Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 191

Não tinha como fugir da verdade. Tivemos que resumir em poucos minutos como Maria Lua veio ao mundo. Quando acabamos, minha avó sentou na cama e me encarou:

- Como Salma engravidou de Heitor?

- E eu vou saber os detalhes? O certo é que ele não usou camisinha, ou Maria Lua não estaria aqui neste momento.

- Mas ela fugia dele com medo de Heitor saber que estava grávida?

- Certamente sim, ou não teria problemas em se mostrar para ele, vó. Eu tento entender e não consigo. No início eu tive raiva, ódio, ciúme. Depois eu tentei entrar na mente de Salma e resgatar coisas que ela tinha nos dito, como gravidez planejada, seríamos todos ricos e tudo mais. Acontece que depois me envolvi com Heitor e creio que ela tenha ficado chateada. Sequer sei se houve sentimentos entre eles.

- Claro que não houve – Ben disse – Salma sempre deixou claro que o pai do bebê não sabia da existência dele. Então será um choque para Thorzinho, Mandy.

- Mas se eles têm uma filha, eles fizeram sexo.

- Acontece que ele não sabe quem é Salma... Ou fingiu não saber, quando perguntei.

- Dormiu com tantas mulheres que nem sabe o nome delas – minha avó disse – Diferente do pai.

- Diferente do pai? Allan? Você conhece Allan? – arqueei a sobrancelha.

- Precisamos atender a menina. Façam o que eu pedi. – Ela desconversou.

- Vó, você tem... – olhei no relógio – Cinco minutos para me contar a verdade.

- A menina está com febre.

- E você esperou dez minutos para atendê-la. – Aleguei.

- O que eu tenho para falar não leva dez minutos, Babi. – Ela me encarou.

- Ah, meus sais... Vovó Mandy pegou o Casavelha? – Ben mordeu as unhas. – Preciso saber desta verdade agora, ou vou morrer de ansiedade.

- Então morra, Ben. Mas primeiro traga o termômetro, seu lerdo. – Ela o empurrou para fora do quarto.

- Vou pegar as compressas... Com água da torneira, isso? – fui saindo, enquanto olhava minha pequena se remexendo na cama, com os olhos fechados.

Ela tinha sono, mas parecia não conseguir dormir. Algo a incomodava e eu não sabia o que. Como queria poder entender o choro dela e acabar com a minha angústia.

Fiz as compressas e levei para Mandy, que colocou uma no peito e outra na testa dela.

- Quando ela vai falar? – perguntei, observando todo cuidado que Mandy tinha com ela.

- Geralmente um ano. Mas balbuciam algumas coisas antes.

- Como “mamãe”?

Ela sorriu ternamente, me olhando:

- Sim... Acha que ela vai chamar você de “mamãe”?

- Claro que sim – sorri, olhando minha filha abrindo os olhos e começando a fazer beicinho ao olhar para Mandy – Acho que ela está estranhando você, vó.

- Deus, sou bisavó agora?

- Sim. – Abracei Mandy por trás de seu corpo enquanto ela pegava Maria Lua no colo.

- Vó... Promete que vai me contar sobre Casanova?

Ela suspirou:

- Eu acho que está na hora de você saber, Babi.

- Deus, eu esperei tanto tempo pela verdade. Mas nunca passou pela minha cabeça que a verdade incluía Casanova.

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