Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 203

- Me mostre onde estão as bebidas desta casa. – Pedi.

- Vai beber com ele? – Nicolete me olhou.

- Claro que não! Tenho cara de quem faz isto?

Heitor me levou até um armário fechado. Quando abriu, deparei-me com dezenas de garrafas de bebidas variadas, embora a maioria fossem uísques.

- Minha coleção... Tudo... Importado. – Sorriu, orgulhoso.

Peguei tudo que coube nos meus braços e carreguei até a cozinha, enquanto ele e Nicolete me seguiam. Abri as tampas e comecei a despejar na pia os líquidos, garrafa por garrafa, jogando vazias na lixeira.

Quando abri a terceira, ele pegou meu braço, tentando me impedir:

- Tem noção de quanto custa isso, sua maluca?

Retirei a mão dele do meu braço e peguei seu queixo, olhando nos seus olhos:

- Pouco me importa quanto esta coisa custou. Você não precisa mais disto. Está proibido de beber... Para sempre.

Ele começou a gargalhar, enquanto segui jogando os líquidos fora. Quando acabou, voltei ao armário. Jogar os líquidos fora era muito demorado. Joguei diretamente na lixeira em inox, quebrando grande parte das garrafas.

- Você não pode fazer isso, porra! – ele olhou para Nicolete – Não vai fazer nada, Nic? Ela é louca... Esta mulher é completamente louca.

- Sim, vou fazer. – Nicolete o olhou e em seguida saiu, voltando com garrafas nos braços, jogando na pia, imitando meu ato, enquanto sorria satisfeita.

- Você não pode ir contra mim... Não você, Nic. – Ele deixou os braços caírem ao longo do corpo, decepcionado.

Sorri, feliz por ter encontrado alguém que também não concordava em vê-lo daquele estado. Em pouco tempo eu e Nic conseguimos terminar com todas as garrafas do armário.

- Tem mais? – perguntei – No seu quarto, quem sabe?

- Não vai tocar nelas.

- Ele tem uma pequena adega. – Nic me disse – Um belo dinheiro jogado fora.

Cruzei os braços:

- Vinhos, desclassificado? Posso apostar que tem vários Perrone. – Sorri.

- Não... A adega não. – Ele gritou, tentando impedir Nicolete.

Ela abriu uma porta, dentro da enorme cozinha. Tinha uma peça de bom tamanho, com a parede direita e da frente cobertas de nichos feitos sob medida, do chão até o teto, todas com vinhos.

Além da iluminação central, tinha no forro luzes acopladas, que se direcionavam para baixo, deixando as rolhas em destaque. No centro da parede esquerda, um retângulo em madeira de lei, com dez vinhos separados, certamente os mais especiais.

Fui até lá peguei uma garrafa, separada das demais, certamente o mais caro ou importante para ele, ou não estaria em destaque. Era um vinho Perrone, da primeira distribuição em Noriah Norte.

Toquei meus dedos levemente no rótulo, sorrindo:

- Eu sabia que você tinha um Perrone aqui, desclassificado.

- Eu... Não tenho ideia de como isso veio parar aqui – ele olhou para Nicolete. – Que feio, Nic, comprar vinho da concorrência e guardar na minha adega.

- Eu? – ela colocou a mão no peito – Deixe de ser mentiroso. Eu não bebo. – Ela me olhou, tentando se justificar.

- Hum, que interessante. Heitor também não bebe mais. Acho que... – segurei o vinho pela ponta da rolha, enquanto estendia o braço, dando a entender que o jogaria no chão.

- Não, por tudo que é mais sagrado, este não! – ele implorou, com as mãos em sinal de prece.

- Por que, Heitor? – Questionei. – Por que é o melhor de todos?

- Não...

- Então pode se ir com os outros.

- Não... É um Perrone, porra!

Sorri, pegando novamente a garrafa, deixando em segurança. Coloquei-a no lugar, colocando a mão na parede, percebendo ser feita em pedra, certamente cobrindo a parte acimentada original.

- Faz os vinhos ficarem resfriados, em temperatura ideal. – Ele explicou, sem que eu precisasse perguntar.

Estava indo para a outra parede, atenta aos rótulos quando vi um que chamou a minha atenção, ainda no retângulo principal, por ter um B enorme no rótulo.

Retirei devagar do nicho, enquanto Heitor parou na minha frente, tentando me impedir de vê-lo:

- Este não...

- Por quê? – tentei olhar, sendo impedida pelo corpo dele.

- Não... – os olhos dele se comprimiram, a voz ficou rouca novamente, quase numa súplica.

- Por favor... – Pedi gentilmente.

- Eu... Eu... Vou terminar o que estava fazendo. – Ouvimos a voz feminina da mulher quase esquecida entre nós. Antes que respondêssemos, Nicolete se foi, fechando a porta.

Ele saiu da minha frente e virei o rótulo da garrafa na minha direção.

Era um vinho North B. O rótulo era vermelho com branco e o B enorme, em letra cursiva, parecendo antiga, escrita à mão, com formato arredondado, seguido pelo a, r, b, a, r, a Novaes.

Senti o coração querendo sair de dentro do peito. Meus olhos encararam os verdes intensos, que ainda continham vestígios de devaneios de bebida alcóolica, que eu já conseguia identificar, mesmo o conhecendo pouco.

- Por quê? – Perguntei.

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