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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 909

“Melissa”

Eu parei em frente a porta da casa e toquei a campainha. Era uma casinha antiga, dessas que têm o muro baixo e o portão nunca fica trancado. Era bem simpática até. A tal Viviane abriu a porta, parecia pronta para sair, mas quando me viu parada ali, parecia que tinha visto uma assombração.

- Você? – Ela perguntou surpresa, como se me conhecesse.

- Você sabe quem eu sou? – Eu estreitei os meus olhos.

- Quem é que frequenta aquele Clube Social e não sabe, Melissa Lascuran? – Ela perguntou e eu sorri.

- Ah, então você conhece a minha reputação. Que fofa! – Eu dei um sorriso falso pra ela.

- É, dizem que você é meio estourada. – Ela me encarou.

- Minha filha, estourada é a pipoca, eu sou doida varrida mesmo! – Eu a empurrei para sair da minha frente e entrei na casa. – Agora vamos nos sentar que eu vou te deixar escolher se você quer ser minha amiga ou se você quer ser a desfigurada do momento.

- Você está me ameaçando? Na minha própria casa? – Ela começou a elevar a voz.

- Não, imagina se eu ia fazer isso! Eu estou só te dando opções. Mas, vou dizer, eu sou muito generosa com as minhas amigas. – Eu sugeri.

- O que você quer? – Ela bufou.

- Saber tudinho sobre você e a Ilana. – Eu não estava ali para ficar dando voltas, com esse tipo interesseiro é sempre melhor ser direto.

- Que Ilana? – Mas era muita cara de pau dela se fazer de desentendida.

- Querida, não tente me fazer de palhaça, eu sou a dona do circo! Anda, comece a falar. – Eu exigi.

- O que eu ganho com isso? – Era uma interesseira e pelo preço certo ela contaria qualquer coisa.

- Ah, se você contar, você não vai ser presa como cúmplice da Ilana. Ela te contou, que está respondendo por uma tentativa de homicídio? Ah, e nós já encontramos os garotos daquela festinha, aquela em que vocês drogaram a Anabel, lembra? Eles já contaram umas coisas que te deixam numa situação bem ruim, sabe. – Eu blefei, a tal Viviane não parecia ser nenhum gênio, era esperta, mas não saberia como investigar o que eu dizia e com certeza, pela cara que fez, ficou com medo.

- Foi tudo idéia da Ilana, é sempre idéia dela e eu só ajudo porque ela me paga. – Como eu previ, ela contaria tudo para livrar a própria pele.

- Ótimo, então me conta que eu vou te dar um presentinho. Mas quer saber, o que você acha de contar tudo para o delegado? – Eu pensei bem e, melhor do que eu saber, seria essa criatura dar um depoimento formal espontaneamente.

- Ah, não, eu não vou me meter com a polícia não. – Ela se negou, mas eu não me dei por vencida.

- Olha só, você pode ir à delegacia espontaneamente agora, antes que a polícia venha te buscar, porque aí vai ser pior, você já estará enrolada e você não tem um pai rico como a Ilana pra salvar a sua pele e nem o seu amante vai te ajudar, ele tem dinheiro, mas não vai se meter nisso, né. – Eu sugeri e vi a tensão no rosto dela.

- Mas que merda! O que aquela burra ambiciosa fez? Me enrolou na sujeira dela. – A Viviane já estava se dando conta do quanto estava enrolada.

- É o que parece. Mas eu estou te dando a chance de se limpar. – Eu ofereci.

- Está bem. O que eu faço, então? – E pronto, ela tinha concordado.

- Porque a Ilana e eu transamos com eles pra eles ficarem quietos. – Ela falava como se não fosse nada demais.

- Você ainda é amante desse homem, o pai da amiga? – Eu sabia a resposta, mas queria que ela falasse.

- E isso importa? – Ela me encarou.

- Ah, mas importa, importa muito! – O Flávio confirmou.

- Sim, desde aquela época, e ele me enche de dinheiro e presentes e toda vez que a Ilana precisa eu encho a cabeça da mulher e da filha dele e elas armam um escândalo com a Anabel.

- Da última vez no Clube Social, foi assim? – O Flávio inquiriu.

- Eu estava lá com as duas, vi a Anabel e mandei mensagem pra Ilana. A Anabel não frequenta o Clube Social, então eu achei estranho. A Ilana disse que precisava do escândalo, pra eu filmar, e aí eu enchi a cabeça daquela velha chata e ela fez aquele circo enquanto eu gravei.

- E a festa da faculdade? – O Flávio quis saber.

- Eu só apresentei os caras para a Ilana e fiz o vídeo, tá?! Eu não tenho nada a ver com as drogas. Pra falar a verdade, daquela vez eu fiquei com pena da Anabel. Ela ficou desesperada sem saber se tinha transado com os caras. – Eu tive vontade de dar na cara daquela piranha.

- E você sabe o que aconteceu? – O Flávio insistiu.

Certamente o que aconteceu naquela festinha de faculdade ultrapassou muitos limites. Eu já havia conversado sobre aquilo com a Anabel e eu sabia o quanto a angustiava não se lembrar do que havia acontecido, do quanto ela se martirizava pensando que tivesse feito sexo com vários homens naquela noite. Ela sentia vergonha e aquilo era um espinho doloroso no coração dela. Mas o que havia acontecido naquela noite? Será que essa criatura desprezível ia nos contar a verdade? Ah, ela ia, pois eu estava pronta para torcer o seu pescoço até que ela falasse.

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