- Eu sinceramente não estou entendendo onde você quer chegar. – Me fiz de desentendida.
Ela riu de forma irônica, com os lábios mal conseguindo se mexer, de tantos procedimentos estéticos:
- Sim, você entendeu. É muito esperta! Deu o golpe da barriga. Eu sabia! Você nunca me enganou. Pode ter engando Heitor, Allan e até mesmo a minha filha. Mas eu tenho anos de experiência com mulheres do seu tipo.
Eu enfrentei o olhar dela:
- Eu posso apostar que sim. De onde vem o golpe por dinheiro você é a professora, não é mesmo? Se é tão esperta assim, por que nunca afastou Cindy Connor de Heitor? Por que deixou Allan se envolver com a mãe de Sebastian? Ou vai me dizer que nestes casos sua esperteza não funcionou tão bem assim.
- Está mais por dentro de tudo que acontece na minha família mais do que eu imaginava, não é mesmo? “Você” teme Cindy Connor - ela riu, com o dedo ainda em riste para mim – Eu não temo Cindy Connor. Mas sim, ela é uma forte candidata a acabar com seu joguinho de tirar tudo de Heitor. Afinal, é o que ela quer também. Por que eu não tenho medo dela? Porque jamais Heitor assumirá a famosa dançarina de pole dance.
- Hum, isso quer dizer que comigo ele pode assumir um compromisso e por isso eu a assusto tanto?
Ela pareceu ser pega de surpresa com a minha frase e levou um tempo para responder, pensando antes:
- Eu não disse isso.
- Então o que faz na minha casa, Celine, me acusando de dar o golpe da barriga só porque estou cuidando do bebê da vizinha? – Arrisquei.
- Estou aqui porque você está se metendo com a minha família, garota atrevida – o dedo foi apontado na minha direção novamente – Escute o que estou dizendo: fique longe da minha filha, do meu marido e do meu enteado. Você não me conhece e não sabe do que eu sou capaz. E não tente me enganar dizendo que esta menina não é sua. Ela tem os olhos de Heitor... E o seu nariz e queixo.
- Ei, Maria Lua, por seus olhos serem verdes, já lhe arranjaram outro pai. – Sorri, enquanto a pequena me olhava com os lábios abertos, dando gritinhos, achando que tudo que eu falava era para brincar com ela.
- Suma com esta criança. Já que ainda não contou, é porque tem medo de algo, não é mesmo? Claro que ele vai tirar a menina de você – ela riu, balançando a cabeça – Ele está prestes a assumir um compromisso com Cindy Connor. Sua temida rival não brinca, como você. Ela é objetiva e decidida em alcançar seus objetivos. Caso Heitor não pense em tirá-la do caminho da criança, Bárbara, pode deixar que eu farei a cabeça dele e Allan com relação a isso. Você é agressiva, inconsequente, tem atitudes imaturas, mora num apartamento que não tem elevador nem infraestrutura para cuidar de um bebê. Posso apostar que este ambiente sórdido é um entra e sai de homens em todos os horários. Uma dúvida: você já arranjou emprego? Creio que não, pois se estivesse empregada, não estaria em casa com a menina neste horário.
- Saia da minha casa. – Falei entredentes, tentando conter a voz para não assustar a minha filha, que ainda sorria em meus braços, achando que tudo era uma brincadeira entre eu e ela.
- Eu vou investigar seu passado, seu presente e até o seu futuro. E se minha família tomar conhecimento desta criança, eu a tiro de você.
- Faça o que quiser. Eu não tenho nada a temer.
- Já ouvi falar do seu passado triste e sombrio. Sinceramente, nunca me interessei, já que toda mulher que tenta a todo custo seduzir um homem conta esta historinha ridícula a triste de “não fui amada no passado”. Mas confesso que agora fiquei curiosa... O que Bárbara Novaes realmente viveu?
- Se eu fosse você não faria isso, Celine.
Ela gargalhou, ajeitando a bolsa no ombro:
- Que medo!
- Meu passado pode trazer coisas que podem prejudicá-la muito mais do que a mim. – Sorri.
- Vamos ver.
- Faço questão que conte a Allan Casanova sobre minha mãe. – Olhei nos olhos dela, seriamente, me sentindo enfim vitoriosa por alguns minutos.
Ela mesma abriu a porta e não sei se se sentiu ameaçada com o que eu disse:
- Fique longe da minha família! Esqueça a minha filha. Se ela vir morar neste pulgueiro, eu acabo com você.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela fechou a porta, batendo com força, fazendo Maria Lua dar um pulo, assustada, arregalando os pequenos olhinhos.
De tudo que ela disse, eu só temia Heitor. O restante não foi capaz de me fazer estrago algum.
Eu não tinha medo de Celine, mas sabia que ela não estava brincando. Certamente era uma adversária forte. E eu não sabia ao certo até que ponto ela conseguia influenciar Casanova pai e filho com relação a qualquer coisa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...