“Anabel”
Era tão difícil que a vida fosse assim, que pais errassem tanto com seus filhos a ponto de deixar essas feridas gigantes abertas. Eu não sabia se poderia perdoar o Leonel, o mais provável é que eu nunca pudesse. Mas eu também não sabia se poderia acreditar no que ele me disse. A única coisa que eu tinha certeza é que a vida dos meus filhos seria diferente, eles seriam cercados de amor e alegria.
O Rick me levou para o sofá e se sentou comigo, me acalmando, me acalentando. Logo a Sandra apareceu com uma xícara de chá e insistiu para que eu bebesse, dizendo que faria mal ao bebê que eu ficasse tão nervosa. Eu tomei o chá e ela levou a xícara de volta para a cozinha, deixando a mim e ao Rick sozinhos outra vez.
- Calma, minha vida, não permita que ele te afete tanto assim. Não faz bem para o nosso bebê e muito menos para você. – O Rick falava baixinho comigo e ele tinha razão.
Eu foquei no meu bebê, no quanto eu estava ansiosa pela consulta, na alegria de ter uma vida crescendo dentro de mim. E eu fui me acalmando, até que eu me senti completamente calma, ou quase. Eu já tinha feito tudo o que podia para manter o Leonel longe, eu tinha seguranças, eu tomava cuidado e eu fiz o testamento. Agora eu tinha que viver a minha vida e deixar o pesadelo que eu vivi para trás.
- Nós temos que nos arrumar ou chegaremos atrasados para a consulta. – Eu falei me erguendo do aconchego que o Rick me dava.
- Será que o Molina vai fazer um ultrassom hoje? – O Rick me perguntou com os olhos brilhando.
- Ele me disse que provavelmente sim. Ai, anda, eu quero ver meu bebê! – Eu me levantei e puxei o Rick do sofá.
Uma hora depois nós nos encontramos com nossos amigos na sala de espera do consultório do Dr. Molina no hospital. Eu era a única ali grávida pela primeira vez, provavelmente a mais ansiosa, e eu apertava a mão do Rick e me remexia na cadeira.
Eu olhei para as meninas e vi a Sam naquela calma de sempre, como se nada a abalasse, enquanto o Heitor tinha a mão apoiada em sua barriga. A Manu e o Flávio estavam rindo de algum nome idiota que o Flávio já pensava em colocar na criança. Já a Cat, essa estava tensa, enquanto o Alessandro segurava a sua mão e dizia que não importava quantos bebês fossem, eles teriam amor de sobra para todos. O olhar da Cat para ele quando o ouviu dizer que não importava quantos fossem era um aviso de perigo.
- Muito bem, queridas, quem será a primeira? – O Dr. Molina apareceu na porta do consultório sorrindo.
- Nós decidimos que será a Ana. Ela é a mamãe de primeira viagem aqui e deve estar muito ansiosa. – A Sam falou e eu fiquei surpresa, não esperava que elas tivessem essa gentileza e a percepção da minha ansiedade.
- Ai, meninas, obrigada! – Eu sorri e me levantei.
A consulta foi tranquila, o Molina deixava a gente tão calmo com aquela voz constante, numa frequência que emanava paz e alegria. Como ele tinha pedido os exames com antecedência, nós nem tivemos que esperar, ele já tinha os resultados em mãos e foi nos explicando tudo e dizendo como as coisas seriam dali por diante. Então, finalmente ele falou o que eu queria:
- Você vai poder fazer seu primeiro ultrassom. – Ele sorriu pra mim. – A enfermeira vai te ajudar a se trocar e a deitar, enquanto isso eu converso um pouco com o papai.
Assim que eu me deitei o Molina e o Rick apareceram e o exame começou. Aquele gel espalhado na minha barriga e o transdutor foi passando pra lá e pra cá. Depois de um momento o Dr. Molina sorriu.
- Mas isso é ótimo! Já começamos com boas notícias. – O Dr. Molina comentou.
- O que foi, doutor? – Eu estava aflita.
- Parabéns, Rick, você será pai de gêmeos! – O Molina falou e o Rick me olhou com os olhos cheios de lágrimas e um sorriso enorme e brilhante nos lábios.
- Gêmeos! Gêmeos! São gêmeos! – O Rick repetia com uma alegria contagiante e me beijou. – Obrigado, minha vida, obrigado!
Meu coração estava explodindo de alegria, eu queria ter um filho, mas ter dois era extraordinário. Depois que eu me troquei, o Dr. Molina nos explicou todos os cuidados que deveríamos ter dali por diante. Quando saímos do consultório nossos amigos nos esperavam ansiosos pelas notícias. O Rick estava todo orgulhoso, com um sorriso no rosto e a voz confiante ele se apressou em dar as notícias.
- Alessandro, é melhor você parar de perder tempo ou eu vou te ultrapassar. Eu vou ser pai de gêmeos! Gêmeos! – O Rick repetiu todo animado e a nossa alegria contagiou os nossos amigos que estavam sentados ali.
A Catarina se levantou, ela seria a próxima a ser examinada, mas ela olhou bem para o marido antes de ir para a sala do médico.
- Se eles tiverem dois de cada vez vão nos ultrapassar muito rápido mesmo. – Ela falou com o Alessandro.
- Calma, querida, nós já tivemos quatro, vai que temos sorte de novo! – Ele riu e eles entraram na sala rindo.
No fim das contas, eu era a única ali grávida de gêmeos, todas as outras esperavam por um bebê cada uma e a Catarina, apesar da gracinha que fez ao se levantar, quando saiu do consultório médico respirava aliviada por estar a espera de apenas um bebê dessa vez.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......