Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 196

- Eu sinceramente não estou entendendo onde você quer chegar. – Me fiz de desentendida.

Ela riu de forma irônica, com os lábios mal conseguindo se mexer, de tantos procedimentos estéticos:

- Sim, você entendeu. É muito esperta! Deu o golpe da barriga. Eu sabia! Você nunca me enganou. Pode ter engando Heitor, Allan e até mesmo a minha filha. Mas eu tenho anos de experiência com mulheres do seu tipo.

Eu enfrentei o olhar dela:

- Eu posso apostar que sim. De onde vem o golpe por dinheiro você é a professora, não é mesmo? Se é tão esperta assim, por que nunca afastou Cindy Connor de Heitor? Por que deixou Allan se envolver com a mãe de Sebastian? Ou vai me dizer que nestes casos sua esperteza não funcionou tão bem assim.

- Está mais por dentro de tudo que acontece na minha família mais do que eu imaginava, não é mesmo? “Você” teme Cindy Connor - ela riu, com o dedo ainda em riste para mim – Eu não temo Cindy Connor. Mas sim, ela é uma forte candidata a acabar com seu joguinho de tirar tudo de Heitor. Afinal, é o que ela quer também. Por que eu não tenho medo dela? Porque jamais Heitor assumirá a famosa dançarina de pole dance.

- Hum, isso quer dizer que comigo ele pode assumir um compromisso e por isso eu a assusto tanto?

Ela pareceu ser pega de surpresa com a minha frase e levou um tempo para responder, pensando antes:

- Eu não disse isso.

- Então o que faz na minha casa, Celine, me acusando de dar o golpe da barriga só porque estou cuidando do bebê da vizinha? – Arrisquei.

- Estou aqui porque você está se metendo com a minha família, garota atrevida – o dedo foi apontado na minha direção novamente – Escute o que estou dizendo: fique longe da minha filha, do meu marido e do meu enteado. Você não me conhece e não sabe do que eu sou capaz. E não tente me enganar dizendo que esta menina não é sua. Ela tem os olhos de Heitor... E o seu nariz e queixo.

- Ei, Maria Lua, por seus olhos serem verdes, já lhe arranjaram outro pai. – Sorri, enquanto a pequena me olhava com os lábios abertos, dando gritinhos, achando que tudo que eu falava era para brincar com ela.

- Suma com esta criança. Já que ainda não contou, é porque tem medo de algo, não é mesmo? Claro que ele vai tirar a menina de você – ela riu, balançando a cabeça – Ele está prestes a assumir um compromisso com Cindy Connor. Sua temida rival não brinca, como você. Ela é objetiva e decidida em alcançar seus objetivos. Caso Heitor não pense em tirá-la do caminho da criança, Bárbara, pode deixar que eu farei a cabeça dele e Allan com relação a isso. Você é agressiva, inconsequente, tem atitudes imaturas, mora num apartamento que não tem elevador nem infraestrutura para cuidar de um bebê. Posso apostar que este ambiente sórdido é um entra e sai de homens em todos os horários. Uma dúvida: você já arranjou emprego? Creio que não, pois se estivesse empregada, não estaria em casa com a menina neste horário.

- Saia da minha casa. – Falei entredentes, tentando conter a voz para não assustar a minha filha, que ainda sorria em meus braços, achando que tudo era uma brincadeira entre eu e ela.

- Eu vou investigar seu passado, seu presente e até o seu futuro. E se minha família tomar conhecimento desta criança, eu a tiro de você.

- Faça o que quiser. Eu não tenho nada a temer.

- Já ouvi falar do seu passado triste e sombrio. Sinceramente, nunca me interessei, já que toda mulher que tenta a todo custo seduzir um homem conta esta historinha ridícula a triste de “não fui amada no passado”. Mas confesso que agora fiquei curiosa... O que Bárbara Novaes realmente viveu?

- Se eu fosse você não faria isso, Celine.

