Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 162

Assim que saí na recepção, uma atendente veio imediatamente até mim:

- Bom dia!

- Bom dia. – Retribui a cordialidade e o sorriso sincero dela.

- A senhora quer que leve o café da manhã à sua suíte? Não precisava vir até aqui. Poderia pedir pele telefone. – Sorriu novamente.

- Não... Eu... vou embora.

- Mas... O café daqui é fabuloso. Não vai se arrepender.

- Eu tenho um compromisso. – Menti.

- Sem problemas. Mas o senhor Casanova orientou que assim que acordasse, lhe enviasse o que houvesse de melhor na nossa cozinha. E junto... Bem, tem certeza de que não vai provar o café?

- Tenho. – Enruguei a testa, confusa.

- Aguarde um minuto, por favor.

Fiquei ali, sozinha, esperando no hall. Um casal saiu pela porta interna e me afastei um pouco, indo para o lado da pequena sala de estar.

O homem era uns vinte anos mais velho que a garota. Por vezes eu até esquecia que aquilo ali era um Motel, ou seja, um lugar destinado ao sexo.

Em minhas escassas experiências conheci um Motel espelunca com o prostituto ladrão e o outro que representava o que havia de mais caro e luxuoso em Noriah Norte, o Palace. E inacreditavelmente era a segunda vez que eu ia até ali com Heitor Casanova.

A recepcionista apareceu com um enorme buque de rosas vermelhas e me entregou:

- Senhor Casanova mandou entregar junto do seu café da manhã. Mas como não quis provar... – sorriu, parecendo tão feliz quanto eu.

Peguei aquelas rosas vermelhas perfeitas, junto da solitária que estava com o bilhete, ainda na minha mão. Eu tive a impressão que o meu coração poderia parar naquele momento, devido aos espaçamentos entre uma batida e outra. Parecia que ele tentava se acostumar com aquele novo sentimento que surgia dentro de mim. Eu nunca ganhei um buque de flores em 27 anos de vida.

Meu rosto ficou ruborizado e quase mandei agradecer pela moça que certamente não veria Heitor novamente.

- Eu... Preciso ir. – Foi o que consegui dizer.

- O carro está esperando pela senhora. – Afirmou.

- Como assim? – era para ser um pensamento, mas saiu em palavras.

- Carro com motorista. – Ela sorriu, explicando melhor.

Sim, eu estava confusa. E ela parecia acompanhar cada momento da minha confusão mental.

Ei, você é a fada madrinha? Me perguntei.

Ela foi até a porta e abriu-a para mim:

- Foi um prazer recebê-la no Palace Noriah Norte. Volte sempre! – o sorriso sincero voltou.

- Eu espero poder voltar – confessei. – Com ele...

Que diabos eu era? Parecia que precisava tirar uma colher da bolsa e me juntar sozinha por um homem que sequer estava ali.

Dei alguns passos e ela disse:

- Ei, senhora?

Virei em sua direção, tapando o sol que ofuscava meus olhos com a própria mão.

- Algumas mulheres já vieram aqui com ele... Mas nenhuma usou a suíte principal do nosso Palace. O valor é altíssimo. E... Nunca ele deu flores ou se importou com qualquer uma delas quando o dia amanhecesse – sorriu timidamente. – Eu não devia estar dizendo isso e não é da minha conta... Mas creio que você seja especial para ele.

- Obrigada... Obrigada... – meio que gaguejei.

O carro preto não passaria despercebido em lugar algum que estacionasse. Anon desceu e veio até mim, usando óculos escuros de grife, com um sorriso estampado no rosto:

- Bom dia, senhora Bongiove.

- Bom dia, Anon 1. – Respondi, em estado de estapafúrdia.

Entrei e sentei no banco de trás. Anon tomou a direção e partimos.

Eu tinha coisas para falar com o motorista e segurança de Heitor. Mas simplesmente não saíam palavras da minha boca. Olhei novamente para as flores e tinha um minúsculo cartão, dentro de um envelope branco, grudado com clipe no papel transparente levemente brilhante. Quando fui retirá-lo, percebi meus dedos trêmulos.

Bom dia, Bárbara

Que todas as minhas desculpas caibam nestas flores.

Sequer sei que tipo de flores você gosta e isso me fez refletir que talvez você tenha razão em algumas coisas, especialmente quando diz “você não me conhece”. Infelizmente, tarde demais para descobrir quem é Bárbara Novaes.

Que encontre longe daqui o que tanto procura.

Heitor C.

Ok, eu estava completamente confusa e com o coração apertado como se fosse partir ao meio. Mesmo antes de tudo aquilo acontecer, eu já me sentia assim com relação a deixá-lo de bandeja para a Barbie das Trevas, cuja forma de renda era dançar no pau do meio do pole dance.

- Seu chefe me deixou completamente confusa e insegura, Anon. – Confessei.

O rosto dele voltou-se rapidamente para o espelho, mas seus olhos estavam cobertos pelos óculos.

- Acho que a senhora causa o mesmo nele. – Afirmou.

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