Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 160

- Ela tem dessas... Como posso agora tentar convencê-lo de que ela é uma pessoa normal? – ouvi uma leve risada do outro lado.

- Bárbara pode ser tudo, menos “normal”.

- Ela está bem?

- Sim. Dormindo. Depois vou dar um banho nela e preparar alguns analgésicos, pois a dor de cabeça vai ser grande...

- Com certeza.

- Quando ela vai embora? – me ouvi perguntando.

- A ideia é partirmos amanhã.

- Você vai junto? Então ela não vai sozinha?

- Não... Viagem entre amigos. Cada um com um objetivo diferente... E o dela é tentar esquecer você.

- Não entendo porque Bárbara foge desta porra de sentimentos... Confesso que sinto que ela tem sentimentos profundos por mim... Tanto quanto eu por ela.

Um breve silêncio novamente antes de ele retomar a palavra:

- Sentimentos profundos? – riu. – Não acredito que você parafraseia Bárbara e suas teorias malucas sobre amor. Porque é isso que ela usa para não dizer a palavra “amor”.

- E onde Sebastian entra nesta história? – toquei no assunto que eu tanto queria.

- Sebastian não entra nesta história. Não da forma como você pensa, eu garanto.

- Então a possibilidade de vocês irem para o país dele... É remota?

- Eu diria que nula, Thor. Não se preocupe.

Senti um alívio dentro de mim que não consegui explicar. Meu corpo relaxou completamente e o coração voltou a bater de forma normal.

- Devo ter esperanças, Ben?

- Eu não sei dizer ao certo, Thor. Babi está fugindo dos sentimentos dela e espero que isso tenha ficado óbvio para você. Mas não posso dizer que ela um dia vai mudar a forma de ver o amor, porque é complicado. Tentei de tantas formas mudar a visão dela, mas Babi tem tanto medo. Eu lhe aconselharia a dar um tempo para ela. No entanto, não acho justo você esperar por uma coisa que não há data certa para acontecer.

- Ela sofreu tanto assim ao lado do ex?

- Além dos oito anos? – ele fez uma breve pausa. – Oito anos são oito anos. Imagina sete deles serem um inferno.

Respirei fundo, tentando controlar a raiva que crescia dentro de mim:

- Não vou dizer que irei matá-lo, porque afinal, ele já está morto.

- E digo, com toda propriedade, que isso foi uma grande sorte na vida da minha amiga.

- Eu queria poder apagar tudo que ela viveu.

- Não... Não tente apagar. Tente fazer com que ela supere. Ela acha que está curada. Ainda assim, não se dá uma chance. O medo é maior que qualquer coisa. O que ela precisa é compreensão, só isso. Eu conheço muito bem Babi e infelizmente ela vai seguir assim, se munindo de defesa contra o amor. Todos temos um passado. Ela também precisa aceitar o seu, Heitor. Babi é como um livro, muitos sabem o nome, poucos sabem a história.

- Ela é complicada... Ciumenta, possessiva, mandona...

- Com amores e amigos. – Ele riu.

- Eu... – um suspiro escapou, sem querer, transparecendo tudo que eu sentia naquele momento. – Eu vou desligar. Só queria avisar que ela está bem.

- Thor, eu tenho certeza de que você e Babi vão ficar juntos. Tenha paciência... Só isso. Tem coisas que só dão certo no tempo certo.

- Paciência, eis uma coisa que eu nunca tive – confessei. – Obrigado por me esclarecer algumas coisas, Ben.

- Não tem de que, Thorzinho. Pode me usar sempre que precisar... No bom sentido, claro. – Ouvi a risada dele do outro lado.

- Boa noite. Cuidarei bem da sua amiga.

- Não tenho dúvidas. E eu mal conheço você, mas confio. Então... Não sei se preciso lhe dizer que transar com ela neste estado não é um ato de cavalheirismo, por mais que ela insista.

- Eu jamais faria isso. Nunca abusei de uma mulher bêbada. Pelo contrário, elas que abusavam de mim.

- Então deixe que Babi abuse de você – ele riu. – Boa noite.

- Boa noite, Ben.

O ar da noite começava a ficar frio. Voltei para dentro, dando de cara com ela na cama novamente, assim que cruzei a porta.

Fui imediatamente para o chuveiro, tomando um banho gelado. Precisava manter a minha sanidade.

Enrolei a toalha na cintura e sentei na poltrona próxima da porta de vidro. Diminuí as luzes, deixando o ambiente menos claro e mais acolhedor. Me servi do outro espumante que havia na mesa ao meu lado e terminei de beber quando já passava da meia-noite.

Eu ainda estava no mesmo lugar, na mesma posição, velando o sono de Bárbara Novaes, que dormia como um anjo, como se sua presença naquele lugar não me causasse absolutamente nada. Se ela soubesse o quanto mexia com meu corpo, minha mente e meu coração... De uma forma que jamais imaginei em toda a minha vida.

Recostei a cabeça no encosto da poltrona, sentindo o cansaço dar lugar ao sono. Fechei meus olhos, incapaz de colocar uma roupa. Ela se remexeu, chamando minha atenção novamente.

Fui até lá a fim de cobri-la e ela abriu os olhos:

- Eu estou enjoada. Não me sinto bem.

- Bebeu mais do que deveria, mocinha – a ajudei a levantar. – Vamos para o banheiro.

Ela não estava tão cambaleante. Mas se segurava ao meu corpo.

- Você está pálida. – Observei.

- Eu acho que vou vomitar. – Ela correu até o vaso sanitário e se ajoelhou, regurgitando tudo que tinha no estômago.

Levantei seus cabelos, que ela mal tinha capacidade de segurar. Aquela maldita tatuagem acabava com qualquer possibilidade de eu não a tocar ou me conter diante dela e sua bebedeira.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas