Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 893

“Flávio”

Finalmente eu havia conseguido o mandado de busca e apreensão para a casa daquele nerd safado que ficava ressuscitando os vídeos da Anabel nas redes sociais. Foi mais difícil do que eu pensei e nós só conseguimos chegar a ele porque ele ficou descuidado ao longo dos anos, mas era a primeira ponta solta do novelo que nós iríamos puxar.

- Cheguei, delegado! – A Melissa entrou em minha sala como se fosse parte da minha equipe.

Eu ficava impressionado com o quanto ela se sentia em casa ali na delegacia, conhecia todo mundo, vivia aparecendo com lanchinhos para o pessoal, tinha passe livre na cozinha, dava palpite sobre os casos que estávamos investigando e até se metia a organizar os arquivos.

- Ô, maluca, está fazendo o quê aqui? – Eu olhei para ela enquanto vestia o colete balístico.

- Ué, vim pra batida! Você não vai me deixar fora dessa, eu mesma quero torcer as bolas desse nerdzinho folgado! – Ela fez um gesto de torção e chegou a doer em mim.

- Ô, sua doida, eu não posso te levar pra uma operação policial! – Eu ri da cara de confusão que ela fez.

- Como não, Flávio? Nesse caso eu sou a sua longa manus! – Ela estava mesmo achando que poderia se meter no trabalho oficial, mas era uma figura.

- Mel, vamos deixar a minha longa manus descansar. Não dá, pode haver um desacerto durante a batida, troca de tiros, essas coisas, eu não posso colocar uma civil em risco, queridona! – Eu expliquei, mas ela sabia de tudo isso muito bem.

- Vai cortar o meu barato, delegado? – A Melissa me olhou com cara de poucos amigos.

- Ah, Mel, não fica brava comigo. Se eu te levar a operação inteira fica comprometida e pode ser anulada. – Eu fui até ela e coloquei as mãos em seus ombros. – Vamos fazer o seguinte, me espera aqui e eu te conto em primeira mão tudo o que acontecer. E te mostro tudo o que apreendermos lá.

- Sabe o que eu deveria fazer? – Ela perguntou com os braços cruzados e me encarando muito séria. – Eu deveria virar delegada, aí eu queria ver você me dizer não facinho assim.

- Sabe de uma coisa, maluca, não é má idéia! Você leva jeito. – Eu ri, dei um beijo em seu rosto e saí da sala. – Não tente arrumar os meus arquivos de novo, Melissa, da última vez que você mexeu na minha bagunça eu passei um mês sem nem saber onde eu estava.

Eu saí da delegacia ainda rindo da Melissa, mas torcendo para aquele papo de se tornar delegada ser esquecido, porque a Melissa com uma arma em uma mão e um distintivo na outra seria um perigo para a sociedade, aquela mulher era muito doida.

Chegamos à casa do nerd e parecia tudo tranquilo, não era uma batida complicada, o rapaz era só um jovem inteligente que se achava hacker, fazia umas bobagens, mas seguiria sem ser notado se eu não tivesse resolvido investigar o caso da Anabel. Além do mais, a batida ali só estava na minha mão porque eu aproveitei a idiotice que a tal de Ilana fez colocando o canivete no pescoço da Anabel e amarrei direitinho o nerd com aquela tentativa de homicídio como um possível cúmplice.

Mas, não era porque aparentemente não haveria incidentes que meus homens iriam relaxar, a verdade é que entre o que sabíamos antes de uma batida até o que encontrávamos durante, havia muita diferença e tudo poderia acontecer.

Depois de dar uma olhada no entorno da casa, eu toquei o interfone. A voz de uma senhora saiu pelo auto falante perguntando quem era. Eu me apresentei, informei o motivo de estarmos ali e percebi que a mulher se assustou. O portão foi aberto e nós entramos, parte da equipe cercou a casa. A porta foi aberta e uma senhora bem vestida com os cabelos castanhos presos em um coque baixo apareceu.

- Que história é essa de mandado de busca, delegado? – Ela parecia nervosa.

- Senhora, quem é Vladimir de Lima? – Eu perguntei.

- É o meu filho mais novo. Mas esse menino vive trancado no quarto com aqueles jogos de computador, deve haver algum engano. – Eu tive até pena, as mães são sempre as últimas a saber.

- Depende, se ele cooperar, pode sair livre disso.

- Muito bem. Olha, delegado, nós somos uma família de bem e eu sempre ensinei aos meus filhos a caminhar pelo lado certo, mas os filhos às vezes não aprendem. Se ele fez algo errado, que pague por isso, a vida é essa. Mas eu garanto, ele vai cooperar, não vai, Vladimir? – A mãe olhou enviesado para o filho, que tremia ainda sentado na cadeira.

- Foi a Ilana, Ilana Lancaster, é tudo culpa dela, eu juro! – O rapaz ainda nem tinha levado uma prensa e já estava cantando.

- Tudo? – Eu o encarei. – Você nem sabe o que nos trouxe aqui. – Mas eu já estava com a impressão que os vídeos da Anabel eram só a ponta do iceberg.

- Olha, policial, eu sou covarde, mas não sou burro. Todos os crimes cibernéticos que eu cometi foram a mando dela e tudo porque ela me garantiu que não daria problema. O resto que eu fiz, nada poderia chamar a atenção de vocês. – O rapaz suspendeu os óculos no nariz com a ponta do dedo.

- É, vamos ver. Juntem todos os aparelhos eletrônicos e mídias, pessoal. Renatinha, acompanha essa senhora e o Vladimir até a viatura. E espere que ela ligue para quem achar que deve. – Eu olhei em volta e fiquei pensando como alguém conseguia passar o dia fechado em um quarto escuro na frente de um computador.

N.A.:

Meus ansiosinhos, vocês são demais! Passei lá na rede social da plataforma hoje, vocês ainda não conseguiram capítulos extras, mas os comentários estão maravilhosos! Eu amei! Alguns de vocês parecem que estão remexendo dentro da cabecinha dessa autora, hein?! E estão me dando idéias... escalar os atores dos nossos livros? Martim inspirado no Sebastian Rulli (ui! Precisei me abanar, subiu um calor...)? O céu não é limite pra gente, não é mesmo?!

Continuem curtindo, comentando, compartilhando, até esses dedinhos calejarem. E aproveitem que o mimo de hoje colocado pra sorteio pela plataforma é uma bolsa lin-da e se inscrevam também! Beijo nos coraçõezinhos!