“Irina”
Eu já estava quase sem fôlego de tanto gritar, aquele velho depravado morto em cima de mim, sua saliva pegajosa escorrendo em meu peito e eu ainda sentia aquela coisa dele dentro de mim. Que nojo! E eu nem consegui empurrá-lo, ele parecia estar pesando uma tonelada. Eu já estava chorando de desespero. Eu morreria ali lentamente debaixo daquele defunto e ninguém viria me ajudar. Mas aí eu ouvi o barulho na porta.
- Por favor, me ajuda, ele morreu! – Eu implorei mais uma vez e finalmente aquela governanta burra entrou no quarto.
- Credo! – Ela levou a mão à boca, fechou os olhos e virou a cara para o outro lado.
- Sua estúpida, vem aqui! Tira esse morto de cima de mim e me solta. – Eu exigi e ela me olhou por um momento, como se estivesse em dúvida se deveria se aproximar ou não. – ANDAAA!
- Calma, D. Irina, também não precisa gritar. – Ela se aproximou, tocou nele com a ponta do dedo umas três vezes e nós ouvimos um grunhido. – Acho que ele está vivo. Eu vou chamar a ambulância.
Ela tirou o próprio celular do bolso, ligou para a emergência e relatou a situação, informando que, considerando o tempo que eu fiquei gritando, ele deveria ter passando mal há mais de uma hora.
- Eles já estão a caminho, D. Irina! – Ela respondeu, mas colocou o celular no ouvido outra vez. – Sr. Donaldo. Sim sou eu. Acho melhor o senhor vir, seu pai passou mal e parece que está morrendo. Eu já chamei a ambulância. Sim, senhor. Até já, senhor.
- Pra quê você ligou pra ele sua estúpida? – Eu estava olhando para aquela estúpida sem acreditar no quanto era estúpida.
- Ué, mas é o filho dele... – Ela me olhou com aquela cara de idiota.
- ESTÚPIDA! Anda, tira ele de cima de mim. – Eu exigi. – E acha as chaves dessas algemas e me tira daqui.
- Desculpa, senhora, mas o médico da emergência falou que não pode mexer nele. Aguenta firme, eles já vão chegar! – Ela teve a coragem de falar isso pra mim. Ah, mas ela ia ver só.
- EU QUERO MAIS É QUE ELE MORRA, SUA ESTÚPIDAAAA! – Eu gritei e nesse momento o idiota do Donaldo entrou no quarto.
- É bom saber, Irina! – O Donaldo me olhou como se estivesse com nojo de mim.
- FODA-SE, SEU IDIOTA! TIREM ESSAS ALGEMAS DE MIM! – Eu estava cheia de raiva, completamente irada. E eles não se mexiam, era como se eu não estivesse presa naquela maldita cama.
- Há quanto tempo ela está gritando? – O Donaldo perguntou para a governanta.
- Há mais de uma hora, senhor. – A governanta respondeu.
- É, problema nos pulmões ela não tem. – O Donaldo comentou e se eu pudesse teria arremessado algo bem pesado na cabeça dele. – Onde estão as chaves das algemas, Irina.
- EU NÃO SEEEIII! ESSE VELHO ESTÚPIDO ME PRENDEU AQUI E ESCONDEU ESSAS MALDITAS CHAVES! – Eu estava chorando de raiva outra vez.
- Eu vou procurar. – O Donaldo se virou e começou a revirar o quarto a procura das chaves. Mas parecia não estar em lugar nenhum.
Logo o som da sirene da ambulância foi ouvido e a governanta foi até o andar de baixo recebê-los. Eu estava desesperada pra que tirassem o quase defunto de cima de mim, enquanto o Donaldo procurava as malditas chaves. Mas assim que os socorristas entraram no quarto o Donaldo parou de procurar e começou, junto com a governanta, a responder as perguntas deles. Mas ninguém se movia para tirar o quase defunto de cima de mim.
- TIREM DE CIMA DE MIM! – Eu gritei.
- Calma, senhora, as coisas precisam ser feitas com cuidado. – Um dos socorristas falou.
Eu me levantei cheia de esperança e fui até a sala. Meu dia já tinha começado tão bem com a morte iminente do velho, só poderia ficar melhor. Mas eu tinha que caprichar na cara de tristeza.
- Doutor, bom dia. Meu marido foi internado em péssimas condições ontem, está a beira da morte. Mas o senhor pode falar comigo. – Eu falei com toda a gentileza.
- Sim, D. Irina, eu já soube, mas eu estou aqui justamente para falar com a senhora. Oficial, por favor. – O advogado indicou o homem que o acompanhava.
- Bom dia, senhora, eu sou oficial de justiça e estou aqui para intimá-la de uma ação de divórcio. – O homem se aproximou, mandou eu assinar o papel em sua prancheta e depois se despediu do advogado e se retirou. Eu fiquei olhando aquele papel aturdida.
- O Leonel pediu o divórcio? Mas é um velho cretino mesmo. Ainda bem que está quase defunto! – Eu ia rasgar aqueles papéis, mas o advogado me interrompeu.
- Eu, se fosse a senhora, não faria isso. O Sr. Leonel ainda está vivo e como ele me passou uma procuração me dando controle sobre os assuntos legais dele e, no caso do divórcio, ele me deu poder suficiente para decidir e assinar por ele. – O advogado me alertou.
- E o que isso significa? – Eu quis saber, não estava entendendo.
- Significa que, enquanto ele não morrer, mesmo que fique inválido, eu tenho poderes para continuar com a ação e como eu sei que era o que ele queria, sugiro que a senhora procure um advogado. – O advogado sorriu parecia estar muito satisfeito em poder me atormentar.
- Mas isso é um ultraje! O meu marido está entre a vida e a morte no hospital. – Eu tentei comovê-lo, só agora me dava conta de que me precipitei na frente daquele homem.
- Sim, mas a senhora não se importa com isso. Passar bem, senhora! – O advogado deu as costas e saiu dali.
Eu precisava que o Leonel morresse antes que esse divórcio acontecesse. E eu precisava ir imediatamente a esse hospital saber o que estava acontecendo. Depois eu iria lá na casa do Lucas, tirar a limpo aquele vídeo que o Leonel me mostrou, ele ia ter que me explicar direitinho o que aconteceu entre ele e a Ilana e quantas vezes aconteceu.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......