Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 232

Como eu queria que fosse uma visão, ou mesmo um pesadelo. Mas não. Assim que me viram, os dois levantaram imediatamente.

Breno desta vez usava um tênis de marca, original, uns dois números maior que seu pé, calça jeans surrada e uma camisa xadrez de vermelho com preto, as mangas arrancadas, transformadas em curtas com as próprias mãos.

Anya usava um vestido xadrez de vermelho e preto, com uma jaqueta de couro preta por cima e botas de cano alto da mesma cor. Só olhando bem de perto para ter certeza de que o tecido da camisa dele e do vestido dela não eram o mesmo. Os cabelos ruivos estavam presos num rabo de cavalo mal feito no alto da cabeça.

Deus, como se analisar as roupas deles fosse o mais importante naquele momento! Não, não era... Mas eu tinha esperanças de que quando olhasse nos olhos deles, se evaporassem da minha frente, como num passe de mágica.

Claro que não foi isso que aconteceu, afinal, eu não estava em Nárnia e sim Noriah Norte.

- O que vocês querem? – Perguntei, tentando transparecer uma coragem que eu não sentia naquele momento.

- A menina. – Anya foi direta.

- De jeito nenhum. Ela é minha. – Disse, entredentes, sentindo meu corpo tremer novamente, como há minutos atrás, na casa de Heitor.

- Não, ela não é sua. Eu fui até o hospital. Salma gerou e pariu esta criança. E o pai dela é um homem milionário. Já sabemos tudo sobre ele: Sebastian Perrone.

Deus, não! Olhei para o teto, tentando encontrar vestígios de alguma divindade. Mas tudo que eu via era um reboco gelo, detonado, com marcas de infiltrações e remendos de cimento. Eu precisava de uma luz... E não poderia ser a do fim do túnel, porque era só ela que eu via naquele momento. Se Deus existisse, que me desse forças, porque eu sozinha já não tinha. Estava prestes a jogar a toalha.

Olhei para Maria Lua nos meus braços, o corpinho mole adormecido, já pesando quase o mesmo que a bolsa no meu ombro. Sim, ela valia qualquer coisa, inclusive meter uma bala no meio da testa daqueles dois desclassificados.

- O que você quer? – encarei Anya – Você ficou anos sem procurar a sua filha e agora aparece aqui, do nada, querendo cuidar da menina só porque acha que o pai dela é rico? Sebastian Perrone não é rico. Ele faliu há poucos meses, fechando a empresa em Noriah Norte. Tudo que vai conseguir com ele são duplicatas para pagar.

- Você mentiu, garotinha! – Breno me acusou, com voz imitando criança, a boca gesticulando de forma debochada.

- Menti porque quero ficar com ela. E vou ficar. Jamais alguém daria a guarda de um bebê para vocês. Eu sei tudo que você fez com Salma – olhei para Breno – E não vou deixar fazer o mesmo com a filha dela. – Engoli em seco, segurando as lágrimas.

- Salma era uma mentirosa. Breno jamais a tocaria. – Anya defendeu-o.

Respirei fundo, tentando encontrar argumentos, mas minha cabeça já não pensava muito bem naquele momento. Eu estava cansada, destruída, descalça e mal tinha forças para segurar a minha filha nos braços.

- Vamos conversar lá dentro. Acho melhor. – Anya disse.

- Não. Vocês não vão entrar na minha casa.

- Quero a menina. – Ela se aproximou.

- Eu a entrego.

- Entrega? – Breno me olhou, surpreso.

- Sim, desde que vocês tenham um mandado da Justiça. Caso contrário, não. Ela tem pai e ele é o detentor dos direitos sobre ela.

- E por que ele não a assumiu?

- Porque não sabe que ela existe. Vou avisá-lo e vocês não poderão se aproximar de Maria Lua. Mas tem a opção de procurar a Justiça. Então travarão uma batalha pela menina. E eu duvido que ganharão.

- Vou acusá-la de roubo. – Anya falou.

- Sim, você roubou a criança. – Breno seguiu.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas