Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 163

Eu queria poder conversar mais com Anon, mas minha cabeça nunca esteve tão confusa na vida. Era um misto entre querer ir e ao mesmo tempo ficar que eu não conseguia explicar. Sentimentos fortes que chegavam a doer dentro de mim ao mesmo tempo que o medo me assombrava de uma forma que nunca vi antes.

Se Heitor continuasse a ser aquele homem debochado e sem caráter que eu vi há poucos meses atrás seria fácil dizer adeus. Mas o novo Heitor que eu começava a conhecer era tão doce e gentil que me fazia querer jogar-me aos seus pés, fazendo exatamente tudo que ele quisesse.

Por que a vida havia sido tão cruel comigo? Por qual motivo Jardel surgiu, há tantos anos atrás? Qual intuito dele na minha vida? Mostrar o quanto um homem poderia ser horrível e destruir a parte boa que ainda existia em mim?

Muitas vezes pensei que ele havia vindo para me fazer crescer. Mas agora já duvidava disto. Jardel veio para acabar comigo e estragar até mesmo com o meu futuro.

Meu coração dizia: Se joga, Bárbara! Heitor é o amor da sua vida. Você ficou com ele quando o homem tinha duas mulheres e agora que ele está disposto a largar tudo por você, nega? Mas então minha mente se atravessava e dizia: Ei, não se deu em conta que vocês dois são completamente diferentes? Só se falaram poucas vezes, enquanto faziam sexo? Ele sabe o que sobre você? Nada, ele não sabe nada. Sequer imagina que é a porra de uma Perrone, a filha do maldito que deixou o pai dele numa cadeira de rodas.

E quando ele soubesse deste segredo que eu carregava, que doía em mim tanto que ele sequer poderia imaginar? Porque ser uma Perrone era a pior coisa que poderia acontecer na minha vida. E não era só pelo fato de eu odiar o meu pai, independente do sobrenome que ele carregasse. Mas o desgraçado ainda foi ser mau caráter da pior espécie. E se envolver justo com os Casanova.

Enfim, minha partida para Noriah Sul não era para sempre. Sabíamos, nós três, que era temporário. Voltaríamos, mais cedo ou mais tarde. Este pouco tempo separados talvez fosse o que precisávamos para ter certeza de que valia a pena arriscarmos e vivermos aquele amor, mesmo com os estragos que ele poderia causar.

Mas eu não poderia pedir que Heitor me esperasse. Era muito injusto com ele. Por amá-lo tanto quanto eu amava, o deixava livre para viver sua vida, mesmo estando disposta a ficar com ele quando retornasse. Talvez ele tivesse amadurecido e não fosse mais o mulherengo bêbado que sempre ouvi falar. Se caísse nas garras de Cindy, que eu nunca tive certeza se realmente saiu, visto que para ele era difícil desvencilhar-se dela, por mais que tentasse, era porque realmente os dois tinham algo além do que eu imaginei e poderia ser sentimento e não só dependência, seja profissional ou pessoal.

Se eu era covarde? Ah, eu era sim. Eu arrancava os cabelos da loira do pau do meio, a desafiava, rompia todas as barreiras do que se esperava de mim, enfrentei a madrasta má, a noiva depressiva, as secretárias mal-amadas, recepcionistas recalcadas... E agora fugia, com o rabo entre as pernas, fingindo que era uma pobre coitada. Mas o que ele jamais entenderia é que lá no fundo, eu era sim um pobre coitada, quebrada, destruída, com um coração partido em pedaços tão pequeninhos que dois anos não foram suficiente para juntar.

Bárbara Novaes tinha coragem de assaltar um banco, mas não de se entregar de corpo e alma aos seus sentimentos.

E esta partida não era só sobre mim. Era sobre Ben, o amor da minha vida. Sim, ele e Salma eram o significado da palavra AMOR. Só que este amor era puro, era intenso, ele não via nada a não ser o sentimento, ele era capaz de qualquer coisa. Os dois eram simplesmente o ar que eu respirava. A minha família, desde sempre. As pessoas que estiveram comigo quando precisei e mesmo quando os repudiei e afastei, ainda assim eles ficaram, mesmo de longe, zelando por mim, não me deixando cair. Porque me deixaram viver a minha vida, da pior forma possível, porque eu não os ouvia. Mas quando eu abria a porta nas madrugadas, destruída, ambos estavam lá. E eles não diziam nada, porque sabiam que não adiantava. Mas me abraçavam com força e aquilo me bastava. Porque eu sabia que quando o dia amanhecesse, eu faria todas as porras erradas de novo, mas eles estariam lá quando o dia acabasse.

Nós três não éramos família de sangue. Mas éramos família de coração. Nos escolhemos, entre milhões de pessoas no mundo, para montar a nossa própria família, cheia de amor, cumplicidade, verdades, emoções e acolhimento. Se tínhamos nossas brigas? Qual família não tinha? Mas ao final, sempre tínhamos um ao outro.

Assim que chegamos em frente ao meu prédio, pedi:

- Anon, você pode esperar um minuto? Eu... Preciso que entregue algo a Heitor.

- Claro, senhor Bongiove.

Abri a porta do carro antes de ele o fazer para mim. Subi as escadas tão depressa que quase me faltou o ar ao chegar na porta de casa.

Fui até o meu quarto e peguei a caixa que ele enviou com as calcinhas. Retirei uma rosa do buquê e coloquei dentro. Rapidamente peguei uma folha e escrevi o que veio à minha cabeça:

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas