Não tinha como fugir da verdade. Tivemos que resumir em poucos minutos como Maria Lua veio ao mundo. Quando acabamos, minha avó sentou na cama e me encarou:
- Como Salma engravidou de Heitor?
- E eu vou saber os detalhes? O certo é que ele não usou camisinha, ou Maria Lua não estaria aqui neste momento.
- Mas ela fugia dele com medo de Heitor saber que estava grávida?
- Certamente sim, ou não teria problemas em se mostrar para ele, vó. Eu tento entender e não consigo. No início eu tive raiva, ódio, ciúme. Depois eu tentei entrar na mente de Salma e resgatar coisas que ela tinha nos dito, como gravidez planejada, seríamos todos ricos e tudo mais. Acontece que depois me envolvi com Heitor e creio que ela tenha ficado chateada. Sequer sei se houve sentimentos entre eles.
- Claro que não houve – Ben disse – Salma sempre deixou claro que o pai do bebê não sabia da existência dele. Então será um choque para Thorzinho, Mandy.
- Mas se eles têm uma filha, eles fizeram sexo.
- Acontece que ele não sabe quem é Salma... Ou fingiu não saber, quando perguntei.
- Dormiu com tantas mulheres que nem sabe o nome delas – minha avó disse – Diferente do pai.
- Diferente do pai? Allan? Você conhece Allan? – arqueei a sobrancelha.
- Precisamos atender a menina. Façam o que eu pedi. – Ela desconversou.
- Vó, você tem... – olhei no relógio – Cinco minutos para me contar a verdade.
- A menina está com febre.
- E você esperou dez minutos para atendê-la. – Aleguei.
- O que eu tenho para falar não leva dez minutos, Babi. – Ela me encarou.
- Ah, meus sais... Vovó Mandy pegou o Casavelha? – Ben mordeu as unhas. – Preciso saber desta verdade agora, ou vou morrer de ansiedade.
- Então morra, Ben. Mas primeiro traga o termômetro, seu lerdo. – Ela o empurrou para fora do quarto.
- Vou pegar as compressas... Com água da torneira, isso? – fui saindo, enquanto olhava minha pequena se remexendo na cama, com os olhos fechados.
Ela tinha sono, mas parecia não conseguir dormir. Algo a incomodava e eu não sabia o que. Como queria poder entender o choro dela e acabar com a minha angústia.
Fiz as compressas e levei para Mandy, que colocou uma no peito e outra na testa dela.
- Quando ela vai falar? – perguntei, observando todo cuidado que Mandy tinha com ela.
- Geralmente um ano. Mas balbuciam algumas coisas antes.
- Como “mamãe”?
Ela sorriu ternamente, me olhando:
- Sim... Acha que ela vai chamar você de “mamãe”?
- Claro que sim – sorri, olhando minha filha abrindo os olhos e começando a fazer beicinho ao olhar para Mandy – Acho que ela está estranhando você, vó.
- Deus, sou bisavó agora?
- Sim. – Abracei Mandy por trás de seu corpo enquanto ela pegava Maria Lua no colo.
- Vó... Promete que vai me contar sobre Casanova?
Ela suspirou:
- Eu acho que está na hora de você saber, Babi.
- Deus, eu esperei tanto tempo pela verdade. Mas nunca passou pela minha cabeça que a verdade incluía Casanova.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...