Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 152

- Nós vamos cuidar de você. – Daniel pegou-a no colo e ela abraçou-se a ele, rindo.

Os dois foram na frente. Olhei para Ben e disse:

- Estou preocupada.

- E eu, Babi? Como acho que estou?

- Como ela vai fazer repouso? Não temos sequer elevador no nosso prédio. Olha o que tem de degraus para subir e descer cada vez que precisa sair.

- Isso vai ser complicado.

- E se alugássemos um apartamento no térreo? – Sugeri.

- No nosso prédio não há apartamentos vagos no térreo, Babi. Pelo que sei só há um disponível no terceiro andar, o que não resolveria muito a situação.

- E se mudássemos de prédio?

- Acha mesmo que vamos conseguir encontrar outro aluguel tão baixo quanto o nosso e num lugar tão bem localizado?

- O aluguel é baixo porque não há elevador.

- Sabe que é difícil encontrar algo parecido... Sem contar que nosso apartamento é a coisa mais aconchegante e perfeita que existe.

- É por Salma...

Ben parou e pegou minhas mãos, voltando-se para mim. Olhou para Salma, que entrava no carro com Daniel e disse:

- É a hora exata para partirmos, Babi. Vamos para a minha mãe.

- Em Noriah Sul?

- Eu já tinha em mente partir. Não estava brincando quando disse que faria isso. Salma também precisa. É um lugar tranquilo e ela vai conseguir repousar. Sem contar que mamãe cuidará de nós.

A primeira coisa que me veio à cabeça foi Heitor. E meu coração ficou completamente balançado. Nunca mais vê-lo? Deus, eu conseguiria? Por mais que eu o rejeitasse, nos encontrávamos “coincidentemente” em todos os lugares. Mas partir para outro país era deixar o caminho livre para a loira do pau do meio dar o bote.

Mas por outro lado, partir poderia também ser a solução para os meus problemas, esquecendo de vez aquele desclassificado, que me fazia sofrer pelas escolhas erradas que fazia, sempre na contramão do que se era esperado.

Eu já havia dito anteriormente a Ben que iria com ele. Salma estando conosco seria nossa família partindo junto.

Suspirei:

- Vamos convencê-la então.

Voltamos para casa em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Meu coração estava tão apertado e eu nem sabia ao certo o motivo.

Assim que chegamos ao apartamento, Daniel entrou e disse que passaria o dia com Salma. Eu já estava pronta para ir para a Perrone, então aproveitei que minha amiga teria companhia e fui para o trabalho.

Agora eu teria que conversar com Sebastian. E isso também não seria muito fácil, tanto por mim quanto por ele. Nos separarmos logo depois de nos encontramos, depois de tantos anos, seria triste. Eu sentiria saudade dele. Mas ao mesmo tempo dar o endereço de onde eu estaria não era uma boa opção, já que estávamos indo para Ben esquecer Tony. Ver Sebastian significava ter notícias e lembranças constantes dele.

Sebastian não estava na Perrone, o que me deu um pouco de tranquilidade para seguir com meu trabalho e ter um pouco mais de tempo antes de falar com ele, procurando as palavras certas.

No meio da tarde recebi uma mensagem de Ben:

- Vou falar com Salma assim que Daniel for embora.

- Quanto tempo acha que precisamos para arrumar tudo?

- Por mim, uma semana e partimos.

- E o que faremos do apartamento, Ben?

- Infelizmente teremos que entregar. Como vamos pagar o aluguel se não estaremos lá?

- Quanto tempo acha que ficaremos? Talvez dê para manter o pagamento e o apartamento fechado.

- Tempo suficiente para eu ficar bem e esquecer Tony.

- E se isso durar muito tempo?

- Babi, sabe que no mínimo uns três meses. Salma precisa de descanso.

- Ok.

- Vai falar quando com Sebastian?

- Hoje mesmo.

- Eu gostaria que ele não soubesse onde estarei.

- Não falarei, não se preocupe. Mesmo que Tony se arrependa, não irá encontrá-lo.

- Ele não se arrependerá, Babi. Infelizmente.

- Eu vejo vocês à noite. Preciso organizar algumas coisas por aqui.

- Amo você.

- Também amo você, Ben.

Era o melhor a fazer. Não havia dúvidas.

Eu não precisei ir até a sala de Sebastian. Final de tarde ele abriu a porta e veio até mim, dando-me um beijo e sentando na minha frente. O semblante dele estava muito feliz.

- Por que estes lindos olhos azuis brilham? – perguntei.

- Graças a uma irmã que apareceu como um anjo na minha vida.

- Um anjo, eu? – comecei a rir.

- Eu e Milena conversamos um pouco...

- E rolou algo a mais?

- Por mais que meu desejo fosse beijá-la e não a largar nunca mais, preferi ir devagar. Tenho medo de assustá-la.

- Eu não acho que ela se assustaria. – Garanti.

- O que importa é que conversamos um pouco... Trocamos nossos novos números de telefones e marcamos um jantar.

- Num restaurante bem longe, não é mesmo? Porque se a mãe dela souber, você está fodido.

- E eu não sei? Aquela mulher é uma pessoa horrível. Você não tem noção.

- Sim, eu tenho. Só não entendo como Allan Casanova continuou com ela, depois de tudo que houve. E sabe o que mais me pergunto? Se ele e sua mãe tiveram um caso por tanto tempo, será que Allan gostava de sua mãe? E se ele gostava, por que não se preocupou com o aborto? E agora ela está viúva... Ele poderia procurá-la. Mas se seus pais já estavam separados a bem mais tempo, por que Allan e Soraia não voltaram a se relacionar? De todas as dúvidas, a maior é a seguinte: podem duas pessoas que não se amam se relacionar por mais de dois anos? Porque se fosse só sexo, poderiam ter outros parceiros.

- Ele não se preocupou com a perda do próprio filho. Deixou minha mãe sofrendo sozinha, entende?

- Coisas que jamais eu vou entender. Mas uma eu já descobri: seu pai não amou a minha mãe. Ou não teria feito o que fez. Falta eu saber o que ela sentia... E o quanto sofreu, não só por ele ter pedido que ela me abortasse, mas também pela falta dele.

- Eu creio que mais cedo ou mais tarde, você descobrirá a verdade, Babi.

- Sim, eu espero.

- Planos para hoje à noite?

- Bem... Eu tenho uma coisa para lhe dizer.

- Então diga. – Os olhos azuis me encararam e seu rosto veio para frente, na minha direção.

- Eu quero demissão.

Ele estreitou os olhos e riu:

- É brincadeira?

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