Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 176

- Maconha. É natural e você, mais do que ninguém, sabe dos efeitos. – Sorriu debochadamente.

- Os dois. – Falei nervosamente, pegando o dinheiro da bolsa com as mãos trêmulas.

Assim que paguei, me dirigi à porta e ele se pôs na minha frente:

- Quem diria que você apareceria aqui, depois de tantos anos... E tudo que houve?

- Também me impressionei de vir parar aqui. – Confessei para mim mesma, em voz alta.

Ele deu um sorriso trêmulo:

- Venha sempre que quiser. Recebo coisas novas antes dos demais em Noriah Norte.

- Ok.

Tentei abrir a porta, amedrontada. Só estávamos nós dois ali e aquilo não era nada seguro. Por sorte, ele me deixou sair.

- Pode chamar um táxi para mim? – perguntei.

- Não entra táxi aqui. Pode ir na boa. Ninguém vai mexer com você. - Garantiu.

- Obrigada. – Falei, saindo de cabeça baixa, com as pernas parecendo gelatina, de tão moles que estavam.

Levei alguns minutos para descer a ladeira e voltar ao limite do bairro. Assim que consegui sair na rua asfaltada e iluminada pelos postes, parece que uma nova vida foi me dada.

Chamei um táxi e quando percebi, estava pedindo para ir ao meu apartamento.

Subi as escadas sentindo um cansaço extremo. Abri a porta e deitei no sofá. Peguei o celular e olhei novamente a mensagem de Heitor. Tudo parecia um sonho, ou um pesadelo. Eu nem conseguia distinguir.

Doía a perda de Salma, doía abrir mão de Heitor, doía saber que ele dormiu com a minha melhor amiga e isso não importava que foi antes de me conhecer, porque o sentimento de raiva era o mesmo. Doía encontrar o amor da minha vida e jogar tudo para o alto, sabendo que talvez nunca mais pudesse ser feliz. Mas o que doía ainda mais era ter que ir ao lugar onde fui mais infeliz na minha vida buscar drogas a fim de curar a dor.

Abri a bolsa e olhei as coisas na minha bolsa. Retirei e meus olhos ficaram trêmulos e a visão turva. Não lembro quando dormi ou comi pela última vez. Fui com dificuldade até o banheiro e joguei tudo no vaso sanitário, dando a descarga e deixando ir embora pelo esgoto. Eu não precisava daquela porra. Eu era forte. Se não por mim, pela bebê que agora me pertencia e era minha responsabilidade.

Voltei para o sofá e deitei. Sabia que tinha que voltar ao hospital, mas não sabia de onde tirar forças para levantar.

De repente a porta se abriu e vi Daniel entrando. Ele me encarou, sem dizer nada.

- Você tem chave? – Perguntei.

- Sim, Salma de meu uma cópia – ele entrou e fechou. – Você... Não está bem.

- Acho que não – fechei os olhos – Minha cabeça dói e tudo gira.

- Está pálida. Precisa descansar.

- Acho que estou com fome. – Confessei.

Ele veio até mim e me ajudou a levantar. Levou-me até meu quarto e me pôs deitada, retirando meu calçado e cobrindo-me.

- Durma um pouco que vou fazer algo para você comer.

- Obrigada. – Fui incapaz de recusar.

Deitei a cabeça no travesseiro fofo e imaginei que não dormiria. Mas quando menos esperei, meus olhos se fecharam. E acabei adormecendo.

Despertei com Daniel me chamando. Ele havia feito uma sopa com alguns poucos legumes que tinham em casa. Me trouxe um prato na cama. E estava bom. Acho que comer algo leve me faria bem.

Me senti bem melhor depois da janta, conseguindo, inclusive, raciocinar.

No entanto, ainda de madrugada, depois de colocar o relógio para despertar, voltei ao hospital, acompanhada de Daniel.

Quando desci do carro, ele fez o mesmo.

- Você não está trabalhando hoje na Babilônia? – perguntei. – Não é segunda-feira para você estar aqui.

- Eu faltei. Não estou me sentindo muito bem.

- Ah, Daniel... – eu o abracei. – Me desculpe por ter sido tão fria com você nestes últimos tempos, quando tudo que fez foi ser legal com minha amiga.

- Tudo bem, Babi. – Ele alisou minhas costas.

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