- Ela só precisa disso: amor e carinho. E acompanhamento médico. Gostaria de seguir acompanhando o desenvolvimento dela.
- Maria Lua é uma guerreira, como a mamãe. – Falei.
- Ainda não chamei o pai. Ele não sabe o que aconteceu.
- Ele não é o pai – falei. – Era o namorado de Salma.
- Entendo... Então... Você é familiar?
- Amiga.
- Onde estão os familiares dela?
- Longe. E eles não tem capacidade financeira nem emocional para cuidar da bebê.
- Então eu acho que temos um problema aqui.
- Como assim? – arqueei a sobrancelha, confusa.
- Se despeça da bebê e vamos conversar um minuto ali fora. – Ela disse.
- Tudo bem. – Concordei, ainda tentando entender o que ela queria dizer.
A médica saiu e a enfermeira permanecia ali, sentada, fazendo algumas anotações.
Olhei a menina perfeita aconchegada a mim e um misto de sentimentos se apossou de todo meu ser. Era a sensação de perda com a euforia de chegada de uma criança. Eu tinha vontade de gritar, chorar e ao mesmo tempo sorrir sozinha.
- Eu vou cuidar de você, Raio de sol... – beijei a face virgem, de pele tão macia quanto algodão – Posso jurar que tive um “imprinting” no primeiro momento que a vi.
A enfermeira levantou e veio até mim:
- Hora de ela descansar. Será alimentada e descansará um pouco. O parto não é só cansativo para a mamãe, mas também para o bebê.
Fiquei um pouco apreensiva de entregar Maria Lua para ela, que teve que fazer certa força para retirar a menina dos meus braços.
- Prometo que ela será bem cuidada. Não se preocupe.
Ela colocou-a de volta no berço.
- Não é melhor cobri-la? – perguntei.
- Não precisa. O ar está ligado em temperatura ambiente. – Sorriu.
Saí dali insegura, andando devagar, como se não fosse correto deixar aquela coisinha tão pequena sozinha num berço. Mas estava curiosa quanto ao que a médica queria dizer-me.
Assim que cheguei do lado de fora da maternidade, ela me levou até a sala da recepção, onde eu estava anteriormente.
- Sei que sua cabeça deve estar um turbilhão neste momento. E antes mesmo de você chegar, Salma já dizia que deveria cuidar da bebê. Acho que ela temeu que pudesse morrer antes de lhe pedir.
- Mas... Ela conseguiu dizer. – falei, sentindo a voz embargada.
- Se o homem lá fora não é o pai, a menina será registrada somente no nome da mãe? Isso dá direitos à família de Salma, futuramente. Queria alertá-la sobre isso.
- Há algo que eu possa fazer para evitar?
- Infelizmente não. Mas você sabe quem é o pai?
Sim, você também sabe, tenho certeza. Pensei. Afinal, todos em Noriah Norte conheciam Heitor Casanova.
- Sim. – Respondi, o nó na garganta voltando.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...