“Donaldo”
Enquanto a ambulância cortava o trânsito a toda velocidade e eu tentava acompanhá-la, eu pensava se deveria avisar a minha irmã. Eu não queria estragar o jantar que eles estavam oferecendo para a família e os amigos, eu estava chegando à casa dela quando a governanta me ligou, e eu também não queria que ela se preocupasse, ela estava grávida, não precisava desse estresse, mas, por outro lado, por mais que ela estivesse ferida e magoada, o Leonel também era pai dela e ela tinha o direito de saber.
No hospital eu fui mandado para a sala de espera até que os médicos atendessem o Leonel e tivessem respostas para mim. E sentado ali eu fiquei pensando na cena bizarra que eu vi naquela casa. Minha nossa! Aquilo me assombraria. Mas bem feito para a Irina! Se ela soubesse que eu encontrei as chaves das algemas no bolso da calça do meu pai e que fiz aquela cena toda só pra dar uma lição nela, ela me mataria. E antes de sair, eu chamei a governanta e pedi para que ela demorasse mais um pouco a tirar aquelas algemas. Eu ri sozinho, sentado ali naquela sala de emergência e então eu resolvi ligar para o Rick e deixar que ele decidisse como dar a notícia para a minha irmã.
Não demorou muito para que aquela sala de emergência ficasse cheia. Minha irmã, como eu imaginei quis ir para o hospital assim que recebeu a notícia, chegou acompanhada pelo Rick e pela Del e eu me vi abraçado pelas duas ao mesmo tempo.
- Don, como você está? – O Átila e a esposa se aproximaram. Nos últimos tempos eu me sentia quase filho deles. Estavam sempre me convidando para a sua casa, me tratavam com carinho e o Átila se tornou indispensável para mim na empresa.
- Estou bem, Átila. Só é enervante essa espera, sem saber o que está acontecendo. – Eu respondi.
Logo eu já estava recebendo mais abraços dos amigos que eu tinha feito desde que a Ana e o Rick começaram a namorar e desde que a Del entrou em minha vida. Aqueles homens e mulheres eram como uma grande família que abraçavam quem se aproximava e integravam ao grupo. A sala de espera estava cheia e as conversas foram me distraindo, até que o médico surgiu com notícias.
- O Sr. Leonel teve um AVC, o prognóstico não é bom, o socorro demorou muito, se ele sobreviver às próximas quarenta e oito horas, ficará com sequelas gravíssimas e permanentes, os danos cerebrais podem ser significativos, como fraqueza muscular, problemas de fala e visão e dificuldade de coordenação, enfim, o mais provável é que ele fique totalmente inválido e perca a fala. Mas, como eu disse, as próximas quarenta e oito horas são cruciais. – O médico explicou e eu já esperava pelo pior mesmo, considerando o que eu tinha visto e o que eu sabia.
- O senhor sabe a causa, doutor? – A Anabel perguntou e eu podia ver aquela cabecinha começar a se culpar pela doença do Leonel.
- Bel, não começa, não é culpa sua. – Eu a alertei.
- Ah, a senhora é a esposa? – O médico perguntou.
- Não, eu sou filha dele. Nós nos desentendemos já tem um tempo e eu pensei que talvez o estresse... – A minha irmã respondeu.
- Não, querida, não. No caso do seu pai, o que contribuiu para o AVC foi o estimulante sexual que ele tomou, combinado com bebida alcoólica, nós encontramos altos níveis das duas coisas no organismo dele. – O médico respondeu com um sorriso amigável para a minha irmã.
- Eu já imaginava... – Eu suspirei, fazia todo sentido, considerando a cena que eu tinha visto na casa do meu pai.
- Estimulante sexual? – A Anabel perguntou ao médico e diante da confirmação ela me olhou de boca aberta e eu tive que segurar pra não rir da situação ridícula.
- Sim, os socorristas o encontraram numa situação um tanto íntima, não é mesmo? – O médico me olhou, como se quisesse confirmar que eu sabia.
- Doutor, nada poderia ser mais íntimo que aquilo. – Eu sorri para o médico.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......