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Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 157

Um dia antes de nossa partida para Noriah Sul, peguei o anel em formato de flor, caríssimo, tanto que ironicamente quase valia minha vida, já que este foi o intuito quando minha mãe o recebeu, e o coloquei na bolsa.

Já passava das dezenove horas quando pedi que Daniel me deixasse no cemitério onde o corpo de minha mãe estava enterrado.

- Quer que eu espere por você? – ele perguntou, assim que estacionou o carro na entrada principal.

- Não. Eu vou andando depois.

- Mas está tarde, Babi. Logo vai anoitecer.

- Eu vou andando. Sei que é um pouco longe, mas preciso caminhar um pouco e aproveitar meus últimos momentos em Noriah Norte – sorri. – Caso fique cansada ao longo do caminho, ligo para você. – Garanti.

- Ok, vou ficar atento ao telefone. Só não demore muito porque logo vou para a Babilônia.

- Tudo bem, Daniel. Vá tranquilo. – Sorri e lhe dei um beijo no rosto.

- O que mudou entre nós? – ele perguntou.

Eu fiquei em silêncio, olhando-o, pensando no que dizer.

- Porque estava tudo bem – continuou. E de uma hora para outra você me afastou. E parecia me odiar. Ficou com ciúme de Salma?

- Daniel, eu fiquei muito puta aquela vez que você estava com Salma na sala e logo depois deu a entender que tinha interesse em mim.

- Você sabe que eu sempre tive interesse em você, não é mesmo?

O encarei:

- Daniel, você está namorando a minha melhor amiga.

- Usei o termo “tive”. Aprendi a gostar da Salma. Ela é uma mulher incrível.

Suspirei, satisfeita:

- Fico tranquila em ouvir isso. Minha raiva já passou. Eu quero que você seja muito feliz com Salma. Ela merece.

- Estou feliz, ela está feliz e estamos bem.

- Deus é pai. – Agradeci, juntando minhas mãos ao ouvir aquilo.

- Mas você é importante para mim, Babi.

- Não deveria, Daniel. Nos conhecemos muito pouco.

- Quem conseguiria competir com Heitor Casanova, não é mesmo? – ele riu ironicamente.

- Não vamos voltar a este assunto. Realmente não quero.

- Ok, me desculpe. Só não quero que continue a me ignorar e fugir de mim. Isso machuca profundamente.

- Sabendo dos seus sentimentos por Salma, me tranquilizo e volto a pensar que você pode ser um cara legal.

- E eu sou.

- E seu relacionamento em Noriah Sul?

- O vinho é Demi seco, para nós duas ficarmos satisfeitas – sorri novamente, enquanto retirava duas taças cuidadosamente da bolsa. – No enterro de Jardel, depois que todos foram embora, eu brinquei, no túmulo dele, com espumante. Foi o fim de uma vida horrível e o início de uma nova Bárbara. Este vinho é para comemorarmos juntas a morte de Francesco Perrone. O desgraçado se foi. – Abri o vinho e coloquei o líquido nas duas taças e toquei uma na outra, brindando.

A taça dela foi colocada sobre a grama, junto da cruz. Dentro joguei o anel:

- Beba e vamos jogar fora esta porra de anel. Ele lhe pertence então quero que faço o que quiser com ele.

Sorvi o vinho pouco doce e fiz uma careta:

- Não sei como você consegue beber isso, mãe. E deixa eu te dizer: eu não tenho como repudiar Sebastian Perrone. Eu o amo... Mesmo odiando o pai dele.

Segui ali, bebendo, até acabar com a garrafa e não percebendo a noite chegar.

Meus pensamentos estavam confusos e sabia que estava um pouco bêbada. Talvez tivesse que ligar para Daniel me buscar e levar-me de volta, embora soubesse que estava segura no cemitério mais do que na rua àquela hora.

Por último bebi o vinho da taça dela, sorvendo o anel e depois cuspindo-o de volta na taça, ouvindo o som do ouro batendo no cristal.

- Porra, mãe, você nem bebeu! Não me diga que gostava do desgraçado – enruguei a testa. – Não faça esta desfeita, beba comigo.

Minha cabeça pendia para a frente e não queria parar no lugar. Tentei levantar, mas a pernas não me obedeceram.

- Eu acho que posso ter bebido demais. Quer me ajudar a levantar, mãe? ou quem sabe discar o número do Daniel? Não quero dormir no cemitério. Sabe-se lá se não traz má sorte... – gargalhei.

Estava bem escuro ali. Luzes minúsculas, acoplada às cruzes, iluminavam o lugar. Mas mal dava para ver alguma coisa, a não ser o caminho entre elas. Tentar levantar era simplesmente inútil. Meu corpo não me obedecia.

Sentia tudo se amolecendo dentro de mim, como se eu estivesse vendo Heitor vindo na minha direção e me derretendo, lentamente.

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