Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 253

Olhei bem para a cara deles, tentando guardar os rostos, já que era noite e os dois se vestiam iguais e ambos eram parecidos: morenos, cabelos raspados e magros, usando barba.

Eu poderia chamar Heitor e acabar com a palhaçada naquele mesmo instante e fazê-los deitar no chão para eu passar por cima com meu salto dez. Mas isso faria com que ele soubesse que eu estava ali. E eu queria fazer uma surpresa.

Enquanto eu pensava, vi Anon ao meu lado:

- Algum problema, senhora Bongiove?

- Sim, Anon, temos um problemão. – Ben falou.

- Estes gentis gêmeos – toquei o dedo no peito de um e depois do outro – Acham que eu não devo entrar direto, tendo que ir para a fila, Anon. – Expliquei.

- A senhora Bárbara é mulher do senhor Casanova. Ele faz questão que a chamem de “mulher dele”. Para vocês terem uma ideia, eles moram na mesma casa.

Os dois me olharam de novo, o medo estampado nas pupilas dilatadas.

- Vocês têm sorte que eu sou uma boa pessoa – falei – Ao menos tento ser. Mas Anon não é uma boa pessoa. Ele guarda rancor, não é mesmo, Anon?

- Principalmente por quem destrata de alguma forma meus patrões. O senhor Casanova foi claro quando me designou para cuidar de sua mulher: destrua quem fizer qualquer coisa para ela. Estas foram as palavras dele. – Olhou para os seguranças.

- Foi só um mal-entendido. Estamos também cumprindo nosso dever. Ele não deixou claro que o senhor Benício poderia trazer outras pessoas.

- Meninos, eu moro com Heitor Casanova e Bárbara Novaes Bongiove. Já entrei pela porta dos fundos uma vez e... Não curto mais isso. – Ben falou.

Não sei exatamente do que Ben estava falando, porque ficou um clima estranho e acho que nem ele sabia ao certo o que quis dizer.

- Passe, senhora Bongiove. Agora entenda porque eu expliquei que era melhor entrar pela garagem privativa do senhor Casanova – Anon disse – Vou deixar o carro lá e encontro vocês do lado de dentro.

- Ok, Anon. Desculpe. – Falei, sinceramente.

Os dois homens afastaram-se, abrindo passagem para mim.

Entrei com Ben na Babilônia, pela segunda vez na vida. Agora pela porta da frente, na área VIP, onde um dia sonhamos passar, há não muito tempo atrás.

Não pensei que entrar ali fosse me trazer lembranças dolorosas da minha amiga. Mas ver a caixa de vidro e imaginar que ela não estaria ali me deixou entristecida. Eu sabia o quanto ela amava aquele trabalho e todo seu esforço para manter a forma e dançar bem.

Se ela não tivesse sido tão ambiciosa, não teria engravidado. E não teria parto... E morte. Mas ao mesmo tempo também não teria Maria Lua.

- Babi, tudo certo? – Ben tocou meu ombro.

- Sim, sim... – Voltei dos meus pensamentos.

Aquele lugar era gigantesco e perfeito. Mas ainda assim eu preferia o Hazard, que de certa forma era mais íntimo e acolhedor. A música da Jukebox num som um pouco mais alto que o ambiente diferenciava completamente do dance que estremecia o chão e fazia os ouvidos ficarem completamente surdos. Não tenho certeza de quantas pessoas cabiam naquele lugar, mas mal dava para se mexer de tão lotado.

As luzes coloridas que cortavam o ambiente como flashes iluminaram a parte de cima, dos camarotes, e vi Heitor e Cindy conversando. Ben acompanhou meu olhar e falou no meu ouvido:

- Espere! Eles têm uma relação profissional. Não acho que seja o que você está pensando.

- Você não sabe o que estou pensando, Ben. – Sorri, de forma maquiavélica.

Fui até um dos bares e pedi um chope de menta, que havia provado na outra vez que tinha estado ali. Sabia que aquela bebida era perfeita. Eu não costumava beber com frequência, por isso era bem fraca para o álcool. E era exatamente isso que eu queria. Ter coragem para concretizar meu plano.

- Ei, Ben, pode ir aproveitar. Eu vou ficar bem aqui. – Garanti, olhando para cima e percebendo a loira falando no ouvido dele.

- Que fique bem claro que a gente só consegue se ouvir aqui dentro falando no ouvido. – Ben justificou a atitude de Heitor.

- Pare de defendê-lo, porra! – Gritei, sorvendo todo o líquido do copo de uma só vez.

Quando esvaziei meu copo, voltei até lá e peguei um de cereja. O líquido era vermelho e o sabor, perfeito.

- Vou levar uns destes para casa. – Avisei Ben.

- Ah, porra... Você já começou. Daqui a pouco estará lendo “privada” em vez de “privado”.

- Amoooooo. – Quase não consegui parar de soletrar o O, só para ele ter certeza de que eu amava ficar daquele jeito de vez em quando.

O desclassificado não precisava ficar na área de camarote dentro da Babilônia. Achei que o trabalho dele fosse interno e não ali, olhando de perto tudo que se passava, na “obrigação” de se divertir. Canalha mor!

Logo vi outro casal sentando com eles, cumprimentando-os alegremente, como velhos conhecidos.

- Ok, agora chega! – gritei para que Ben me ouvisse – Antes... Quer provar o chope de cereja? – O puxei pelo pescoço, para perto de mim.

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