Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 201

- Agora? Vai chegar lá e contar a verdade? Deus! – Ele passou as mãos no rosto, nervosamente.

- Eu não sei o que eu vou dizer, mas eu preciso vê-lo. Eu necessito olhar nos olhos dele, senti-lo nos meus braços. E talvez seja hora de despejar a verdade nele, por mais que me doa e deixe-me cheia de dúvidas quanto ao que ele vai pensar ou como agirá. Não dá mais para esperar.

- Eu entendo perfeitamente o que você está sentindo.

- Culpa, raiva de mim mesma, raiva de Salma, raiva da porra da vida... Por que tudo tem que ser tão complicado?

Coloquei uma calça jeans e uma camiseta branca. Não estava em condições de escolher algo bonito ou sexy. Eu só queria conseguir chegar ao apartamento dele.

- Precisa arrumar os cabelos. E colocar um batom nos lábios. Você está pior que a Gata Borralheira. Se ele a vir assim, talvez nem a reconheça. – Ben arqueou a sobrancelha.

- Pouco me importa, Ben. Ele já me viu acordar ao lado dele, depois de uma noite de sexo sem trégua. Quer pior que isso?

Enquanto eu saía, ele me jogou a bolsa:

- Manda notícias. E volte antes de amanhecer. Preciso pegar um avião para a Itália.

- Se tudo der certo, volto com ele para buscar Maria Lua. – Sorri e lhe dei um beijo.

Chamei um motorista de aplicativo, temendo ser Daniel. Eu começava a amaldiçoar a noite em que o conheci, mesmo sendo a mesma que conheci Heitor Casanova.

Tentei encontrar mil formas de dizer a Heitor a verdade, de uma forma menos tensa ou brusca. Porque a verdade era quase inacreditável. Acontece que quando cheguei em frente ao prédio dele, fiquei imóvel, sem saber como agir.

Já passava da meia noite e era grande a possibilidade de ele não estar ali e sim na Babilônia. Talvez eu devesse ter ido diretamente para lá.

Olhei na porta e não havia interfone. Porra, isso era quase impossível. Teria que haver uma forma de contatar o apartamento dele em algum lugar ali.

Enquanto eu olhava pela porta de vidro fumê, com o rosto rente à transparência gelada, as mãos tapando a claridade vinda das lâmpadas da rua, tentando encontrar algo lá dentro que pudesse me ajudar de alguma forma, ouvi uma buzina ao meu lado.

Assustada, virei e me deparei com Anon 1 no carro.

- Anon? – Meu medo foi-se embora e toda minha insegurança acabou.

- Senhora Bongiove? – ele já estava com o vidro do carro abaixado – O que faz aqui?

- Eu preciso ver Heitor... Imediatamente.

- E... Já falou com ele sobre isso?

- Não. Não sei como fazer para entrar. Pode me ajudar?

Ele desceu e abriu a porta de trás para mim, a fim de que eu entrasse. Olhei-o, comprimindo meus olhos e enrugando a testa:

- Eu vou na frente, com você.

Eu mesma empurrei a porta e abri a da frente, sentando-me ao lado dele.

- A senhora nunca faz o que se espera. – Ele sorriu, coçando a cabeça.

- Ele está em casa? Já que... Não há ninguém no carro com você.

- Ele deve estar. Eu tinha ido fazer algumas coisas que a senhora Nicolete pediu.

- A aprendiz de bruxa. – Fiz uma careta.

Ele apertou o botão do controle e o portão abriu-se de forma automática. Nos encaminhávamos para o estacionamento no terceiro andar e aquele lugar eu já conhecia.

- A senhora Nicolete é uma boa pessoa.

- Só se for para você. Aposto que ela faz aulas de maldades com Celine Casanova.

Ele riu:

- Elas nem se gostam, se isso lhe deixa mais tranquila.

- Jura? Quem não gostaria de Celine Casanova, aquele doce de mulher?

Ele caiu na risada e eu não resisti, fazendo o mesmo:

- Ok, Anon, você conseguiu me deixar mais tranquila.

Anon abriu a porta para mim, antes que eu pensasse em fazer isso sozinha.

- Vou leva-la até o elevador, mas não irei acompanha-la, senhora Bongiove. Não é de bom tom, se é que me entende.

- Não, eu não entendo. Mas também não quero prejudicá-lo, Anon 1 – bati levemente no peito dele. – Valeu! Se eu não voltar em uma hora, pode por favor chamar a Polícia?

Ele arqueou a sobrancelha:

- Como assim?

- Talvez... Sei lá, eu possa estar morta.

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