Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 188

Anon quis me levar em casa e não aceitei. Ele insistiu e então eu o deixei esperar comigo até meu táxi chegar.

- O senhor Casanova vai me matar quando souber que deixei a senhora ir sozinha.

- Mande o senhor Casanova a puta que pariu.

Ele riu e comecei a rir também, batendo no ombro dele:

- Ah, Anon, eu gosto de você.

- Também gosto de você, senhora Bongiove.

- Obrigada por não ter me falado sobre Cindy. Agora sei que não queria me magoar.

Ele não disse nada. Quando o carro parou, perguntei, antes de embarcar:

- Pode me dizer uma coisa?

- Claro, senhora Bongiove.

- Prefere eu ou Cindy?

- A senhora. – Ele respondeu sem pensar duas vezes.

- Eu sabia! – vibrei.

Na semana que passou, Heitor me ligou duas vezes, mas eu não atendi. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que procurá-lo para lhe falar sobre a filha, mas no momento eu não estava preparada para as desculpas dele ou qualquer outra coisa que tivesse para me dizer. Certamente estava ainda tentando justificar a presença de Cindy no apartamento dele às seis horas da manhã. E não adiantava... Não havia justificativa. Eu estava farta daquela mulher e tudo que se relacionasse aos dois.

Eu cheguei a enfrentá-la inúmeras vezes e quando passou pela minha cabeça que ele pudesse realmente gostar de mim, pedi a tirasse da vida dele. Mas ele não o fez.

Agora eu já acreditava que não eram negócios, como ele me disse uma vez. Ele gostava da loira do pau do meio. E por isso mesmo ela dançava no pau do meio e não nas laterais. E mandava e desmandava na porra toda. Ele lhe dava poder para isso. E não adiantava lutar por algo que não valia a pena. Era um desgaste emocional que não me levaria a nada.

Heitor dizia que a relação dele com Cindy era profissional. Nunca foi. Talvez ele tenha me confundido com uma idiota, que acreditaria em tudo que ele falava, que faria qualquer coisa para tê-lo, me sujeitando a aceitar o que ele estava disposto a me dar: pedaços, restos, um espaço que eu jamais teria de verdade na vida dele.

Eu não era Milena, que fingia não ver o que estava debaixo do seu nariz, pouco se importando com o que acontecia de verdade.

E eu não era Cindy, que aceitava que ele se envolvesse com qualquer mulher, desde que eu pudesse sempre voltar quando fosse chamada.

Eu pouco me importava com dinheiro ou o poder que ele tinha. Eu o amava e talvez fosse exatamente por este motivo que não aceitava dividi-lo.

Teríamos só uma coisa em comum: Maria Lua.

Uma semana ao lado do nosso raio de sol foi como um mês. E os próximos três meses pareceram um ano. Foram noites sem dormir, compras de fraldas que não acabavam mais, banhos de gato para evitar o choro compulsivo e uma vida praticamente de prisão, só que dentro da minha própria casa.

Se eu sabia que precisava resolver milhões de coisas, entre elas mudar a certidão, devido a pressão de Sebastian e contar para Heitor a verdade? Claro que eu sabia. Mas puta que pariu, minha vida estava virada de ponta cabeça... E tudo por causa de seis quilos de carne com boca... Eu disse “seis” quilos. Sim, porque ela crescia como abóbora adubada em terra fofa.

Se cada mês ela ganhava um quilo, eu e Ben nos pegamos imaginando se com 2 anos ela pesaria 24 quilos... Seria obesa aos cinco? Seria prudente começar uma dieta antes de um ano de idade?

Todas as dúvidas foram para a caderneta, para serem sanadas na próxima consulta pediátrica.

Naquela noite, quando terminei de limpar o nosso apartamento, sentei no sofá, exausta, ainda sem tomar meu banho, já que Ben estava há quase uma hora no chuveiro. Maria Lua estava dormindo no carrinho quando a campainha tocou. Abri e era Daniel.

Ben chegou à sala perfumado.

- Onde vai tão perfumado? – Perguntei.

- Tenho um encontro. – Ele disse, sorrindo.

- Hum, está me escondendo algo, senhor Ben?

- Nada não, Babi. Só um lance. – ele piscou. – Cuida delas para mim, Dani?

- Claro, com prazer. – Ele sorriu.

Ben saiu e fechou a porta:

- Pode olhar ela para eu tomar um banho? – pedi a ele.

- Claro.

Tomei um banho rápido, pois era assim agora. Com Maria Lua não havia mais banhos demorados. Quando menos esperava ela chorava e tinha que abortar a missão, independente da parte que tivesse ensaboada. Nunca mais teve sauna de graça, nem cantoria com o eco do próprio ambiente do banheiro.

Quando cheguei à sala, Daniel estava com ela no colo, adormecida.

- Ela é linda, não acha? – Observei, com um sorriso bobo no canto dos lábios.

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