Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 182

- Livrai-me de Heitor Casanova... Amém – ele começou a rir – Me chupa! – o tom foi sério.

- Idiota! – empurrei-o para o banheiro – Só quando você merecer. E você merece... Ah, se merece. – falei em voz alta, observando-o andando praticamente nu, não conseguindo traçar uma linha reta com os pés.

O banheiro era tão grande quanto o quarto.

- Caralho, por que um banheiro tão grande? – me dirigi ao box, ligando o chuveiro enquanto ele apertava o botão da banheira, que começava a encher – Duvido que teria vapor aqui se eu tomasse banho – ri – Você não teria sauna gratuita comigo, desclassificado.

Ele entrou na banheira, ignorando o chuveiro com água gelada que eu tinha acabado de ligar.

Ficamos nos olhando, cada um num canto, como se não pudéssemos nos aproximar, sabendo no que aquilo poderia acabar em sexo.

Senti meu coração acelerar imediatamente quanto ele jogou a cueca molhada na minha direção. “Maria Lua, seu pai é um tarado, desclassificado”, pensei.

- Venha. – Ele ordenou.

- Não. – falei, sem convencer nem a mim mesma.

- Vai ficar úmida e salgada?

- Úmida... Muito, completamente. – falei, quase em transe, enquanto via ele jogar sais de banho na água.

Ok, eu preciso ir embora. Ben está sozinho com Maria Lua e ele precisa de mim. Não posso deixá-lo assim, na primeira noite. Nem pelo pai da nossa pequena, que precisa de mim. Ou melhor, precisava. Já não precisa mais. Está seguro em seu lar.

- Minha bolsa. – falei, aturdida – Esqueci no carro. – sai em direção ao quarto, desesperada.

Ficar sem telefone naquele momento era praticamente impossível. Não poderia deixar Ben incomunicável. E se acontecesse algo com nossa filha?

Antes que eu alcançasse a porta, Heitor parou na minha frente, impedindo minha saída, completamente nu e molhado, com espumas pelo corpo todo. Me peguei olhando seu pau, ereto, perfeito e me deu um frio na barriga, emanando até a espinha.

- Eu deixei o telefone com Anon... Minha bolsa. – Fechei os olhos.

- Ele não vai roubar nada... Não é um prostituto de quinta.

- Preciso do meu telefone.

- O que não pode esperar?

- Ben... Ele deve estar preocupado comigo. Já é madrugada. Eu saí e não voltei até agora.

Ele foi até uma bancada e me entregou um celular. Era o dele. Olhei-o, de forma questionadora.

- Pode ligar. – Ele disse.

Toquei na tela, que se iluminou, pedindo a senha.

- Senha. – falei, sentindo novamente um frio percorrer meu corpo.

Ele tocou o dedo indicador, desbloqueando.

- Este dedo vale ouro nesta casa. – Debochei.

- Em todos os lugares na verdade... Isso eu garanto. – Sorriu, com o canto dos lábios.

Olhei os cabelos úmidos, a covinha leve no lado direito e temi derreter, não conseguindo ser juntada nunca mais.

Quando disquei o número de Ben, chamou com a identificação que ele havia colocado: “Ben – Amigo de Bárbara”.

Enquanto esperava Ben atender, nossos olhos não se afastavam e meu coração acelerou-se, que eu conseguia ver na roupa úmida que se movia conforme o ritmo da batida.

- Thorzinho? – Ouvi a voz de Ben do outro lado, surpresa.

- Sou eu, Ben. – falei, ainda imersa nos verdes dos olhos de Heitor.

- Babi? – perguntou, confuso. – Achei que já estivesse em casa.

- Eu... Estou indo.

- Não tenha pressa. Está tudo certo aqui.

- Eu... Eu... Fico feliz que esteja tudo bem. Talvez eu demore um pouquinho para voltar então. Mas não se preocupe que estou bem.

- Claro, não vou me preocupar. Será que amanhã você chega aqui com ele e levam nossa bebê? Só lembre de uma coisa: eu vou junto, para onde quer que seja, entendeu?

- Sim...

- Aproveita e faz o que o seu irmão mandou e conta a verdade para ele.

- Não... Não dá.

- Acabe de vez com esta mentira da porra.

- O... Sol logo vai nascer... Sabe me dizer como estarão os raios dele? – tentei falar em códigos.

- Bem, completamente adormecidos, com uma mamãe que não pregou o olho velando o sono dela. Eu nunca vi nada tão lindo em toda a minha vida.

- Eu sei – sorri, olhando para Heitor, vendo nos olhos dele os dela.

- Fala de uma vez para ele.

- Agora não dá.

- E quando vai dar?

- Quando... Não houver... Bebida no corpo.

- Então bebe você também, mulher. E contem verdades bêbados. Diga que você acabou de parir uma filha, do coração. E que adivinha? É dele também. Então ele vai dizer: Amo você, Babi, traga ela e Ben para cá e vamos criá-la juntos, dando amor, carinho e tudo que ela precisa, sendo felizes para sempre, nós quatro.

- Eu... Preciso desligar. – Senti uma dor no peito, de tristeza e volta à realidade.

- Não se preocupe que está tudo certo com Malu.

- Ok. Boa noite. Amo vocês.

- Eu... Talvez deva tomar um banho. – falei, quando na verdade queria e deveria dizer que estava indo embora.

- Comigo? – ele começou a rir.

- Se... Você quiser.

- Não, obrigado. – Ele virou as costas e voltou para o banheiro, fechando a porta.

Senti meu coração quebrar novamente. Só podia ser brincadeira. Ele estava me rejeitando? E por que “não” deveria fazer isso?

Vá embora, Bárbara! Já o trouxe para casa e ele está em segurança. Não precisa mais ficar aí.

Fui até a porta, mas meu corpo não obedecia. Ele queria ficar ali, junto de Heitor. Eu era completamente louca por aquele homem.

Respirei fundo e fui até o banheiro, abrindo a porta. Olhei para ele, que estava novamente na banheira, com a cabeça recostada no encosto em couro preto, os olhos fechados.

- O que você quer? Já me trouxe para casa. – falou, sem abrir os olhos.

- Eu... Queria agradecer pela ligação do Bon Jovi.

Ele abriu os olhos:

- Jura? – riu, ironicamente – Sua forma de agradecer é um tanto quanto diferente. Me mandou a puta que pariu na frente dele e depois devolveu as flores, me levando diretamente para o inferno.

- Ah, Heitor, se você entendesse...

- Estou muito bêbado para isso, acredite.

- Eu... Vou embora.

- Pode ir. – Ele fechou os olhos novamente.

Senti meu coração em pedaços. Que porra! Aquilo doía pra caralho. Ele se magoou com tudo que eu fiz. Mas se soubesse que eu também tinha ido ao inferno... E consegui voltar. E por bem pouco só ganhei passagem de ida.

Retirei minha roupa, vagarosamente, com um pouco de dificuldade, por estar úmida e grudada ao corpo. Quando restou só a calcinha, andei, trêmula até a banheira e entrei, sentindo a água morna engolir meu corpo, enquanto sentava de frente para ele, que fingiu não perceber minha presença.

- Você... Está um pouco melhor e mais sóbrio? – perguntei, enquanto tocava a mão dele, que se recostava na louça branca, fora da água.

- Sim... – assentiu, sem abrir os olhos.

- Heitor, posso te beijar? – perguntei, sentindo meu corpo completamente em chamas e ficando enlouquecida com a boca dele perfeita a centímetros de distância da minha.

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