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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 963

“Anabel”

Já tinha uma semana que o Leonel estava no hospital. Ele tinha saído do período crítico e como o médico havia avisado ele ficou com sequelas irreversíveis, ele teve a fala comprometida e o lado direito do corpo ficou paralisado.

O Don se encarregou de contratar uma equipe de enfermagem para acompanhá-lo no hospital e eu passava todas as tardes no horário de visitas. Era deprimente vê-lo naquela cama, um homem orgulhoso, arrogante, de repente reduzido a um saco de ossos sobre uma cama.

Eu não ficava mais do que cinco minutos naquele quarto, era mais do que suficiente, aquilo era sufocante pra mim, principalmente porque eu via as lágrimas caindo dos olhos dele sempre que eu chegava, eu não tinha idéia se ele me queria ali ou não, mas parecia que a minha presença aumentava o sofrimento dele, pois, de acordo com o médico, a compreensão, a memória e o discernimento dele não tinham sido afetados.

Eu estava diante da cama, olhando para ele, como fazia todos os dias, eu parava ali e olhava para ele, eu não falava nada, eu não o tocava, apenas o olhava e apertava a mão do Rick, que estava sempre segurando a minha, pois ele me acompanhava em cada visita.

- Que bom que vocês ainda estão aqui! – O Don entrou no quarto, parecendo bastante animado.

- Boas notícias? – Eu perguntei e me virei para ele.

- As melhores! – Ele respondeu com um sorriso que ia de orelha a orelha e então deu a volta na cama e segurou a mão do Leonel. – Você pode me entender, pai?

- Mmmm... mmm... mmm... – Eu vi o Leonel se esforçar para falar e se frustrar por não conseguir, então ele moveu sutilmente a cabeça em concordância e fechou os olhos por um momento. O suspiro que ele deu foi como um grito de lamento doloroso.

- Muito bem! Você sabe que procurou isso com suas próprias mãos? – O Don o encarava, era possível perceber no rosto do meu irmão uma confusão de sentimentos contraditórios. E outra vez o Leonel concordou.

- Então preste atenção. Eu já encontrei uma casa de cuidados para você. Você terá alta em dois dias e será levado para lá. Você terá tudo o que precisar, mas não espere que a Ana e eu façamos visitas regulares, isso não vai acontecer e você sabe bem porque, não sabe? Você sabe que está colhendo o que você plantou. – O Don falava com calma, com a voz em um tom agradável, mas suas palavras eram duras, e novamente o Leonel concordou.

- Don, não precisa... – Eu tentei intervir, meu irmão não precisava dizer aquilo, o Leonel era apenas um doente, a sombra de quem ele havia sido.

- Não, Bel, ele tem que saber. O que aconteceu com ele foi culpa exclusiva dele. E ele tem que entender que sofrerá as consequências de todo o mal que ele fez. Nós não vamos abandoná-lo, mas não vamos viver em função dele. – O meu irmão não poderia ter sido mais claro e o Leonel fez que sim.

- Minha vida, seu irmão está certo, o fato de ele estar sobre uma cama não apaga o que ele fez. – O Rick me abraçou.

- Eu sei... – Eu respirei fundo.

- Bom, nós já vamos, eu estou louco pra colocar a Irina na rua. – O Don apertou a mão do Leonel e sorriu, numa despedida que me parecia tão triste.

Eu me retirei daquele quarto como em todos os outros dias, em silêncio, sem despedidas ou apertos de mão. Do hospital nós fomos direto para a casa do Leonel, ou melhor, a casa que foi da nossa mãe. Quando chegamos encontramos do lado de fora do portão o oficial de justiça e quatro policiais. A hora tinha chegado e eu estava feliz em tirar aquela mulher odiosa da casa da minha mãe.

O oficial exibiu a ordem judicial para os seguranças no portão e eles nos deixaram entrar, dois policiais ficaram com eles para evitar que dessem alarde. Nós fomos entrando e encontramos a Irina na sala.

- Quê isso? Que invasão é essa? Fora da minha casa! Saiam agora! – A Irina caminhou em nossa direção com toda a sua arrogância.

- Sra. Irina Santos? Eu sou o oficial de justiça e lhe trouxe uma ordem do juiz. A senhora deve deixar essa casa imediatamente, com a roupa do corpo, não pode levar absolutamente nada. Este imóvel e tudo o que existe dentro dele, assim como as contas bancárias e as ações do Grupo Lancaster, tudo está sendo restituído aos seus verdadeiros donos.

- Do que você está falando? – A Irina olhou para o oficial de justiça como se ele estivesse dizendo um grande absurdo.

- Do testamento da Sra. Antônia Lancaster. Tudo o que o Sr. Leonel Santos possuía era oriundo da fraude cometida ao forjar um testamento falso em nome da Sra. Antônia. E, como foi investigado, a senhora nunca possuiu absolutamente nada e tudo o que comprou todos esses anos foi a custa do dinheiro que o seu marido lhe dava, porém esse dinheiro nem era dele. – O oficial explicou.

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