“Isidoro”
Finalmente de volta em casa. Dez dias naquele hospital tinha sido demais. Se bem que foi bom, para que eu tivesse tempo de pensar e analisar as coisas. Ah, Ilaninha, você fez uma grande merda! E me deixou muito puto da vida com você e a sua familiazinha de merda!
Eu nem estava puto por gastar uma fortuna consertando a porta que o delegado quebrou, ele salvou a minha vida, se a polícia não estivesse à espreita eu estaria a sete palmos agora. Foi uma sorte pra mim, mas um grande azar para a Ilana e a mamy e o papy dela. Eles me pagariam muito caro.
- Pronto, senhor! – O rapaz que estava colocando o vidro na porta se aproximou, o trabalho tinha ficado muito bom. Eu o paguei e ele se foi.
Agora eu tinha um outro compromisso e eu não perderia tempo. Fui ao escritório, abri o cofre e tirei o envelope. Eu guardei aquilo por tantos anos, sabia que uma hora ou outra me serviria e a hora chegou. Eu coloquei o envelope na pasta e fui para a delegacia. Eu daria um depoimento bem longo e interessante para o nobre delegado.
- Dr. Isidoro, é bom vê-lo restabelecido. Mas o senhor saiu do hospital hoje, não precisava ter vindo tão depressa. – O delegado Moreno falou quando me sentei em sua frente.
- Tem coisas, delegado, que quanto antes resolvemos melhor é para todos. – Eu sorri para ele.
Eu estava muito tranquilo com o que ia dizer e fazer, já tinha analisado as minhas possibilidades e, embora o que eu fosse revelar respingasse em mim, não seria nada mais do que um inconveniente. Já para o Leonel e as duas víboras de estimação dele, seria o fim do mundo.
O delegado começou com as perguntas que eu já esperava, queria minha versão sobre o que tinha acontecido na noite em que eu fui envenenado. Eu fui o mais fidedigno que pude.
Então ele quis saber como a Ilana e eu nos aproximamos, e eu contei que foi depois da primeira prisão dela e que ela se insinuou para mim e, mesmo eu não querendo no início, eu acabei cedendo, afinal bonita a infeliz era.
- Sabe como é, doutor, uma jovem bonita se jogando em cima da gente, a carne é fraca. – Eu dei um sorriso como se estivesse sem graça, mas o delegado me encarou sério.
- Não, não sei como é. – Ele respondeu e eu percebi que ele não era um homem que gostasse de brincadeiras. – Mas, se a Ilana o seduziu, porque ela tentou matá-lo? – Ele foi esperto, estava prestes a me pegar na mentira, mas eu era macaco velho.
- Imagino que tenha sido por ciúme. – Eu dei a ele a clássica motivação dos crimes entre casais.
- Ciúme? Mas não foi ela quem levou a amiga? – Ele me olhou confuso.
- Veja bem, delegado, a Ilana morre de inveja da Anabel e eu caí na besteira de revelar que tenho uma forte admiração por ela, se é que o senhor me entende. – Eu expliquei e ele me encarou com as sobrancelhas arqueadas.
- O que exatamente o senhor falou? – Ele inquiriu.
- Eu fui apaixonado pela Antônia Lancaster. – Eu suspirei. – Uma mulher linda e a filha é muito parecida com a mãe e tão boa quanto, mas ainda mais cativante. Eu me apaixonei pela Anabel e mantenho isso em segredo. Mas deixei escapar para a Ilana, que levou aquela amiguinha, uma prostituta barata, e quis compará-la a Anabel. Eu não pude permitir isso.
O delegado ouviu tudo o que eu contei, parecia realmente surpreso com o que eu revelava. Eu tinha certeza que a Ilana ficaria um bom tempo presa, tempo suficiente para ela aprender que não deve ter como inimigo alguém mais esperto que ela. O delegado encerrou o interrogatório parecendo bem satisfeito com a minha contribuição, era chegada a hora de dar a ele uma contribuição um pouco maior.
- Delegado. – Eu chamei sua atenção antes que ele me dispensasse. – Eu estive perto da morte e refleti sobre alguns erros que cometi na vida.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......