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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 954

“Ricardo”

Tinha pouco mais de uma semana que a Taís tinha aparecido na porta da empresa, desde então ela tinha sumido. Eu não sabia o que esperar, mas eu tinha certeza de que ela não desistiria tão fácil assim e isso estava me deixando nervoso, assim como o silêncio do Leonel.

O Leonel estava muito quieto, desde a audiência que revelou o DNA, e isso me preocupava, porque até onde eu sabia, ele era tão persistente quanto a Taís. Sinceramente, todo mundo quieto desse jeito era até meio enervante, nos mantinha em estado de alerta e medo constante.

No entanto, com essa folga que eles nos deram, eu tive tempo de pensar. A Anabel me convenceu a não dispensar o Douglas e a Sandra, principalmente a Sandra. E depois do que ela fez com a Taís, eu a queria mesmo ao lado da Anabel pra sempre. Aquela mulher era realmente um pitbull!

Mas eu tive uma conversa muito franca com o Douglas e o Danilo, me chateou que eles escondessem uma coisa tão importante de mim, mas, como a Ana disse, já fazia muito tempo, isso nem tinha importância mais e, no lugar deles, eu também teria ficado reticente em contar. No entanto, para a Sandra ainda era importante e o clima que andava bom entre ela e o Douglas azedou de novo.

Outra coisa na qual eu andei pensando foi na pergunta que a Melissa me fez e eu cheguei a uma resposta. Eu finalmente tinha decidido se queria me casar de novo ou não, então era hora de pagar mais um almoço caro para a Melissa. Contudo, não seria hoje, porque hoje eu tinha outra coisa muito importante para fazer, era a primeira consulta da Ana com o Molina para saber do bebê e eu não perderia isso por nada.

Apesar de ser sábado de manhã o Molina havia marcado as consultas para todas as garotas, já que elas queriam fazer tudo juntas durante a gestação. Só não estariam lá a Lisa e a Mel, o que eu achava uma pena, seria interessante ver todas elas grávidas ao mesmo tempo. E nós estávamos acabando de tomar o café da manhã quando uma mensagem do Douglas chegou me avisando que o silêncio daqueles perturbados tinha chegado ao fim.

- O que foi, meu coração? – A Ana me perguntou e eu olhei para ela ainda sem saber o que dizer.

- O quê? – Eu perguntei enquanto tentava estruturar em minha cabeça o que eu deveria fazer para resolver o problema que o Douglas acabava de me passar.

- Você recebeu uma mensagem e fez uma carinha de desgosto. – A Ana apontou e eu me dei conta de que não disfarcei o meu desconforto com a notícia que recebi.

- Ai, ai... – Eu respirei fundo, não mentiria pra ela. – O Leonel. Ele está no portão e quer falar com você.

Eu vi os olhos dela se arregalarem em surpresa. Ela pensou por um momento, abaixou os olhos e suspirou.

- Deixa ele entrar. – Ela falou ainda de cabeça baixa.

- Ana, ele... - Então ela me encarou outra vez e eu parei de falar.

- É melhor ver o que ele quer, aqui, no conforto da nossa casa, cercados de segurança. Eu me sinto segura aqui, Rick. É melhor do que ele me seguir por aí. E nós ainda temos tempo. Deixa ele entrar. – Ela explicou e ela tinha razão, ali ela estava protegida e eu estava com ela, o Leonel não poderia tocá-la.

Então eu dei a ordem ao Douglas, para que ele e a Sandra acompanhassem o nosso visitante até a sala e ficassem por perto e para que toda a equipe ficasse atenta. Dois minutos depois o Leonel entrava pela porta da sala. Parecia mais velho que a última vez em que nos encontramos e mais magro, ele tinha olheiras e não tinha mais aquela vivacidade que demonstrou quando me encontrou no prédio do Alessandro.

- Bom dia, obrigado por me receberem! – Ele pronunciou aquela frase como se chegasse a um encontro de negócios.

- Eu não acredito em nada do que você diz. Vai, Leonel, vai ficar com a Irina e a Ilana, elas sim devem ser as únicas pessoas que você já amou na vida. – A Anabel respondeu.

- Ilana e Irina, outro erro terrível que eu cometi. – O Leonel deu uma risada seca, sem nenhum humor. – Elas me traíram, me manipularam, me usaram. Você sabe de tudo isso, não sabe? Sabe, eu sei que sabe. Mas o fim do reinado de poder e confiança delas está chegando. A Ilana está presa, eu já pedi ao meu advogado para reverter a adoção que eu fiz, nem sei se isso é possível... e em breve eu estarei divorciado da Irina. Como você vê, eu vou ficar sozinho, porque nem mesmo o Donaldo quer me ver.

- Você está colhendo o que você plantou, Leonel. – Eu atirei para ele e ele sorriu e concordou.

- Bom, eu vou indo. Obrigado por me receberem e, filha, se puder, me perdoe. – Ele suplicou uma última vez e se virou para sair.

- Você matou a minha mãe? – A Anabel perguntou de repente e ele se virou. – Porque nós já sabemos de tudo o que aconteceu com o meu avô, que você o deixou para morrer. O que você fez com a minha mãe?

- Sua mãe se matou, Anabel. Talvez eu tenha contribuído para a decisão dela, porque sim eu a agredi e a tranquei e a maltratei muitas vezes, mas eu não a matei diretamente, eu não a envenenei. – Ele respondeu e se virou para a porta de novo.

- Você sempre esteve tão equivocado, Leonel! – Eu falei quando ele colocou a mão na maçaneta. – A verdade é que a Antônia te amou, amou tanto que voltou pra você e continuou ao seu lado depois que a Anabel nasceu. Ela confidenciou isso também ao Alencar. Ela te amou!

Ele abriu a porta, sem olhar para trás e saiu. A Anabel, abalada e chorando, se aninhou em meu abraço e aquela manhã de sábado que começou com tantas expectativas positivas, havia se transformado num derramamento de mágoas e tristezas.

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