Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 170

Um dia, cansada de tudo aquilo, tive coragem e falei para minha mãe. Nunca esqueci as palavras dela:

- Sua idiota! Quer que eu faça o que? Mande-o embora? Quem você acha que põe comida na porra desta mesa?

A mãe de Babi morreu semanas depois e ela teve que ir morar com a avó. Não era muito longe, mas não nos víamos com tanta frequência, o que me fez ficar sem rumo por um bom tempo, vivendo mais na rua do que dentro da minha própria casa.

Minha mãe engravidou do desgraçado e eu tive a certeza que ela nunca o deixaria. Um dos meus irmãos morreu atropelado e na mesma noite ouvi ela e meu padrasto transando feito loucos, enquanto eu chorava a perda deitada na minha cama. Eu poderia ser a porra de uma vagabunda, uma drogada, uma desequilibrada. Mas minha vontade de mostrar ao mundo que eu venceria e sairia daquela merda de vida era maior.

Eu estava com Babi na noite que ela conheceu Jardel. Tinha ido passar o final de semana com ela e Mandy. E achei que ela era uma sortuda de ter chamado a atenção daquele rapaz lindo e perfeito.

Antes que eles completassem um ano de namoro, saí de casa somente com uma mala, na qual cabia todas as minhas roupas e calçados. Decidi alugar um apartamento na capital, mesmo sem um vintém no bolso. E para minha sorte, Babi foi comigo.

Ela poderia ter ficado vivendo na casa de Mandy, tendo tudo que quisesse nas mãos. Mas ela seguiu nosso plano de anos atrás. E eu sabia que fez aquilo muito mais por mim do que por ela.

Babi era tudo que eu tinha como referência de amor, amizade, sentimentos bons... Nada nem ninguém substituía ela, que era o que havia de mais especial e importante na minha vida.

Tempos depois ela conheceu Ben, que veio morar conosco meses depois. Neste meio tempo, Babi já estava entrando na vida completamente louca e inconsequente de Jardel.

Então eu me apaixonei por Ben também, mais um presente que Babi me deu. E lembro que nós dois ficávamos horas falando de como poderíamos fazer para tirar nossa amiga daquilo tudo que ela estava vivendo. Foi como se eu me livrasse daquela vida miserável ao mesmo tempo que Babi entrou nela.

A questão é que viver na capital não era tão fácil. Fazia anos que eu dançava na Babilônia e não tinha perspectiva de crescer profissionalmente. O máximo que eu poderia chegar era no poste da pista principal, ao lado da loira que mandava e desmandava em todo mundo, porque tinha o dono da porra toda nas mãos.

Heitor Casanova dormia com Cindy e a deixava fazer o que quisesse na Babilônia. Isso porque ele mal sabia o que acontecia ali. Vivia caindo de bêbado e já tinha dormido com outras dançarinas. Todas elas foram demitidas depois que chegou aos ouvidos de Cindy o que tinha acontecido.

Ele jamais olhou na minha direção, em anos. Embora eu tenha dançado para ele quando houve seleção, foi a única vez que chamei sua atenção. E talvez tenha sido só de forma profissional mesmo.

Planejei engravidar dele por quase um ano. Era um plano fácil, afinal, ele dormia com todo mundo e estava sempre bêbado. Bastava cuidar meu período fértil, tirar Cindy do caminho e seduzi-lo. Grávida de um homem milionário e poderoso, minha vida mudaria para sempre. Se eu queria ser rica? Quem não tinha este sonho? Mas o objetivo era parar de dançar naquela porra e mostrar ao mundo que eu venci, de alguma forma. Viveria de pensão, ajudaria meus amigos e mudaria de vida. E eu tinha certeza de que ele não me tiraria a criança, pois aquele homem jamais quereria um bebê na sua vida.

Por que, com tantos homens, escolhi Heitor Casanova? Porque ele era a porra de um bêbado ordinário e safado que não sabia o que acontecia ao seu redor. E porque era absolutamente lindo e gostoso.

Contei o tempo do show de Cindy. Entrei no camarim dela e vi duas garrafas com água no frigobar. Abri-as cuidadosamente e coloquei um remédio forte para dormir, que comprei especialmente para a ocasião.

Ouvi as palmas em demasia ecoando pela boate e saí, voltando ao camarim das simples mortais, que não eram preferidas do patrão.

A noite na Babilônia só acabava quando o sol nascia. E não, não víamos o sol nascer, mas olhávamos o relógio para saber o momento que aquilo acontecia.

Era quatro horas quando entrei no camarim e ela estava com a cabeça sobre a mesa de maquiagem, apagada. Levei-a com dificuldade, cambaleante até o sofá e a cobri. Se alguém visse, acharia que a loira do pole estava cansada e acabou adormecendo.

Respirei fundo e peguei o aplique que ela usava quando amarrava os cabelos num rabo de cavalo. Puxei meus fios ruivos na escova até ficarem como os dela e botei o aplique.

O máximo que poderia acontecer era Heitor Casanova não me confundir com Cindy e eu dizer que era louca por ele. Não tenho certeza se ele seria capaz de me recusar.

Fui até minha bolsa e peguei duas camisinhas. Abri as embalagens e furei-as, guardando cuidadosamente de volta, colocando sob o tecido brilhoso do sutiã em lantejoulas preto.

Quando cheguei no corredor onde ficava a sala do dono da Babilônia, vi o segurança dele, com os braços cruzados.

- Boa noite. – Cumprimentei.

