“Leonel”
Eu queria torcer o pescoço da Ilana, acabar com vidinha de mentirosa medíocre dela. Tão ordinária quanto a própria mãe! Como eu pude me enganar tanto? Logo eu, o enganador, fui enganado. E tentar matar o Isidoro tinha sido muito ruim pra mim, ainda mais ele, que sabe demais e tem como acabar com a minha vida.
Não que nesse momento precise de muito para acabar comigo, eu já perdi o controle da empresa, perdi o controle sobre a Anabel, sobre o Donaldo... a única coisa que eu ainda controlava era a puta da minha esposa, que eu estava mantendo em rédea bem curta, mas já estava cansado também.
E agora eu tive que contratar outro advogado às pressas porque o Isidoro está no hospital e renunciou a todos os meus processos. E nem me deixaram falar com ele para saber o que estava acontecendo. Isso era péssimo pra mim, porque o novo advogado era o tipo certinho, que não age pelos caminhos tortos e obscuros. Mas na pressa, teve que ser esse mesmo, pelo menos tinha fama de ser bom.
- Leonel! Leonel, me explica de onde você tirou esse advogado que está acompanhando o caso da Ilana? Porque a sua filha, Leonel, foi transferida para um presídio e o juiz negou a liberdade dela. É isso? Você vai deixar a sua filha presa? – A Irina entrou gritando na biblioteca.
Claro que eu contratei um advogado para a Ilana, eu ainda estou me fingindo de bom pai e marido dedicado, como se não soubesse o que essas duas realmente são. Mas eu contratei um péssimo advogado, um que realmente não nasceu para ser advogado e ele está todo enrolado com o caso, até porque ele nem atua na área, o negócio dele são as pequenas causas cíveis, acordos em causas de consumidores insatisfeitos com as lojas. Mas pelo dinheiro que eu o ofereci, ele não conseguiu recusar.
- Irina, para de gritar! – Eu reclamei irritado, de uns tempos pra cá essa mulher gritava muito. – Olha só, foi o único que eu consegui, não se esqueça de que a Ilana tentou matar o próprio advogado.
- Isso é mentira, Leonel, armaram pra ela! – A Irina bateu a mão na mesa.
- Minha querida, eu sei disso. Mas as outras pessoas não, acreditam no que a mídia diz e a mídia está divulgando coisas horrorosas da nossa filhinha. – Eu baixei o tom e me levantei, dando a volta na mesa e segurando a Irina pelos ombros. – Mas confie que o doutor vai fazer um bom trabalho. E assim que o Isidoro sair do hospital eu vou tentar falar com ele novamente.
- Mas a coitadinha, Leonel, naquele lugar, sozinha, com medo. – A Irina fungou.
- Calma! Vai dar tudo certo! Você vai visitá-la no fim de semana e vai acalmá-la. – Eu sugeri.
- Eu? Fazendo visita em presídio? Ah, não, Leonel, onde já se viu isso? Eu sou uma dama! Você pode mandar esse advogadozinho conseguir uma visita especial pra mim, horário especial, numa sala limpa e decente, sem passar por todo aquele constrangimento de ser revistada. – Ela exigiu e eu até quis rir, uma dama, sei, só se fosse “a dama das camélias”.
- Querida, eu já tentei e isso não será possível. Se você quiser visitar a nossa filha terá que ser do jeito convencional. – Eu expliquei me fingindo de amável e preocupado.
- Você vai comigo, não é? – Ela me encarou como se avaliasse a minha reação.
- Eu queria muito, mas não posso, meu advogado disse que nesse momento eu não devo ir, por causa dos processos que o Donaldo e a Anabel estão movendo contra mim. – Eu justifiquei e ela pareceu acreditar.
- Ainda tem isso! – Ela colocou a mão na testa. – Como estão as coisas nesses dois processos?
- Por causa do que aconteceu com o Isidoro e como ele informou aos dois juízes que não trabalha mais pra mim, a audiência da paternidade foi adiada para semana que vem. Já a questão do sobrenome, nós estamos aguardando a decisão do juiz e pode sair a qualquer momento. – Eu voltei a me sentar, isso estava me preocupando muito.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......