Ela gargalhou, ajeitando a bolsa no ombro:

- Que medo!

- Meu passado pode trazer coisas que podem prejudicá-la muito mais do que a mim. – Sorri.

- Vamos ver.

- Faço questão que conte a Allan Casanova sobre minha mãe. – Olhei nos olhos dela, seriamente, me sentindo enfim vitoriosa por alguns minutos.

Ela mesma abriu a porta e não sei se se sentiu ameaçada com o que eu disse:

- Fique longe da minha família! Esqueça a minha filha. Se ela vir morar neste pulgueiro, eu acabo com você.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela fechou a porta, batendo com força, fazendo Maria Lua dar um pulo, assustada, arregalando os pequenos olhinhos.

De tudo que ela disse, eu só temia Heitor. O restante não foi capaz de me fazer estrago algum.

Eu não tinha medo de Celine, mas sabia que ela não estava brincando. Certamente era uma adversária forte. E eu não sabia ao certo até que ponto ela conseguia influenciar Casanova pai e filho com relação a qualquer coisa.

Fui trocar a fralda de Maria Lua enquanto a observava atentamente:

- Eu acho que tem escrito “Casanova” na sua testa. – Toquei o indicador na testa dela, que sorriu e balançava sem parar as perninhas, alegre.

Estávamos numa fase que tirar a roupa era motivo para festa. Isso só não acontecia no horário do banho. Ela fugia da água como gato. Assim que terminei de fechar a fralda, a levantei, encarando-a:

- E se Allan me odiar por conta da minha mãe?

Maria Lua deu um grito, seguido de uma risada gostosa:

- Você tem razão. Seria simplesmente um “ahhhhhh” – gritei como ela – Não entendo como você consegue engordar tanto só com leite. Tenho medo de começar a lhe dar papinhas e você não entrar mais nas roupas. Se sobe um quilo mensal com leite, ao ingerir comida vamos para dois?

Eu tinha tanta coisa para fazer, milhares para pensar... Mas simplesmente peguei uma cadeira confortável e sentei próximo de uma janela, deixando o sol pegar em nós duas:

- Você me faz esquecer tudo, minha bebê. Quando olho para você, é como se os problemas fossem tão pequenos quanto seu nariz – toquei-o e ela gargalhou – Nosso nariz é parecido, pelo visto. Você acha que eu falo demais? Se sim, pode dizer, eu não me importo. Fale a verdade, ok?

A porta se abriu e Ben entrou, com algumas sacolas.

- Hum, você está falando sozinha já? Isso é preocupante. – Ele disse, colocando as sacolas sobre a mesa.

- Eu não falo sozinha. Falo com Maria Lua. – Expliquei.

Ben a pegou dos meus braços e levantou-a para o alto, fazendo-a gargalhar:

- Ok, agora ela vai dizer que você responde também. – Girou-a vagarosamente.

- Ela disse que você está menosprezando a capacidade dela. – Abri as sacolas, cheias de roupas de bebê, uma mais linda que a outra.

- Ben, ganhamos na loteria? – olhei um vestido branco, em cetim, cheio de pérolas, certamente muito caro. – Eu nunca vi nada tão lindo quanto este vestido. Vou combinar com o sapato de pérolas.

- E a tiara que ela ganhou de Mandy – ele observou – Comprei também meia-calça.

- Tem para bebês?

- De todas as cores. Só não trouxe preta porque acho que não combina com ela.

- Pagou como?

- Cartão de crédito.

- E vai pagar como a fatura do cartão? – Revirei os olhos.

- Mandei parcelar na minha beleza.

- Ok, então o cartão não passou. E você teve que encontrar outra alternativa para pagamento.

- Dez vezes sem juros, primeiro pagamento em 60 dias.

Parei e o encarei:

- Jura? Em 60 dias vamos ter um emprego, não é mesmo?

- Na verdade, eu já tenho um.

- Desde quando? – Arqueei a sobrancelha.

- Desde hoje.

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