ser uma família outra vez. O que o Leonel quebrou em mim não tinha mais conserto.