Quando cheguei ao hospital, quase uma hora depois da ligação de Ben, encontrei ele e Daniel na recepção. Assim que me viram, os dois vieram ao mesmo tempo na minha direção e me abraçaram com força. Percebi os olhos avermelhado de Ben, que certamente havia chorado e a expressão de tristeza no semblante da Daniel.
- Como ela está? Me digam que está tudo bem.
- Não está tudo bem. – Daniel comprimiu os lábios, tentando não os fazer tremerem como quando iniciou a frase.
- Há notícias? Maria Lua já nasceu?
- Só nos mandam esperar, esperar e esperar... – Daniel continuou aflito.
Olhei para Ben, que limpou a lágrima teimosa que tentava cair. Fui até ele e o apertei contra meu corpo:
- Pode chorar se quiser. Não segure isso para si. Eu vou estar aqui e pode usar meu ombro.
- Ela vai conseguir. Eu sei que vai. Ela fez tudo certo... Tudo. – Ele disse.
- Pensei a mesma coisa. Claro que Deus não deixaria um bebê recém-nascido sem mãe, não é mesmo? Quem vai cantar “You are my Sunshine” para ela? – sorri. – Eu não tenho dom para ser cantora.
O afastei com delicadeza e respirei fundo, indo até a recepção. Meu coração estava com os batimentos estranhos e meu corpo fraco, como se não respondesse aos comandos do cérebro. Tudo parecia acontecer em câmera lenta.
Eu tentava ser forte. E seria até o fim. Porque eu acreditava sim que tudo daria certo. Eu era a porra de uma mulher que perdeu a mãe ainda adolescente e nada nem ninguém tiraria a única coisa que eu tinha como lembrança da infância, adolescência e uma vida inteira; Salma: minha irmã do coração e de alma.
Fui até a recepção e perguntei, querendo gritar e fazer-me ouvir por todo o hospital:
- Quero saber de Salma... – saiu a voz fraca e embargada, que quase não foi escutada por mim mesma.
- Eu vou ligar para o médico que está acompanhando-a. Só um minuto. Vou verificar se há novas notícias. – A atendente foi simpática.
Enquanto ela pegava o telefone, um médico apareceu:
- Familiares de Salma. – falou em voz alta.
Fomos os três imediatamente até ele, todos ansiosos e temendo o que diria.
- Vamos ter que tirar o bebê através de cesariana. O caso dela é complicado e mesmo prematura, há mais chances de a criança conseguir fora do útero.
- E Salma? – perguntei.
Ele balançou a cabeça:
- Ela está consciente. Mas o caso dela é grave. Não estamos conseguindo estabilizar a pressão. Salma já está na sala de parto e toda equipe pronta para iniciar a cesariana. Ela tem direito a um acompanhante, para assistir ao parto. E ela faz questão disso.
- Eu! – Daniel se manifestou, já indo em direção ao médico.
- Ela pede por Bárbara. – Ele me olhou. – Deve ser você, não é mesmo?
- Sim... – senti um nó na garganta.
- Sinto muito, papai. – disse o médico. – Acho que fazer o que ela pede neste momento é importante.
O médico parecia tão sensível quanto nós e aquilo não me deu uma boa sensação. Será que agia assim porque sabia que minha amiga não resistiria?
- Claro... – Daniel pegou minha mão e olhou nos meus olhos. – Diga que estou aqui, torcendo por ela. E que a amo.
- Vou dizer – olhei para Ben. – Você estará lá, junto de mim.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...