- Será que você não entende? Além de toda minha confusão com relação a tudo que está acontecendo, você vem me trazer mais problemas, quando na verdade deveria ajudar? Ah, eu não quero mais você nesta casa, nem na vida da minha filha.
Ele riu, com escárnio:
- “Sua” filha?
- Minha... Sim, minha. Sou eu quem cuido dela. Salma se foi e você sabe muito bem a relação que tínhamos.
- Ainda assim ela nunca será “sua”.
Senti uma lágrima escorrer pelo meu olho direito, limpando-a com força:
- De tudo que você pode falar para me atingir, tocar no nome dela é a pior forma. Se soubesse o que sinto por esta criança, jamais me feriria desta forma.
- Chega de ser bonzinho com você, Babi.
- Algum dia você foi?
- Acredite, eu fui.
Ele virou as costas e saiu. Fechei a porta e fiquei um tempo escorada, deixando as lágrimas escorrerem. Quantas vezes eu ainda ouviria na vida que Maria Lua não era minha filha? Aquilo era como uma facada no meu coração. O que eu sentia por aquela menina era maior que qualquer coisa que já senti na vida. Eu seria capaz de fazer qualquer coisa para não perdê-la. Sim, ela era o raio de sol que entrou na minha vida, mandando a nuvem cinzar partir para sempre.
Salma nunca esteve tão certa quando decidiu que Your my Sunshine definiria a vida daquele serzinho nas nossas vidas.
Ela dormia tranquilamente. Alisei a pele macia e sensível. Limpei as lágrimas teimosas com força:
- Você nunca vai me ver chorando, raio de sol – peguei-a no colo e ela se contorceu, preguiçosamente – Ah, minha amiga, espero que você consiga ver daí o quanto nossa bebê é perfeita. Nunca deixarei de ser grata por tê-la na minha vida. Pensei jamais poder ter filhos, então você me deixa esta herança sem preço... Com um valor simplesmente inestimável. Deus sabe o que faz... Sempre soube.
Embora o combinado com Ben fosse ela dormir no berço, naquela noite eu precisava dela ao meu lado, aquecendo meu corpo e meu coração.
Antes de desligar a luz para tentar dormir um pouco, suspirei:
- O tempo está passando e eu preciso contar a verdade para o seu pai. Estou tentando criar coragem e sei que precisa ser logo. Embora ele tenha afirmado que não queira ter filhos, sei que quando olhar para você, o coração dele irá derreter e ele vai mudar de ideia na mesma hora. Ainda assim, temo a loira do pau do meio e a reação dela quando souber de você. Mas se prepare, meu anjo... Não podemos mais adiar isto.
As próximas duas semanas foram de procurar trabalho de forma online. A pressão de Sebastian por telefone para que eu resolvesse de vez a questão da certidão de nascimento de Maria Lua estava ficando cada vez mais insustentável.
Não conseguia trabalho, como sempre. E a conta que Heitor havia aberto para eu receber os royalties dos rótulos personalizados da North B. seguia congelada, como ele havia prometido que ficaria.
Eu não me atrevi a pedir ajuda financeira a Sebastian, tampouco para Ben, que também estava enlouquecido atrás de emprego.
Naquela noite, depois de um bate pernas dele em busca de algo rentável e o meu cansaço entre cuidar da casa e tentar fazer Maria Lua parar de chorar sem motivo, Ben disse:
- Babi, você lembra que Salma sempre disse que tinha dinheiro guardado para Maria Lua?
Arqueei a sobrancelha:
- Sim... Lembro. Mas o dinheiro é para ela, não para nós.
- Mas precisamos para ela. Se continuar assim, vamos ficar zerados. Minhas economias já eram.
- Pare de sair à noite e gastar com bebidas e homens.
- Caralho, isso é sério? Vai controlar meus gastos com lazer agora?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...