Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 180

Parei ao lado dele, olhando para a escuridão do mar, mesclado ao céu estrelado.

- Quer se matar? – perguntei.

A cabeça dele virou na minha direção e não disse nada.

- Vai me ignorar? – Insisti.

- Vá embora, assombração.

- Assombração? – eu ri. – Tenho cara de assombração para você?

- Tem...

- Hum, eu sou uma droga, não é mesmo? – relembrei as palavras dele. – Mas eu acho que posso ser uma droga melhor que o seu uísque, desclassificado mor.

- Sai daqui, porra! Não posso nem sonhar em paz?

Peguei o braço dele e o fiz virar na minha direção:

- Isso não é um sonho, desclassificado. Vamos embora.

- Eu odeio você. – falou, com a voz baixa.

- Eu sei... Nem por isso vou deixá-lo morrer aqui.

Ele riu, ironicamente:

- Acha que eu me mataria... Por você? – quase caiu na minha direção quando veio uma onda mais forte.

Segurei o corpo dele e comecei a andar, com dificuldade.

- Vamos lá. Você precisa largar esta porra de bebida e ser responsável. Sua vida vai mudar, playboy.

- Bárbara... – ele falou, confuso.

- Eu mesma... Seu pior pesadelo – comecei a rir, nervosamente – E a pessoa que mais ama você no mundo todo.

- Eu... Quero ficar aqui.

- Não vai ficar.

Quando saímos da água, peguei meus tênis na outra mão e segui pela areia, agarrada a ele, colocando seu braço sobre meus ombros:

- Vamos embora, Anon.

- Sim, senhora Bongiove.

Anon se posicionou do outro lado dele e o levamos assim, até o carro.

- Para onde quer levá-lo, senhora Bongiove?

- Ele me levou para o Palace Noriah Norte – lembrei – Eu vou levá-lo para a casa dele. – disse firmemente.

- Vai ao apartamento dele? – Anon perguntou surpreso.

- Tem algo lá que eu não possa ver? – sondei.

- Não, senhora. Tudo certo por lá.

Suspirei, aliviada. Por um breve momento, temi que Cindy pudesse estar lá.

- Ele tem feito muito isso... De beber? – perguntei.

- Sim. – Ele respondeu.

Olhei para Heitor, praticamente morto no banco ao meu lado.

- Ele tem que parar com isso. – falei.

- Mas quem sou eu para dizer-lhe, senhora Bongiove? Ele não me ouve. Aliás, não ouve ninguém.

- E... Cindy? – perguntei, tentando não parecer curiosa e temerosa da resposta.

- Eu... Não gostaria de falar coisas das quais não tenho permissão, senhora Bongiove. Mal tenho certeza se estarei neste emprego amanhã, quando o senhor Casanova souber que liguei para a senhora.

- Entendo... Mas não se preocupe. Ele não vai fazer nada contra você.

Fizemos o restante do trajeto em silêncio. O carro entrou pelo portão automático do prédio mais caro de Noriah Norte. Jamais passou pela minha cabeça conhecer aquele lugar um dia.

Anon subiu três andares com o carro antes de estacioná-lo ao lado do Maserati, num espaço privativo.

Assim que ele desligou o carro, falei:

- Pode me ajudar com ele?

- Sim, senhora. Claro.

Ele acordou quando o retiramos do automóvel. O levamos até um elevador.

Anon apertou o botão e a porta se abriu. Entrei com Heitor, que se apoiava em mim com os braços sobre meus ombros:

- Qual andar? – perguntei.

- O elevador é privativo. A senhora aperta o botão e chegará diretamente no andar dele. É a cobertura. Todo o andar é do senhor Casanova.

Eu ri:

- Não poderia ser diferente, não é mesmo? Só falta me dizer que é duplex.

- É duplex. – Ele sorriu, tentando ficar sério.

Olhei para Heitor:

- E de que adianta o dinheiro, não é mesmo, desclassificado? O que o faz ficar deste estado? Consegue me dizer?

- Você. – Ele olhou nos meus olhos, fazendo um frio percorrer minha espinha.

- Eu... – Olhei para Anon, sem conseguir pronunciar uma palavra sequer.

Ele apertou o botão pelo lado de fora e a porta se fechou. O elevador era todo espelhado, inclusive no teto.

- Elevadores não lembram nada para você? – Heitor riu, enquanto tirava o braço dos meus ombros, escorando-se numa das extremidades espelhadas e me puxando de encontro a ele.

- Sim... Lembram - senti meu coração bater forte – Você foi um cavalheiro comigo naquela noite, no Palace North B. Mas eu... Não tenho certeza se vou conseguir ser uma dama. – Minha intimidade umedeceu ao toque das mãos dele nas minhas costas.

Nos encaramos, grudados. Os olhos dele estavam estranhos e sequer sei se ele sabia o que estava acontecendo:

- Eu amo você, desclassificado – senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. – Me perdoa pelo que eu fiz.

- Não... – ele disse seriamente.

Toquei o rosto dele, que não esboçou nenhuma reação. Estávamos encharcados. Eu sabia que de nada adiantava conversar com ele naquele estado. Mas era o único momento que eu me sentia a vontade para dizer tudo que sentia, na certeza de que ele não lembraria nada no dia seguinte. Eu era mesmo uma covarde.

- Sou louco por você – ele disse, me apertando contra sua ereção evidente, os lábios entreabertos, como se estivessem me chamando.

- Amo você, mesmo querendo odiá-lo. E vou amar para sempre.

- Amo você, porra.

- Como resistir a você, Heitor? Eu tremo só de sentir o quanto você me deseja. – Toquei seu membro sobre a calça, completamente duro.

Comecei a abrir os botões da camisa dele, grudada ao corpo. Três foram suficientes para ver seu peito. Beijei, passando a língua levemente pela pele salgada.

Ouvimos um som e a porta do elevador se abriu.

- Chegamos em casa. – Ele me olhou, tentando andar em direção à porta.

- Deus... – suspirei, olhando para o teto – Insisto, o que quer de mim?

- Eu quero você. – Heitor respondeu por Deus.

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