Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 953

“Taís”

Aquela mulher outra vez! Se é que aquilo era mesmo mulher, porque a força que tinha não era normal. Mas o que ela estava fazendo ali? Será que o Danilo a colocou para trabalhar no Grupo Mellendez? E aquela bonequinha de luxo que o Rick se apressou a defender, dizendo que era a mulher dele? Mas meu pai me garantiu que ele estava sozinho e o meu pai não costumava errar.

Aquela monstra me machucou, o lado esquerdo do meu rosto estava todo esfolado e ela quebrou dois dentes meus, eu tive que vir direto para o dentista e isso me custaria um bom dinheiro, mesmo eu tendo procurado um dentista baratinho, mas eu não poderia ficar com os dentes quebrados, logo os da frente. E eu sabia que não adiantaria nada eu dar queixa na polícia, todos os que viram a cena negariam o que aconteceu.

- Taís, sua vez! – A secretária do dentista me chamou e eu entrei no consultório.

- Minha nossa, você foi agredida? – O dentista perguntou quando me viu.

- Não, eu fui atropelada por uma moto, mas o motoqueiro fugiu, felizmente não foi nada grave. – Eu respondi. – Eu trouxe os pedaços dos dentes, o senhor acha que tem jeito de restaurar?

- Deixa eu ver primeiro o que aconteceu. – O Dentista falou e fez sinal para eu me sentar.

Ele avaliou todos os meus dentes com calma, calma até demais. Eu já estava aflita.

- É, minha senhora a coisa não está bonita. – Ele falou e me entregou um espelho, eu já fiquei nervosa. – Esse dois foram quebrados muito em cima, vamos ter que arrancá-los. E, possivelmente por causa do impacto, esse daqui está bambo, veja. Provavelmente quebrou na raiz e vamos ter que arrancá-lo também. Podemos fazer um raio-x para ver a real situação ou podemos arrancar os três e economizar o raio-x. Mas a senhora vai precisar de prótese.

- Dentadura? – Eu me sentei em um pulo. – Está maluco?

- Não é uma dentadura, dentadura é prótese total, de todos os dentes. – O dentista explicou solenemente. – Olha, a senhora tem opções, podemos fazer um implante, uma ponte fixa ou uma prótese móvel.

- Uma dentadura! – Eu reclamei.

- Bom, depende de quanto a senhora pode gastar com isso. Ou pode optar por ficar sem os dentes se não puder gastar. – O Dentista parecia um robô falando, totalmente sem empatia com o meu sofrimento.

- Quanto custa o implante? – Lógico que eu ia fazer o implante.

- O que fazemos aqui na clínica tem um preço muito bom. – Ele comentou e fez as anotações e cálculos numa fichinha e depois me entregou.

- Tudo isso? – Eu olhei para ele achando que estava sendo assaltada.

- E nós somos a clínica mais barata da cidade. – O dentista me encarou como se aqueles dentes realmente fossem baratos.

- E a outra opção? – Eu quis saber, pois eu não tinha dinheiro suficiente para os implantes.

- A ponte fixa para os três dentes custa a metade do valor dos implantes. Mas a prótese móvel custa um terço do que custa a ponte fixa. Fica bem mais em conta! – Ele sorriu pra mim.

- Vamos fazer a ponte fixa doutor! – Eu decidi, isso levaria praticamente todo o meu dinheiro, mas eu cobraria do Rick com juros.

- Tudo bem, mas ela não fica pronta no mesmo dia. Leva alguns meses porque nós precisamos esperar que a peça implantada se fixe. Então, por um tempo, você vai usar uma prótese provisória. E, nós vamos arrancar o que sobrou desses dentes hoje, vamos fazer o molde, mas a ponte só vai estar pronta em uma semana, que é quando você poderá usá-la, depois que tirarmos os pontos. – Ele explicou o tratamento e eu olhei para ele com vontade de gritar.

- Uma semana? Eu vou ficar sem dente por uma semana? – Eu pensei que sairia dali com o meu problema resolvido.

- Não tem jeito, minha senhora, eu preciso arrancar as raízes dos dentes quebrados e sua gengiva precisa cicatrizar antes de colocar a prótese. – Ele explicou e pelo menos teve a decência de fazer uma cara como se realmente sentisse muito.

Não era possível que isso estava acontecendo comigo. Uma semana inteira sem três dentes da frente.

- Ai, a culega tá ali, vem, meninas, vamos sentar com a minha nova culega! – Aquela prostituta do elevador gritou e eu me encolhi na cadeira.

Aquela piranha não era muito certa da cabeça não, ela e mais duas estranhas se aproximaram e se sentaram sem nem pedir licença.

- E aí, mana! – Uma delas, que tinha um cabelo preto estranho e uma sobrancelha de hena que tinha dado muito errado já foi logo falando.

- Mana, que é isso na sua boca, fez aquele negócio que o Marcinho tá injetando nas meninas foi? Olha, ficou enorme, os bofe vão fazer fila pra você fazer boquete! – Aquela coisa do cabelo vermelho falava alto e sem nenhum pudor.

- Não tenho idéia de quem é Marcinho e já te falei que eu não sou puta! – Eu falei entre os dentes.

- Ih, amiga, mas nenhuma de nós é puta não, relaxa! – Uma outra com um cabelo amarelo que eu não sabia definir nem que tom era falou calmamente. – A gente é profissional do amor! Ó, a gente tem até sindicato, tá!

- Minha nossa! Eu mereço! – Eu respirei fundo.

- Culega, tira esse óclão aí, deixa eu ver como fica em mim! Cê comprou esse lá na banca do Zureta não foi não? Ai, ele vende uns bafônicos! – A do cabelo vermelho falou e já foi colocando a mão cheia de dedos e pegando os meus óculos.

- Eita porraaa! – A de cabelo amarelo olhou pra mim horrorizada. – Não, amiga, pode falar, fala pra nóis quem foi o covarde que agrediu tu assim, fala. Porque isso tem cara de ser aqueles macho que faz o programa e não quer pagar depois.

- Ai, mana, mas tu tem que cobrá antes! – A do cabelo preto falou. Eu teria pesadelos com aquelas sobrancelhas.

- EU NÃO SOU PUTA! – Eu perdi o controle, me levantei e saí dali, mas ainda ouvi a de cabelo vermelho falar:

- Tadinha, gente, tá nervosa do trauma ainda!