Um dia antes de nossa partida para Noriah Sul, peguei o anel em formato de flor, caríssimo, tanto que ironicamente quase valia minha vida, já que este foi o intuito quando minha mãe o recebeu, e o coloquei na bolsa.
Já passava das dezenove horas quando pedi que Daniel me deixasse no cemitério onde o corpo de minha mãe estava enterrado.
- Quer que eu espere por você? – ele perguntou, assim que estacionou o carro na entrada principal.
- Não. Eu vou andando depois.
- Mas está tarde, Babi. Logo vai anoitecer.
- Eu vou andando. Sei que é um pouco longe, mas preciso caminhar um pouco e aproveitar meus últimos momentos em Noriah Norte – sorri. – Caso fique cansada ao longo do caminho, ligo para você. – Garanti.
- Ok, vou ficar atento ao telefone. Só não demore muito porque logo vou para a Babilônia.
- Tudo bem, Daniel. Vá tranquilo. – Sorri e lhe dei um beijo no rosto.
- O que mudou entre nós? – ele perguntou.
Eu fiquei em silêncio, olhando-o, pensando no que dizer.
- Porque estava tudo bem – continuou. E de uma hora para outra você me afastou. E parecia me odiar. Ficou com ciúme de Salma?
- Daniel, eu fiquei muito puta aquela vez que você estava com Salma na sala e logo depois deu a entender que tinha interesse em mim.
- Você sabe que eu sempre tive interesse em você, não é mesmo?
O encarei:
- Daniel, você está namorando a minha melhor amiga.
- Usei o termo “tive”. Aprendi a gostar da Salma. Ela é uma mulher incrível.
Suspirei, satisfeita:
- Fico tranquila em ouvir isso. Minha raiva já passou. Eu quero que você seja muito feliz com Salma. Ela merece.
- Estou feliz, ela está feliz e estamos bem.
- Deus é pai. – Agradeci, juntando minhas mãos ao ouvir aquilo.
- Mas você é importante para mim, Babi.
- Não deveria, Daniel. Nos conhecemos muito pouco.
- Quem conseguiria competir com Heitor Casanova, não é mesmo? – ele riu ironicamente.
- Não vamos voltar a este assunto. Realmente não quero.
- Ok, me desculpe. Só não quero que continue a me ignorar e fugir de mim. Isso machuca profundamente.
- Sabendo dos seus sentimentos por Salma, me tranquilizo e volto a pensar que você pode ser um cara legal.
- E eu sou.
- E seu relacionamento em Noriah Sul?
- O vinho é Demi seco, para nós duas ficarmos satisfeitas – sorri novamente, enquanto retirava duas taças cuidadosamente da bolsa. – No enterro de Jardel, depois que todos foram embora, eu brinquei, no túmulo dele, com espumante. Foi o fim de uma vida horrível e o início de uma nova Bárbara. Este vinho é para comemorarmos juntas a morte de Francesco Perrone. O desgraçado se foi. – Abri o vinho e coloquei o líquido nas duas taças e toquei uma na outra, brindando.
A taça dela foi colocada sobre a grama, junto da cruz. Dentro joguei o anel:
- Beba e vamos jogar fora esta porra de anel. Ele lhe pertence então quero que faço o que quiser com ele.
Sorvi o vinho pouco doce e fiz uma careta:
- Não sei como você consegue beber isso, mãe. E deixa eu te dizer: eu não tenho como repudiar Sebastian Perrone. Eu o amo... Mesmo odiando o pai dele.
Segui ali, bebendo, até acabar com a garrafa e não percebendo a noite chegar.
Meus pensamentos estavam confusos e sabia que estava um pouco bêbada. Talvez tivesse que ligar para Daniel me buscar e levar-me de volta, embora soubesse que estava segura no cemitério mais do que na rua àquela hora.
Por último bebi o vinho da taça dela, sorvendo o anel e depois cuspindo-o de volta na taça, ouvindo o som do ouro batendo no cristal.
- Porra, mãe, você nem bebeu! Não me diga que gostava do desgraçado – enruguei a testa. – Não faça esta desfeita, beba comigo.
Minha cabeça pendia para a frente e não queria parar no lugar. Tentei levantar, mas a pernas não me obedeceram.
- Eu acho que posso ter bebido demais. Quer me ajudar a levantar, mãe? ou quem sabe discar o número do Daniel? Não quero dormir no cemitério. Sabe-se lá se não traz má sorte... – gargalhei.
Estava bem escuro ali. Luzes minúsculas, acoplada às cruzes, iluminavam o lugar. Mas mal dava para ver alguma coisa, a não ser o caminho entre elas. Tentar levantar era simplesmente inútil. Meu corpo não me obedecia.
Sentia tudo se amolecendo dentro de mim, como se eu estivesse vendo Heitor vindo na minha direção e me derretendo, lentamente.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Decidi terminar de ler o livro.....
Decidi terminar o livro.......
Estava amando este livro envolvente,cativante que realmente prende atenção do leitor por ser bem escrito,mais infelizmente desisti de ler "dropei" quando Daniel começou a chantagear a Barbará,to indignada!...
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...