Ele respondeu com um aceno de cabeça.

- Cindy está deitada no sofá. Eu não sei se ela está passando bem. Será que aviso o senhor Casanova?

- Eu vou até lá vê-la. O Senhor Casanova não está em condições neste momento. – disse. – Onde ela está?

- No camarim dela.

Ele saiu do corredor e assim que sumiu dos meus olhos, segui rapidamente até a sala de Casanova. Abri a porta e ele estava recostado na cadeira, próximo da mesa, com um copo de uísque na mão. Tinha uma luz fraca e amarelada acesa, deixando o ambiente quase escuro. Ele estava com a gravata aberta e a camisa desabotoada até a metade, com o peito aparecendo.

Fechei a porta e ele me encarou:

- Cindy? – Os olhos ficaram estreitos e confusos.

- Oi... – levantei a mão.

- Preciso parar de beber... Nem parece você, porra.

- Quanto bebeu já? – perguntei, me aproximando, observando a garrafa de uísque vazia.

Ele pegou a garrafa, encarando-a, sem dizer nada. Fui até a estante cheia de bebidas e peguei outra garrafa de uísque, colocando na frente dele.

- Quer? – ele me ofereceu.

Peguei a garrafa e bebi no gargalo, até não aguentar mais o amargor do líquido forte descendo pela minha garganta. Olhei para ele. Deus, apesar do nervosismo, transar com aquele homem seria bom demais.

- Me chupa. – Ele disse, em tom de ordem.

- É assim que funciona? – perguntei, confusa.

Ele não disse nada. Abriu o botão da calça. O cinto já estava aberto. Me aproximei e parei na frente dele, que me pegou pela cintura, levando uma mão ao meu peito, apertando levemente.

Toquei seu membro sob a cueca, sentindo endurecer rapidamente. Ele sorveu o restante do líquido do copo e deixou a cabeça recostar-se sobre o encosto da cadeira. Parecia muito, muito bêbado.

Retirei seu pau de dentro da cueca e ajoelhei-me no chão, começando a chupá-lo. Ouvi o gemido dele, que pegou minha cabeça, forçando-me a ir mais fundo, quase me sufocando. Porra, eu precisava que ele me comesse.

- Termina logo isso, sua vagabunda. – Ele disse com a voz lenta, arrastada, enquanto puxava meus cabelos.

Antes que ele gozasse, levantei e retirei a calcinha. Ele me olhou, sem mover-se de onde estava.

Sentei sobre ele, umedecida, me preenchendo completamente com seu membro avantajado e duro. Beijei seu pescoço, sentindo o cheiro bom que ele exalava. Quando tentei beijá-lo, ele se afastou, virando o rosto:

- Não!

Caralho, ele não beijava Cindy? Ou percebeu que não era ela? Fiquei um pouco receosa, mas tentei não desfocar, começando a rebolar no pau dele, gemendo quando suas mãos foram até minha bunda, sob a saia de paetês.

De repente ele me empurrou, fazendo eu quase cair. Olhei-o, aturdida.

- Camisinha – ele abriu a gaveta sob a mesa, pegando um punhado, que caiu no chão. – Que porra! – disse, sem condições de levantar da cadeira para juntar.

Abaixei-me, de costas para ele, e fingi pegar uma, retirando a que havia trazido do meu sutiã. Simulei abrir e coloquei nele, que me encarava, com os olhos completamente parados. Saiu melhor que o esperado.

Sentei novamente nele. Embora eu estivesse nervosa e sem jeito e o sexo fosse meio mecânico, e eu não sei se era porque ele estava tão bêbado que não sabia o que estava fazendo, eu estaria mentindo se dissesse que não estava gostando de ter aquele deus grego nas minhas mãos.

- Vamos, goza seu safado! – falei enquanto segurava seus ombros, levantando e sentando, deixando seu pau me penetrar profundamente.

- Caralho... Isso é... Quem é você? – ele me olhou seriamente.

- Sou a mãe dos seus filhos. – Respondi automaticamente, sem me desconcentrar daquele ato maravilhoso que era o sexo com ele.

Ele gargalhou:

- Vagabunda. Você é como todas as outras... Bando de vagabundas, interesseiras!

Dizendo isso ele gozou. Segui rebolando nele. Eu queria gozar, porra. Estava quase lá.

- Sai daqui agora. – Ele disse, me retirando de seu colo de forma nada gentil.

Levantei, confusa. Ele tirou a camisinha e jogou no lixo.

- Eu... Quero repetir. – falei.

- Vai embora, porra – ele serviu o uísque novamente, derramando parte do líquido sobre a mesa – Este é o meu maior prazer – levantou o copo na minha direção. – Só isso... Nada mais.

Coloquei a calcinha e abaixei a saia, confusa, me dirigindo para a porta. Quando toquei a maçaneta, ele perguntou:

- Qual seu nome?

Virei na direção dele e quando fui responder, ele disse, levantando a mão:

- Pouco importa. Que diferença faz? Vocês são todas iguais... Todas...

Fechei a porta e me senti ridícula. Ele parecia saber que eu não era Cindy. Mas eu jamais teria certeza.

Será que ele tratava todas as mulheres daquele jeito, inclusive Cindy?

Fui para o camarim. As meninas não voltariam mais naquela noite. Tranquei a porta e deitei no sofá, colocando as pernas para cima, para o sêmen dele permanecer dentro de mim. Era o meu dia fértil. Agora era esperar para saber se eu teria sorte e se pelo menos uma vez, Deus olharia por mim.

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