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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 897

“Anabel”

Eu já estava ficando entediada por ficar o dia todo no apartamento sem ter o que fazer. Eu queria voltar a trabalhar, mas o Rick e o Don ainda não achavam seguro, além do mais o Átila estava fazendo um excelente trabalho na empresa. Pelo menos eu tinha a consulta com o médico que o Dr. Molina me indicou hoje, para que eu conseguisse o atestado de sanidade mental.

- O que foi, moça bonita? – O Rick me encarou enquanto eu remexia a salada de frutas do café da manhã.

- Nada, meu coração. Eu apenas estou ficando entediada. – Suspirei e olhei para ele.

- Eu imagino. Você deve estar se sentindo presa também. – Ele passou a mão em meu rosto. – Eu vou pensar em alguma coisa para que você não fique tão entediada.

- Pelo menos hoje eu tenho uma consulta.

- Sim, eu venho para te acompanhar.

- Coração, não precisa. Você anda deixando muito o seu trabalho de lado por minha causa, você acabou de assumir uma nova função. Além do mais, o médico não vai permitir que você entre. – Eu não queria que ele se enrolasse no trabalho por minha causa.

- Está bem. Mas a Sandra e o Douglas ficam grudados em você e te esperam na porta do consultório. – Ele frisou e eu dei um pequeno sorriso para ele.

- Não se preocupe. Eu serei cuidadosa. – Eu garanti.

- Então eu vou para o trabalho e você, moça bonita, me liga quando chegar em casa. – Ele se levantou e se curvou sobre mim. – E se quiser me ligar antes de chegar também... ou se ficar com saudade... – Ele me dava beijos entre as palavras que dizia e eu comecei a rir.

- Vamos ficar o dia todo no telefone, porque você ainda nem saiu e eu já estou com saudade! – Eu comentei e ele abriu um sorriso radiante.

- Gostei de saber disso! – Ele me deu mais um beijo. – Hum! Preciso ir, antes que eu decida me aposentar só pra ficar na cama com você o dia todo.

- Eu não vou reclamar. Pelo menos eu não vou ficar entediada. – Eu ainda estava rindo quando ele saiu.

A minha consulta estava marcada para logo depois do almoço, então eu tinha tempo sobrando. Depois que eu acabei de organizar a cozinha do café da manhã eu ainda podia andar pra lá e pra cá no apartamento. E então eu pensei que talvez pudesse almoçar fora. Me arrumei e encontrei os seguranças discutindo na porta.

- Eu já disse que um de nós deveria ir na frente e verificar se o hospital está seguro. – A Sandra falava para o Douglas com pouca ou nenhuma paciência.

- Sandra, o hospital é enorme, apenas um fazendo a verificação não adianta nada. O mais seguro é estarmos os dois com ela e, se alguma ameaça aparecer, nós reagimos juntos, um cuida da ameaça e o outro sai com ela do ponto de tensão. – O Douglas respondeu, nitidamente fazendo um grande esforço para manter a calma.

- Você é um cabeça dura! Isso não vai dar certo. – A Sandra reclamou.

- Tá, eu sou um cabeça dura, mas eu também sou o chefe da segurança, então vai ser como eu disse. – O Douglas estava dando o assunto por encerrado.

- Você é frustrante, Douglas! – A Sandra estava muito irritada e eu achei melhor interromper.

- Vocês dois brigam como se fossem casados há uns trinta anos. Parecem dois cães ferozes prontos a se engalfinhar. – Eu me aproximei. Não era a primeira vez que via os dois discutirem, mas sempre era pelas maiores besteiras.

- Você está passando por um momento muito delicado, imagino que o seu próprio pai tentar sequestrá-la foi bastante difícil.

- É, essa idéia dele de me trancar em um sanatório é meio perturbadora. Eu nem sabia que esse tipo de lugar ainda existia.

- Existem, não deveriam existir como eram antigamente, embora existam alguns que resistam e utilizem metodologias ultrapassadas. A tendência da psiquiatria é tratar os pacientes no seio familiar, um tratamento mais humanizado e que possibilite a integração social, mas alguns casos ainda precisam de internação, porque às vezes a família não consegue lidar ou o paciente se torna uma ameaça para ele e para os outros e a internação se torna necessária para o próprio bem do paciente.

- Entendi. Deve ser um lugar muito triste, principalmente para aqueles que não precisariam estar lá, para quem realmente não é louco. – Eu suspirei pensando em quantas histórias tristes deveriam existir num lugar assim.

- Ninguém é louco. – Ele sorriu como se eu fosse uma criança tola. – Esse é um termo negativo e muito pejorativo para descrever um paciente psiquiátrico, as pessoas sofrem com transtornos mentais que já são nominados e diferenciados por termos técnicos mais corretos. E eu acredito que você não se encaixa em nenhum deles, mas, vou pedir que volte para mais algumas consultas.

- Por quê? – Eu me senti ansiosa, pensei que ele me daria logo o laudo que eu precisava.

- Porque essa é a praxe. Eu vou atestar que você não sofre de nenhum transtorno psiquiátrico, esse tipo de coisa não se atesta em uma única consulta.

- Eu achei que me livraria disso hoje. Quando eu devo voltar?

- Na próxima semana. E também vou pedir alguns exames, você deverá trazê-los. Talvez ainda consiga fazer algum hoje. Vou te enviar para uma psicóloga amiga minha que fará os testes psicológicos. Não vou prescrever nada, você não parece precisar, dorme bem, se alimenta e ficar um pouco ansiosa e tensa na situação em que está é normal e aceitável.

O médico passou os exames e marcou o retorno, também fez a gentileza de marcar com a psicóloga que também atendia no hospital e conseguiu me encaixar. Eu passei o resto do dia e parte da noite no hospital, indo de uma sala para a outra e quando terminei todos os exames eu já estava exausta.

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